Os erros encontrados nisto aqui serão desconsiderados por ser fruto da ansiedade aliviada em cliques numa tela com pouco mais de sete centímetros.
Acabo de ver uma matéria sobre turismo sexual no nordeste num canal que nós bem conhecemos e já cansamos. E os protagonistas da matéria foram as capitais Recife e Natal.
Como natalense, senti minha cidade exposta demais. Por morar numa área turistíca da cidade infelizmente me vejo como testemunha do foco da matéria e ouso falar como representante da população que isso já é uma ferida antiga que ainda traumatiza, porém se vê anestesiada. Nem ouso dizer quantos sinais de "No sexual tourism here” vejo rotineiramente. E melhorou bastante até. ”Mas ainda é ruim” De fato, antes era pior então já houve um progresso.
Mas esse não é bem o foco deste post que me escrevo, é como isso afeta. Posso não me relacionar culturalmente ao meu estado de nascença, agora eu ainda me relaciono afetivamente nesta terra eternamente beijada pelo sol. E a situação na qual não só Natal como o Rio Grande do Norte passa, já está bem além do que a palavra ”preocupante” possa descrever.
A minha cidade-natal está jogada ai que quer que queira o que até as traças rejeitaram. O que é gestão?
Prefeituras e governos estão quebrados, projetos importantes e decisivos para o desenvolvimento local em longo prazo estão sendo negligenciados e significâncias que com muito esforço foram adquiridas estão indo embora com as areias das dunas.
Violência, epidemias, dívidas, fiascos, desvios, cara de pau. Tudo aumenta.
Segurança, educação, saúde, investimentos, qualidade. Tudo diminui.
Fiasco deve descrever. Agora não explica como o segundo maior produtor de petróleo no país tem o que é mais básico ao cidadão negado senão oferecido de maneira medíocre.
Então a imagem passada daqui para os demais brasileiros (o que só ocorre anualmente e nas melhores chances de um fenômeno natural) é sobre mais um demônio interior.
Personificando meu estado, é como se não bastasse tu estar na merda, o outro tem de apontar na tua cara e dizer isso entre risos.
Acho que já não deveria mais me afetar assim, ninguém aplaude nos acertos mesmo agora na hora de vaiar os erros, o fazem a plenos pulmões. Então é foda-se isso, estou insatisfeita enquanto cidadã e habitante e isso não veio em boa hora.
Espero mais do que nunca que o estado dê a volta por cima só para rir para nós mesmos no nosso esquecido conforto.