Insónia

Nov 13, 2011 18:54



Titulo Insónia (OneShot)

Género: Smut, romance
Rating: NC-13
Pairing: Taecyeon/Wooyoung
Sinopse : Quando os pensamentos nos tiram o sono, podarem mudar o resto da nossa vida
Nota: Primeira fic de 2PM, desculpem qualquer erro. 


2PM não me pertence. Fic contêm relação homossexual, Homem/Homem

Insónia

Já era de noite há muito tempo. O céu já tinha escurecido e preenchendo-se de pequenos pontos brilhantes. Já todos dormiam a algumas horas, mas eu continuava de olhos bem abertos olhando o teto branco do meu quarto.

Sentia-me cansado, mas mesmo assim não conseguia dormir. O corpo doía-me, assim como a cabeça, mas não conseguia pegar sono. Os lençóis da cama já estavam todos fora do sitio. Tinha já experimentando todas as posições que conseguia, para tentar adormecer, mas nada resulta. Até já uma das minhas almofadas estava perdida no chão.

Desisto de tentar dormir, e pego no meu telemóvel e começo a brincar nele. Tinha esperanças que me pudesse distrair os meus pensamentos e desactiva-los para poder dormir. Mas novamente não resultou. Inconscientemente fui até a pasta onde tenho as fotos, um erro extremamente grande no momento. O que mais queria esquecer naquela noite, era o que eu tinha mais fotos. Fico a olhar para elas como se fosse ouro. Nem sei explicar quando foi o momento que me vi enfeitiçado por ele, mas cada dia que passava me sentia mais atraído. Tê-lo tão perto, mas tão longe do que eu desejava, começava a sentir-me mal.

Passo as fotos vagarosamente para dar-me tempo de e as decorar. Já conheço cada linha do seu corpo, do seu rosto. Mas mesmo assim precisava de rever sem conta para saber se não ouve alterações. Sei todos os seus gostos e os seus hábitos e vícios. Ele podia ser o meu quebra-cabeças e os meus pensamentos diários. Conhecendo tão bem, não conseguia entende-lo. Inicialmente pensei que ele fosse transparente aos meus olhos, mas afinal é tão opaco que não consigo entender os seus sentimentos, se eles existirem.

- AHHH - Gritei mais alto do que desejava. Tinha esquecido completamente o meu colega de quarto. Só me lembrei dele quando o ouço remexer-se na cama. Congelei instantaneamente, não queria ser culpado de o ter acordado. Os segundos passaram, que levaram a minutos, e ele mantinha-se a dormir. Respiro aliviado. Agora o silencio do quarto era preenchido pelo ressonar dele. Mas nem liguei, a minha mente estava tão longe, que aquele barulho irritante não me incomodava. Acredito que ele ressonava alto, como era habitual nele quando estava um bocado constipado. Mas tinha problemas maiores no momento. Ansiava por poder dormir. Ansiava para o poder esquecer, tira-lo da minha mente e poder voltar tudo ao que era dantes. Começo a jogar, quando o meu telemóvel anuncia nova mensagem. Nem liguei se já eram três da manha, vendo que era ele a mandar a mensagem, amaldiçoei o mundo para uns vinte mil anos.

“Consegues dormir? Eu consigo ouvir o Junho a ressonar aqui”

Li a mensagem umas cinco vezes, até reparar que o meu colega estava a ressonar alto de mais. Com preguiça levanto-me e vou até a cama dele. Tapo-lhe o nariz, e passado alguns segundos ele remexe-se e pára de ressonar. Suspiro de alivio por ele não ter acordado, e dirijo-me novamente para a minha cama. Mas mal me sento nela, ele volta a ressonar. Irritado, volto-me a levantar e aproximar-me dele.

- Fogo Junho, pára de ressonar! - Digo mais para mim do que para ele. Novamente ele não acorda. Sem paciência, e com consideração aos restantes membros da casa, empurro-o fazendo com que fique deitado de barriga para baixo. Ele tinha um sono pesado, que com o movimento bruto ainda mantinha-se a dormir. Finalmente o silencio tinha voltado a dominar o local. Volto para a minha cama mas não me deito. Pego no telemóvel e digito uma rápida mensagem para o homem dos meus pensamentos.

“Vai dormir, Taecyeon. Eu acho que ele não voltará a ressonar. Desculpa ter demorado a faze-lo parar.”

