3ª FIC
Título: Despedidas de Solteiro
Personagens: Wufei e Heero [5x1]
Classificação: NC 17 - Lemon Babes.
Gênero: Romancezinho básico.
Tema: Nº 6 - Casamento
Palavras: 1837
Avisos: Fic dedicada de todo meu coração à Illy-chan, fofíssima, pelo birthday hoje (com alguns minutinhos de atraso). E a Angie, diva, por me ajudar com minhas dúvidas cruéis.
Despedidas de Solteiro
Heero se lembrava bem daquele dia seis meses atrás. As vésperas de seu casamento, a despedida de solteiro, a quantidade exagerada de álcool, e Wufei. Este último o único sóbrio da noite. E recordava exatamente aquelas palavras ditas pelo chinês com a voz branda e o rosto sério, depois de ter-lhe oferecido uma bebida.
- Eu não vim até aqui para participar dessa festa, até mesmo porque todo mundo aqui sabe que eu não concordo com nada disso. Eu vim fazer um favor pra você, Yui. Algo que você irá me agradecer pelo resto de sua vida.
E então, a próxima memória à que Heero tinha acesso se passava após um intervalo de quase três horas - ou era o que parecia - onde ele acordava dentro de um carro dirigido pelo amigo em uma estrada completamente deserta. A cabeça não estava das melhores, mas estava lúcido o bastante para perceber que havia sido drogado.
- Desculpe por isso, mas eu tive que dar um jeito para que Duo não o visse saindo, e como você estava falando muito alto eu não vi outra alternativa - Wufei disse, parecendo nem prestar atenção às próprias palavras.
- O que você fez comigo, Wufei? - a voz não saiu firme como Heero pretendia, mas foi audível o suficiente para o amigo escutar.
- Eu acho que o termo ‘boa noite, Cinderela’ vai soar esquisito no seu caso.
Heero não era burro e tinha total conhecimento sobre aquele tipo de substância, portanto sabia que Wufei nunca a usaria dessa maneira nem mesmo se estivesse um tanto desesperado. Os efeitos que pairavam sobre sua parca consciência não passavam de um simples sonífero, o que condizia mais com o amigo e certamente corria em suas veias.
- Wufei? - chamou mais baixo do que pretendia.
- Sim, Yui? - o tom claramente desinteressado do amigo não agradava Heero
- Onde exatamente nós estamos indo e o que diabos nós vamos fazer que não possa esperar alguns dias? - a tentativa de elevar a voz falhou mais uma vez, o que fez Wufei lhe olhar com o canto dos olhos.
- Nós vamos até um Hotel Fazenda próximo daqui. E é apenas essa informação que você pode ter agora.
- Eu vou me casar amanhã, Chang, caso você não se lembre - Wufei tirou os olhos completamente da pista dessa vez, olhando diretamente nos olhos de Heero.
- Seria um tanto impossível eu me esquecer disso, Heero. E você está errado quanto a se casar amanhã, não vai haver mais casamento.
Heero sabia que Wufei jamais fora a favor daquele casamento, já havia escutado todos os sermões intermináveis do amigo sobre uma vida com outra pessoa e sobre estar fazendo isso apenas por considerar mais uma de suas missões. E a verdade era que, mesmo sentindo que seja o certo a fazer, Heero não estava certo sobre o que o casamento significaria em sua vida. Mas isso não dava a Wufei o direito de fazer algo a respeito.
- Chang, eu não me lembro de te ver bebendo.
- Eu não bebi, Yui, e passei longe das drogas também. Estou tão sóbrio quanto Maxwell jamais esteve - era óbvio que estava já que o amigo jamais havia consumido alguma substância que não fossem seus chás de ervas naturais.
- Então...
- Então o que??
- Droga, Wufei. Eu quero que você me explique o porquê de eu estar aqui agora e não assistindo ao show de strip que aquelas duas loiras vão dar na minha despedida de solteiro - dessa vez Heero conseguiu seu intento de elevar a voz alguns tons acima do usual, mas não conseguiu o efeito planejado. Na verdade isso nunca funcionava com Wufei.
- Eu acho completamente desnecessário te dar essa informação, porque uma vez que você NÃO VAI se casar, você NÃO PRECISA de uma despedida de solteiro.
Heero sabia o que o amigo queria dizer com aquelas palavras. Àquela altura, já poderia até mesmo pensar sobre o que ele estaria planejando, mas naquele momento um único pensamento sobrepujou os outros em sua mente. Os motivos pelos quais Wufei, que nenhum interesse tinha em sua vida ou na de qualquer outro de seus amigos, estava fazendo aquilo.
- Então eu vou reformular minha pergunta... Porque eu não vou me casar amanhã?
- O fato de você não querer se casar já seria mais que o suficiente, mas como você está em estado de negação, o motivo para você não se casar amanhã é justamente o que eu vou te mostrar no Hotel Fazenda. Só mais alguns minutos.
E nos minutos que se passaram Heero adormeceu novamente, com os pensamentos completamente fora de ordem e uma ansiedade que não lhe eram característicos.
Quando acordou novamente, estava deitado em uma cama exageradamente grande em um, muito provavelmente, quarto do tal Hotel. A noite ainda corria escura no céu e iluminava parcialmente o grande quarto em que estava e ele pode divisar a figura quieta de Wufei sentado na varanda do quarto.
- Achei que você não fosse acordar tão cedo - Heero se surpreendeu com as palavras ditas pelo amigo antes mesmo que ele pudesse anunciar que estava acordado. O que significava que Wufei estava alerta ao que acontecia com ele.
