quando andava no 8º ano e estudei a sério, pela primeira vez, o coração, supliquei à minha mãe para que me conseguisse comprar um coração de porco, inteiro, quando fosse ao supermercado. e assim foi. nesse dia fiz uma verdadeira autópsia àquele coração. primeiro enfiei os dedos pelas artérias, para tentar chegar à outra ponta e perceber onde iam dar. quando os meus dedos não eram suficientes fazia o mesmo com palhinhas coloridas, daquelas que se usam para sorver o sumo do copo quando se tem preguiça de pegar nele. depois cortei-o ao meio. estudei as aurículas, os ventrículos, tentei encontrar as membranas que constituem as válvulas, analisei tudo ao mais ínfimo pormenor e só parei quando aquele coração já estava praticamente reduzido a nada, de tanto que o quis analisar e compreender.
fiquei a conhecer aquele coração como a palma da minha mão. e lembro-me, com uma nitidez espantosa, da autópsia que fiz na minha cozinha. com 12/ 13 anos, quando ainda não sabia que não sabia tudo sobre o coração. porque não sabia que o coração podia
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nesse dia fiz uma verdadeira autópsia àquele coração. primeiro enfiei os dedos pelas artérias, para tentar chegar à outra ponta e perceber onde iam dar. quando os meus dedos não eram suficientes fazia o mesmo com palhinhas coloridas, daquelas que se usam para sorver o sumo do copo quando se tem preguiça de pegar nele.
depois cortei-o ao meio. estudei as aurículas, os ventrículos, tentei encontrar as membranas que constituem as válvulas, analisei tudo ao mais ínfimo pormenor e só parei quando aquele coração já estava praticamente reduzido a nada, de tanto que o quis analisar e compreender.
fiquei a conhecer aquele coração como a palma da minha mão. e lembro-me, com uma nitidez espantosa, da autópsia que fiz na minha cozinha. com 12/ 13 anos, quando ainda não sabia que não sabia tudo sobre o coração. porque não sabia que o coração podia
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