Largo o aparelho em cima da cama, e saio do quarto, esperando ganhar sono. Mesmo o corredor estava vazio. Podia-se ouvir o respirar de todos e alguns ruídos das camas a mexerem-se. Eram os sons habituais àquela hora. Fico alguns segundos encostado à porta do meu quarto, olhando para o fim do corredor, onde eu sabia que ele estava a dormir. Só decidi sair dali, porque as minhas pernas estavam cansadas de suportar o meu peso.

Arrastei-me pelos corredores sem muita vontade. Tinha cada vez mais vontade de dormir à medida que o tempo passava. Mas o meu corpo parecia que não ia-me obedecer. Vou até à cozinha, se calhar era o meu estômago vazio que estava a estragar-me a noite. Até a minha mente tenta arranjar as desculpas mais estúpidas que existem. A minha viagem até ao externo da casa foi em vão. Não havia nada naquela cozinha que não tivesse de ser cozinhado para comer, só havia bananas e isso só se quiser ser morto pelo Chansung é que ia comer. Podia arranjar algo, mas a preguiça é muita.

A casa começou a ficar pequena, no meu ponto de vista, então sem me importar com o barulho, corro até à varanda mais próxima, aproveitando o ar puro da noite. Empoleiro-me nas grades e deixo o meu tronco cair para fora da varanda. Seguro-me fortemente as grades, não tinha a intenção de cair. A única coisa que queria que cai-se era o meu amor por Taecyeon. Certamente o sono está-me a fazer mal, no meu próprio juízo não ficaria naquela posição à espera do impossível. Com algum esforço volto para a posição vertical correcta. Ainda fico alguns segundos a sentir-me tonto, devido ao sangue ter-me subido a cabeça. Mas o ar fresco da noite fez com que fica-se melhor rapidamente. Fico ali parado a ver a paisagem nocturna à minha frente. As luzes dos prédios, quase todas apagadas, fazendo assim só as luzes dos candeeiros de rua é que iluminavam o local, assim como a pequena lua no céu. Já poucos carros passavam na rua. Toda a cidade já dormia, menos eu. E ver isso com os meus olhos, tornava a minha situação mais irritante.

Atiro-me para o chão frio e olho para aquelas pequenas luzinhas no céu. Eu amaldiçoo-me por estar a parecer uma adolescente apaixonada. Se bem que não estava numa situação muito diferente. Tirando de já não ser um adolescente e ser rapaz. E para piorar tudo, estar apaixonado por um homem, o que faz de mim gay, e ele pertencer à mesma banda que eu.

Fui tão má pessoa na vida passada? Às vezes acho que tudo serve para castigar-me de algo que eu fiz.

Eu só queria puder dormir. Mas aquelas fotos não me saem da cabeça. A porcaria de escândalo que ele envolveu-se de novo. Com a mesma miúda. Até tenho de por a hipótese de eles terem mesmo um caso, como todos acham. Mesmo ele negando… Mas eu não consigo não ter ciúmes. Eu só queria dormir e esquecer aquela merda. Ele em si não me sai da cabeça todas as noites, mas sempre consigo adormecer e ter sonhos bons. Mas hoje se fecho os olhos, vem aquelas fotos de novo a minha mente.

- Foda-se, Wooyoung és tão estúpido. - E agora voltei a falar sozinho.

O vento começa a ficar insuportável, então decido ir para dentro. Deito-me no sofá e ligo a televisão. Com o som no mínimo, não queria mesmo nada ter a casa toda de volta de mim a perguntar porque não conseguia dormir, começo a fazer zapping pelos canais. Nem sei se procurava algo para ver para ganhar sono ou se era uma imagem para substituir as que me atormentam. Irritado com o piscar, do mudar de canal, deixo ficar parado em um canal qualquer infantil. Nada melhor que uns bons desenhos animados para distrair. Pelo menos espero eu.

Fico ali deitado, a olhar para a televisão. Os olhos devem estar secos de concentrado que eu estava nos bonecos. Sabia mesmo bem estar a rever algo infantil, são os melhores. Estava tão concentrado na televisão que nem tinha reparado que alguém aproximava-se. De repente sinto os meus pés a serem tirados do sofá e alguém a sentar-se no lugar deles, e a puxar de volta os meus pés para cima. Sento-me rapidamente assustado. Olho para o lado e vejo a única pessoa que não queria ver.