- Você sabe muito bem que o efeito dessas substâncias não dura comigo - a resposta foi simples e direta, Heero estava preocupado com outras coisas no momento. Como o fato de seu casamento começar em três horas.
- Acho que agora já é hora de você me dizer o que nós estamos fazendo aqui. Eu gostaria pelo menos de poder explicar o motivo de não me casar.
Ante que pudesse tentar dizer mais alguma coisa, ou que pensasse em algo mais para dizer, Wufei se aproximou e sussurrou, desnecessariamente já que não havia ninguém mais ali.
- Você pode explicar por você mesmo se pensar um pouquinho, Heero - a respiração de Wufei tocou seu rosto levemente enquanto seus corpos ainda mantinham certa distância - Você sabe do que eu estou falando, sabe por que eu estou aqui, sabe o motivo de não poder, de não querer se casar.
A mão de Wufei tocou a de Heero e foi subindo pelo seu braço, apertando seu ombro e finalmente se fixando em seu maxilar, o segurando de forma firme e mantendo seus olhares presos.
- Você sabe, Heero. E sabe o motivo de estarmos aqui. Isso não é apenas sobre você, é sobre nós, é sobre sete anos atrás e quando...
Heero não precisou escutar o fim do discurso de Wufei para saber como terminaria. Ele estivera lá sete anos antes e sabia todos os motivos que o amigo usaria, todos os motivos que ele estivera esperando inconscientemente para ouvir. E faria o que estivera esperando para fazer.
Wufei esperava pelo beijo como se soubesse que aconteceria. E ele sabia. E agarrou o pescoço de Heero com um pouco mais de força quando sentiu as mãos fortes subindo por suas costas, passeando por seus ombros e viajando até a frente do seu corpo. A blusa não durando muito mais depois disso, assim como a calça e o tênis que foram descartados com uma velocidade e urgência que os últimos sete anos gritavam para acontecer. Então as roupas de Heero também se foram e junto com elas Wufei retirou a aliança dourada que adornava seu anelar direito.
A cama rangeu com o peso jogado rudemente sobre ela e foi acompanhada por um gemido de Wufei quando teve seu pescoço atacado em seguida.
Heero desceu de seu pescoço até o membro pulsante sem parar duas vezes em lugar nenhum, os sete anos falando mais alto que qualquer pudor que ele poderia ter naquele momento. E Wufei não queria que fosse diferente.
De alguma maneira e usando de um autocontrole maior que o que realmente possuía, Wufei trouxe Heero de volta para mais um beijo intenso antes de inverter as posições e repetir no amante os mesmos movimentos com a mesma pressa e o mesmo desejo expelido de todos os poros de seus corpos.
Enquanto sua língua se concentrava em extrair os mais roucos e excitantes sons de Heero os dedos de Wufei abriam passagem para dentro do amante, o fazendo arquear as costas e aumentar a intensidade dos gemidos. Mas nenhum dos dois estava querendo aquelas preliminares, nenhum dos dois precisava delas naquele momento, e por mais que Wufei estivesse escutando tudo aquilo que quis escutar de Heero nos últimos sete anos, ambos precisavam de outra coisa com mais urgência.
Retirando os dedos de dentro de Heero e largando sua ereção por alguns minutos, Wufei se levantou e sentou sobre suas pernas separadas antes de puxar Heero pelos joelhos, os trazendo para suas costas enquanto forçava passagem para dentro do amante sem o cuidado e preparação necessários.
Heero fechou os olhos com força por um breve momento recuperando o controle para depois levar suas mãos às pernas ao lado de seu corpo, apertando-as e puxando-as na intenção de aumentar o contato com o corpo o outro, escutando um quase grito de Wufei quando o sentiu entrar completamente de si. E outro quando o sentiu sair e se afundar novamente com força. E muitos outros quando o movimento se repetia sincronizado.
E os gemidos se espalharam pelo quarto quando Wufei levou suas mãos às costas de Heero e o levantou, encostando seus corpos e suas bocas e mordendo seus lábios enquanto com uma estocada mais forte se deixou ficar ali aproveitando as últimas sensações do orgasmo. A cabeça descansando no ombro de Heero e as mãos passeando entre os fios macios cor de chocolate.
O caminho para o banheiro foi feito muitos minutos depois e o banho foi tão proveitoso quanto os momentos anteriores e os que se seguiram durante todo aquele fim de semana. O casamento não foi sequer lembrado.
Agora, seis meses passados sem Heero ao menos se dar conta, outro casamento estava para acontecer. Outro evento que Duo planejaria com afinco para uma despedida de solteiro decente e outra decepção para o americano, que já se declarava a encarnação do cupido.
Heero arrumaria o carro, prepararia um sonífero de efeito rápido e faria reservas naquele mesmo Hotel Fazendo onde estavam as últimas lembranças que tinha do amigo chinês. E daquela vez as coisas dariam certo, Heero cuidaria para que nenhum dos dois se desencontrasse mais uma vez e para que aquilo fosse como deveria ter sido sete anos atrás. Daquela vez seria ele a fazer um favor à Wufei Chang. E não dava a mínima se aquela-que-não-iria-se-tornar-a-senhora-Chang chorasse, desse um escândalo, entrasse em depressão ou todas as coisas junto, assim como fez aquela-que-não-se-tornou-a-senhora-Yui. Daquela vez não se importaria em não estar fazendo a coisa certa, apesar de ter a certeza de que não poderia estar errado.
E enquanto eles se divertissem entre as paredes do Hotel, Heero tiraria a aliança dourada do dedo de Wufei ao mesmo tempo em que várias pessoas deixariam a Igreja e um sorriso triste apareceria no rosto de Sally Po ao dar-se conta da ausência de Heero.