Lá estava ele. Sentado ao meu lado, com os meus pés no colo dele, com a cabeça apoiada na mão a olhar fixamente para a televisão.

A televisão era a nossa única fonte de luz, o que dava ao local um ambiente, estranhamente, confortante. Eu podia ver todos os seus belos traços com a luz, o que me fez ficar a olhar para ele fixamente. Mas ele não notou, ou não se importou. Estava com um ar calmo e não parecia irritado por estar a sofrer de insónias, como eu.

- O que estas aqui a fazer? - Quebro o silencio. A minha voz saiu fraca e tremida. Odiei parecer fraco ao dizer aquilo.

- Não é obvio? - A voz dele saiu mais normal que a minha. Mas não entendi a porcaria da resposta. Quem ele julga que é para me responder com outra pergunta. - Tu não consegues dormir, não é? - Óbvio que eu não consigo dormir. Mesmo assim senti-me tímido com aquela pergunta. Mas apenas afirmei com a cabeça. Ele continuava com a cabeça virada para a televisão, mas sabia que ele estava-me a olhar pelo canto do olho. - Então, estou a fazer-te companhia. - O meu mundo parou naquele instante. Aquela resposta certamente não estava na lista das possíveis que eu iria ouvir. Mas tive a certeza que o tempo tinha parado, quando ele se vira para mim e sorri. Fiquei tão atordoado que os movimentos dele, de ajeitar-se melhor no sofá, puxar-me novamente os pés, que teimavam a escorregar-lhe do colo, foram em câmara lenta.

Acho que fiquei tempo de mais a fixa-lo e sem me mexer. Nem sei se respirei ou pestanejei. Eu só conseguia olhar para ele, decorar os traços que já tinha decorado, e sentir o calor das suas mãos agarrar-me os pés para manterem-se no colo dele.

- Estás bem? - A voz dele desperta-me dos meus pensamentos. Ele olhava para mim com um olhar preocupado? Eu não consigo estar em mim perto dele, e isto a esta hora torna-se pior.

- Sim. - Simplesmente respondo. Ia para me deitar, mas ele prende-me pela cintura. O que se passou a seguir foi tudo muito rápido. Num momento ele estava sentado na outra ponta do sofá, e a seguir estava deitado atrás de mim, com um dos braços a servir de almofada e outro a segurar-me a cintura. As minhas costas estavam coladas ao peito dele, que conseguia sentir o seu batimento cardíaco e a sua respiração. A cabeça dele estava apoiada sobre a minha, e a respiração dava uma sensação agradável a bater-me no cabelo. Tinha as pernas mais a beira possível do sofá, mas ele acaba por prende-las entre as suas. Assim o nosso corpo fica todo em contacto.

O meu coração deve ter esquecido como funcionar correctamente. Batia tão rápido que parecia que a qualquer momento rompia-me o peito. Mas era tão bom sentir o calor dele no meu corpo.

Não sei bem porque ele tinha reagido assim. Por muito próximos que podíamos ser, nunca vi nenhum de nos a ter uma atitude assim. Será que significa que ele também gosta de mim? É obvio que não pode ser isso. Deve estar com sono como eu, e nem sabe o que está a fazer.

- Wooyoung. - Ele sussurra o meu nome de uma forma tão doce, que acho que derretia os glaciares do pólo norte. - Porque não consegues dormir? - Ele está preocupado comigo?

- Penso em coisas que não me deixam dormir. - Respondo sem me importar se ele percebe. Uma das mãos dele começa acariciar-me o cabelo de forma lenta. Era um toque intimo de mais. É muito estranho ele estar a reagir assim. Mas agora não quero-me preocupar com isso. Poderia ser a única vez que iria ter algum carinho, que pudesse parecer amor, vindo dele. Só quero apreciar o momento calmo com a pessoa que amo.

- Dorme Wooyoung. Estás tão cansado. - A voz dele saiu ainda mais baixa. Ele parecia que estava adormecer, assim como eu. Com muito cuidado e de vagar, viro-me nos seus braços ate poder esconder o rosto no seu peito. Ele não parou de me pentear os cabelos, nem de me abraçar. Eu com alguma vergonha, retribui-o o abraço, e ele rapidamente aperta-me mais em seus braços. O espaço entre nós já era quase nulo. Alguém que nos visse assim, certamente iria suspeitar de algo. Mas nem quis pensar naquilo, apenas queria dormir, e nos braços dele melhor seria. Não sei quanto tempo fiquei assim, mas aos poucos deixei-me adormecer. - Desculpa Woo…

Sentia as costas frias, mas o meu corpo sentia um calor diferente dos meus lençóis. Estava tão bem, mas não queria mexer-me. Com a preguiça agarro-me mais a minha almofada. Tem um cheiro tão bom hoje. Cheira ao Taec. Acho que estar apaixonado faz com que tenha ilusões de cheiro.

De longe começo ouvir alguns passos. Se calhar é o Junho já acordado. Mesmo quando ouço os passos parados perto de mim não me mexo. Quero voltar a dormir.

- Hyungs, se tinham frio, bastava terem metido outra manta na cama. - Pará tudo, é a voz do Changsung. De repente todas as imagens da noite passada passa-me pela cabeça. Eu não estou abraçado a minha almofada. É o Taecyeon, e estamos deitados na sala. Retiro a cabeça de cima do peito dele e olho por cima do sofá, e vejo o Changsung afastar-se. Ele parecia que estava a dormir em pé, enquanto comia uma banana. Só mesmo ele para se levantar durante a noite para comer. Olho para o relógio e ainda vejo que faltam mais umas duas horas para o horário de acordar.

Olho para o Taec e ele estava também acordado a olhar para mim. Ele volta-me a puxar para o peito dele, e abraça-me com mais força. Eu queria sair dali, mesmo que o meu coração quisesse ficar, não queria que mais ninguém nos visse naquela posição, minimamente suspeita.

- Taec, temos de voltar para o quarto. Eu já vou conseguir dormir. - Disse tão baixo que duvido que ele tenha ouvido.

- Eu não quero mexer-me. Dorme mais um bocado. Acordamos antes deles. - E antes que eu pode-se responder, ele dá-me um beijo na testa, tirando-me todas as palavras. Desisto de tentar sair dali, e aproveito as poucas horas que ainda me restam.

O sol começa a entrar pela janela, e eu acordo rapidamente. Lembrava-me bem de onde estava. Com alguma dificuldade consigo desprender-me dos braços fortes do Taecyeon. Fico sentado no sofá a olhar para a janela. Estava um dia cheio de sol. A casa ainda estava silenciosa o que significava que todos estavam a dormir. Estico os músculos e viro a minha atenção para o rapaz a dormir ao meu lado. O rosto estava tão calmo, parecia um anjo. Estico a mão e com a ponta dos dedos começo a traçar as linhas do rosto. Os olhos dele rapidamente abrem. Assusto-me e retiro a mão rapidamente, mas ele segura-a. Ele estava calmo, não parecia preocupado com o que eu estava a fazer à segundos atrás.
Sem largar a minha mão, ele senta-se e fica de frente para mim. Os seus olhos olhavam directamente para os meus. E os meus não se desviavam. O meu coração começou a bater tão rapidamente, que quase que aposto que ele pode ouvir. Eu conseguia sentir a sua respiração. Era quente e confortável. A mão dele toca no meu rosto e começa acariciá-lo. Ele começava aproximar-se de mim sem quebrar o contacto. Eu não podia acreditar que ele estava aproximar-se. Ele vai beijar-me? Os seus olhos começaram a fechar. Mas eu continuava sem conseguir reagir ao que estava a passar-se.De longe começo ouvir passos e vozes. Assustado empurro-o rapidamente. Mal ele acaba de cair deitado no sofá, Junsu e Khun entram na sala. Fico sem saber se me sinto aliviado, por não terem entrado uns segundos antes, ou preocupado por estar no mesmo sofá onde Taecyeon está deitado. Sinto o meu rosto arder e de certo que estará corado. Sinto os olhos do Taecyeon sobre mim, mas nem coragem tenho de o encarar.
- Bom dia. - Dizem os dois rapazes mais velhos em sintonia. Eu forço um sorriso e respondo-lhes. Junsu aproxima-se do sofá e sobra-se sobre ele para encarar o Taecyeon que não fazia questão de se mover. Ele parecia tão calmo com toda a situação. Para ele nada disto tinha o mesmo significado que tem para mim?

- Então decidiste vir dormir para o sofá hoje? - Pergunta Junsu. Taecyeon apenas sorri inocente. Eu acho que comecei a suar suores frios. Porque estou com medo que ele diga que dormimos aqui os dois?

- Claro que não. Apenas acordei cedo e vim ver desenhos animados. Tinha saudades. - Ele aponta para a televisão que tinha ficado ligada a noite toda. Eu não acredito que ele tenha mentido.

- És uma criança. Vá meninos chega de bonecos. Venham comer, daqui nada temos de ir trabalhar. - Junsu volta para a sua postura de mãe, que ele as vezes costuma ter. Taecyeon rapidamente levanta-se e sai em direcção à cozinha na companhia de Khun. Eu mantenho-me no meu lugar, até que o Junsu leva-me empurrando para a cozinha. Cheguei lá e os dois mais velhos já estavam sentados à mesa à espera que milagrosamente a comida lhes apareça a frente. Começamos a arranjar o comer, quando os restantes dois membros chegam. Junho ainda vinha tão a dormir, que acho que não reparou na minha ausência durante mais de metade da noite. Chansung pega numa banana e abraça-me pela cintura.

- Se for preciso uma manta, eu tenho uma a mais que posso emprestar. - Ele sussurra-me ao ouvido. Rapidamente larga-me e vai-se sentar a frente do Taecyeon, com um sorriso sínico na cara. Merda ele lembrava-se de tudo ontem.

Estava sentado no camarim à espera da nossa vez de actuar. Ainda faltava uns trinta minutos, o que era óptimo para poder descansar um pouco. Eu estava sentado no sofá a tentar dormir um pouco, mas o meu olhar não queria descolar do Taec, que estava sentado no sofá na outra ponta da sala. Chansung estava sentado ao lado dele e não parava de falar com um sorriso sínico no rosto e de vez em quando lançava olhares para mim. Ele falava baixo que nem sei se o Taecyeon conseguia ouvir, ele parecia perdido nos seus pensamentos, ou então dormia de olhos abertos. Sinto algum peso ao meu lado, e vejo Junsu a sentar-se enquanto estava muito concentrado no telemóvel.

- Que porra. Esta porcaria espalhou-se rápido. - Junsu tinha uma voz um bocado chateada. Eu por curiosidade estico o olhar e olho para o monitor. Junsu estava a ler sobre o rumor do Taec. O que eu tinha esquecido a noite passada, voltou novamente para a minha mente. Se dantes estava minimamente bem disposto, acabou de evaporar tudo. - Já viste o que dizem sobre ti na internet? - Junsu eleva o volume da voz para poder chegar a outra ponta da sala.

- Estás a falar do rumor? - Teac nem se mexe, continua na mesma posição.

- Obvio. Há quem te dê os parabéns. Há quem chore. Há quem já pensa em casamento. Não podias mexer esse cu e esclarecer isto tudo? - Junsu sempre teve a mania de se stressar por causa dos nossos erros. E rumores assim muitas das vezes não eram bem vistos na nossa profissão.

- Junsu tem calma. Isso não é nada de importante. - Responde Taec sem se importar minimamente com o assunto.

- Bem pelo menos a rapariga é bonita. Não temos de nos preocupar que ele seja visto com raparigas feias. Ele tem um gosto bem refinado. - Comenta Junho tentando acalmar o membro mais velho, mas apenas recebe um olhar ameaçador dele.

Ele nem imagina quanto aquelas palavras me magoaram. Era obvio que Teac era hetro e que tinha interesse por raparigas. Ele nunca seria gay. Ele nunca iria apaixonar-se por um homem como eu. O meu olhar estava sob ele, e ele também olhava-me. Os olhos dele pareciam transmitir tristeza. Mas eram os meus que começaram a encher de água. Sem dizer nada, saio a correr do local até ao local mais escondido que encontrasse. O primeiro local que vi foi a casa de banho. Entro rapidamente escondendo-me dentro de um dos cubículos. Encosto-me a parede e deixo as lágrimas começarem a cair. Nem me importei da maquilhagem que iria ficar borrada. Só queria esquecer todas aquelas preocupações. Todas aquelas dores. Só desejava continuar deitado entre os seus braços. Abraçado a ele. Queria esquecer a porcaria do rumor, queria esquecer que ele é hetro e gosta de raparigas, queria esquecer o mundo e poder ficar com ele, não como amigos mas como amantes. Eu apenas quere-o. Apenas quero que ele me ame como eu o amo. Sinto-me egoísta por pensar assim, mas eu precisava dele. Cada dia que passava, precisava mais dele.

Quando as lágrimas secaram, saio daquele cubículo. Ainda estava tão atordoado que nem noto a presença de mais alguém. Apoio-me com as duas mãos no lavatório. Mantinha o rosto baixo, não queria ver a desgraça que tinha feito com a maquilhagem. Encho as mãos com agua e esfrego fortemente o rosto tirando toda a maquilhagem. Quando sinto que me vi livre de todos aqueles pós e cremes, levanto o olhar para o meu reflexo. Não estava com bom aspecto, mas acho que ninguém ia notar nada de mais. Respiro de alivio e viro-me para sair do local quando deparo novamente com a única pessoa que não queria ver. Taecyeon estava ali à minha frente, encostado a parede de braços cruzados. Ele mantinha o olhar serio em mim. Aquele olhar estava a fazer o meu corpo tremer. Queria poder correr dali mas os meus pés pareciam colados ao chão.

- Porque estiveste a chorar Woo? - Eu não queria nada que ele me pergunta-se aquilo. Mantive-me calado e ele esperava pela resposta. Ele desencosta-se da parede e começa 0aproximar-se de mim. - Porque estás assim? - A mão dele começa aproximar-se do meu rosto, mas alguém entra a correr pela casa de banho. Eu assustado afasto-me o máximo do Taecyeon.

- Encontrei-vos. - Junho parecia que tinha corrido uma maratona. A sua respiração estava pesada. - Temos de subir ao palco em dez minutos. Wooyoung o que aconteceu com a tua maquilhagem? - Oh bolas ele reparou  - Vá alguém mete de novo. Temos de nos apresar. - Ele pega no meu pulso e no pulso do Taecyeon e levamos de arrasto. Agradeci aos céus por ninguém ter questionado a minha falta de maquilhagem, e nem o facto de ter os olhos inchados.

O resto do dia evitei o Taecyeon a todo o custo. Mas ele sempre aparecia. Ele estava quieto de mais, olhava-me de mais e parecia triste. Junsu passou o dia a chatear-lhe a cabeça por causa do escândalo, mas ele ignorava-o à força toda. Mas finalmente a noite chegou e nós chegamos a casa. Eu assim que entrei, despedi-me de todos e fui para o meu quarto. Ele ali não ia-me perseguir. Ao menos espero eu.

Pego no meu telemóvel, e entro o mais rápido que pode na internet. Sendo eu masoquista, começo a procura de coisas sobre o rumor. E lá estavam as mesmas fotografias que eu estava farto de ver. Agora para piorar tudo tinham “testemunho” de fãs. Nem sei o que acreditar perante aquilo tudo. Sem conseguir intoxicar mais a minha mente, desligo o aparelho, e meto-me debaixo dos meus lençóis.
Ainda ouvia os movimentos pela casa. Todos estavam acordados e possivelmente na sala a ver alguma coisa inútil que passa-se na televisão. Passaram-se minutos ou segundos, não sei bem, quando a porta do quarto é aberta. Possivelmente era Junho para vir dormir, por isso nem me mexo. Mas sinto alguém ao lado da minha cama a fazer força na beira. Viro-me rapidamente e deparo-me com Taec sentado no chão com a cabeça apoiada na minha cama. Ele olhava para a outra ponta do quarto e parecia não fazer questão de se mexer.

- Hyung, está tudo bem? - Pergunto baixinho. Ele afirma com a cabeça, mas mantêm-se na mesma posição. Eu fico virado para ele observando-o banhado pela luz da lua, que penetrava pela janela ainda aberta. Ele em poucos segundos parecia que tinha adormecido. Pela casa já não se ouvia barulho excepto a da televisão. Isso significava que tinham todos adormecido na sala, o que costumava ser habito em casa. Os meus olhos começavam a ficar pesados do sono.

- Porque estás triste? - Sou acordado rapidamente do meu quase sono. Ele afinal não estava a dormir. Olho para ele e ele mantinha-se na mesma posição de olhos fechados.

- Apenas há acontecimentos que eu não queria que acontecessem. Coisas que me magoaram, e me fez ver que o meu maior desejo não será realizado. - Nem sei porque respondi tão sinceramente sem contar a verdade.

- A culpa é minha? - Ele levanta a cabeça e fica a encarar-me. Eu perdi a minha fala com aquela pergunta. Não sabia o que responder.

- Porque seria tua?

- Porque estás a evitar-me. - Ele levanta-se e senta-se ao meu lado na cama. Nos continuamo-nos a encarar. - Desculpa Woo. - Ele toca-me no rosto dando pequenas festas com os dedos.

- Porque pedes desculpas? - A minha voz saia falhada. Estava a ceder-me completamente às suas carícias. Começo a preocupar-me se cometo algum erro.

- Por isto. - E de repente sinto os seus lábios sobre os meus. Fico congelado no momento. Eu não podia acreditar que ele me estava a beijar. A pessoa que eu mais amava, a única pessoa que eu tinha dado como impossível para mim, estava-me a beijar. Não sei em que momento fecho os olhos e abraço-me a ele. Não sei em que momento o beijo se tornou tão desesperado de ambas as partes. Não sei em que momento nos deitamos na cama. Não sei em que momento o beijo parou apenas para conseguirmos respirar. Nem sei quanto tempo tivemos ali deitados a trocar beijos.

Os lábios dele eram tão macios. O sabor dos seus beijos eram viciantes e só me faziam querer mais e mais. O toque era quente e acolhedor. Tudo era diferente do que eu imaginava. Tudo era melhor. Separamo-nos quando o pouco ar que tínhamos entre os beijos já não era suficiente. Ele fica deitado na minha cama, e puxa-me para me deitar sobre o seu peito. A mão dele despenteava gentilmente os meus cabelos. Eu apenas tentava processar o que tinha acabado de acontecer. Tinha tantas perguntas na minha mente, mas faltava-me a coragem para perguntar.

- Podes perguntar. - Eu não posso não sorrir perante “adivinhação” dele. Serei assim tão transparente?

- Como sabes que eu quero perguntar alguma coisa? - Porque estou a fazer-me de difícil?

- Estás tenso. E acho que qualquer pessoa varia perguntas depois de ser beijado. - Obvio que tinha de ser isso. Às vezes acho-me mesmo estúpido. Eu abraço-o com força para tentar arranjar coragem de fazer as perguntas.

- Sobre… tu …e …a Je…

- Não há nada. Apenas encontro de amigos. - Ele nem deixou acabar-me de falar. Acho que ele sabia que eu iria perguntar isso. Era obvio. - Acreditas em mim?

- Sim. - Como poderia não acreditar. Ele retribui o meu abraço e aperta-me com força. - E sobre o que… o que acabou de acontecer.

- O que tem?

- O que significa? - Não sei se quero que ele me responda. Estou com medo que a resposta não seja a que quero. Mas não posso ficar sem saber. O que aconteceu foi algo muito importante.

- Não sabes o que significa? - Começo odiar essa mania de me responder com perguntas.

- Não. - Ele senta-se na cama e fica a olhar para mim, que não fiz questão de me levantar.

- És tão inocente Woo. - Ele tinha o sorriso mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida. Ele volta aproximar os lábios dos meus, mas pára poucos milímetros ante do toque. - Eu amo-te. - Fiquei novamente sem reacção naquele momento. Ele não juntou os lábios, ficou naquela posição durante algum tempo. Eu apenas fiquei perdido. Como é que ele me amava? Porque? Quando? Como? Eu não conseguia pensar. Eu era correspondido. Será possível não ser um sonho?

- É um sonho? - Digo tão baixo que eu mal me ouvi dizer. Ele levanta-se ligeiramente para me poder olhar. Ele toca-me no rosto limpado algumas lágrimas que começaram a cair sem eu reparar.

- Se for um sonho, é um sonho bom ou mau?

- Bom. Muito bom. - Ele volta-se a inclinar e a beijar-me. - Eu amo-te Taecyeon. - Disse entre beijos. Os beijos voltaram a ser desesperados e cheios de sentimentos. Naquele momento tudo saiu da minha mente. O rumor desapareceu. A minha preocupação desapareceu. E até o facto de vivermos com mais quatro homens, e eu partilhar o quarto com um deles, desapareceu. Não sei bem onde o Junho irá dormir está noite, mas de certo que não será aqui. O meu quarto está noite tornou-se o nosso ninho de amor. O lugar onde me entreguei pela primeira vez à única pessoa que amei verdadeiramente na minha vida.

FIM.

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