mais uma fic padackles ><"

Mar 28, 2009 18:20

Título: Sem razão
Autora: Adriana Adurens
Classificação: PG-15
Pares: Jared/outros, Jensen/outros
Avisos: faz parte do mesmo universo das outras 3 fics que eu postei antes.


“Você disse que não tinha problema!”

Jared arregalou os olhos, rindo debochadamente e tentando ignorar a expressão de decepção no rosto do amigo, “Sim, eu disse.”, ele confirmou, gesticulando largamente com as mãos, ignorando o latido de alerta de Harley, que estava incomodado com a discussão dos dois, “Mas eu não esperava que você fosse aceitar a oferta. Ou que você fosse aproveitar a primeira oportunidade--"

“A primeira oportunidade?”, Jensen quase gritou e, percebendo sua falta de controle eminente, suspirou devagar, dizendo, “Eu nunca trouxe ninguém pra cá. Nunca! Você me deu autorização para que eu trouxesse qualquer pessoa, Jared! Você me garantiu várias vezes que nós dois dividiríamos a casa igualmente e eu realmente nunca me incomodei com as garotas que você trouxe. Mesmo assim, eu te conheço, eu sabia que você poderia surtar desse jeito--"

A mesma risada debochada soou novamente, “Eu não estou surtando porra nenhuma!”, ele gritou, percebendo com o canto do olho o próprio cachorro se posicionar ao lado de Jensen, como que defendendo o loiro.

“... e eu nunca trouxe alguém pra cá por sua causa. Mas você estava viajando e eu pensei que você só iria voltar no sábado--"

“Então, você achou que era uma boa idéia chamar o vovô pra--"

Jensen estava bem diante dele, com os olhos verdes fulminando de raiva antes mesmo que Jared pudesse terminar o pensamento maldoso, “Nem pense.”, ele alertou, “O que eu faço ou deixo de fazer com os meus parceiros não te interessa em nada.”

Jared estreitou os olhos e mordeu o lábio, falando devagar, “Eles estão te usando, Jen.”

Foi a fez do loiro rir, afastando-se do amigo, “E todas aquelas garotas que passam a noite aqui fazem o que com você, Jared? Não vejo diferença nenhuma. Você gosta de sair e transar por aí? Que coincidência, eu também.”, ele disse, abrindo os braços e deixando-os cair ao lado do corpo.

Os dois se entreolharam desconfortáveis por alguns segundos. Jensen esfregou o rosto com as mãos, cansado e disse, “Eu faço a mesma coisa que você, só que na casa deles ou em motéis pela cidade... Jared, você está surtando sim e eu acho que é porque tem nojo de pensar em dois caras transando no quarto debaixo.”

“Jen, não...”, Jared foi rápido em negar, não querendo passar esse tipo de impressão ao amigo, “Eu não tenho nojo. Não é preconceito, eu juro.”

Jensen apenas balançou a cabeça com pesar, sentando-se no braço do sofá, enquanto Harley se aproximou, apoiando o focinho molhado na perna dele, “Se é isso que está te incomodando... eu garanto que ele nunca passou uma noite aqui.”.

Jared tentou não demonstrar o alívio que sentiu ao ouvir aquilo, mas já era tarde demais, Jensen já estava de pé, a determinação em seus olhos deixando o moreno receoso, “Jared, sinto muito.”

Ele entendeu logo qual era a intenção do amigo, “Não. Jensen...”

“Não tem problema.”, Jensen ergueu as mãos, calmo, “Sério, não tem problema. A gente tentou, pelo menos, não é?”, ele sorriu de lado, toda a raiva e ofensa de antes esquecida.

“Jen, não.”, Jared se aproximou do amigo, esforçando-se para não tocá-lo, “Olha, me desculpe. Me desculpe, por favor. Eu não... “, ele olhou para o teto, pensando na melhor forma de expressar o que sentia, “Por favor, não vá embora.”

“Não dá. Por que insistir em uma coisa que claramente te deixa desconfortável?”

“Jensen. Jensen, me escuta.”, ele estava começando a se desesperar, sabia disso, mas não conseguia nem ao menos controlar suas palavras, “Você nunca vai me deixar desconfortável. Nunca.”, ele deu uma risada sem graça, “Você é o meu melhor amigo, não tem como-- é impossível eu ficar -- Olha, por favor...”

Jensen voltou a sorrir, complacente, apoiando uma mão no ombro do amigo, “Você não precisa fazer isso. Depois de alguns dias, tenho certeza que vamos esquecer essa conversa toda e--"

“Não!”, Jared, se aproximou de Jensen, irritado com a calma do dele, avançando com as mãos para a cintura do amigo.

Harley já estava latindo em alerta novamente e até Sadie, que andava nervosa de um lado para o outro da sala, parou, olhando confusa os dois, sem saber se eles estavam brincando ou brigando.

“Jared!”, Jensen arregalou os olhos, colocando as mãos sobre os ombros inclinados do moreno, tentando afastá-lo, “O que você--?”, ele tentou dar um passo para trás, mas bateu com as pernas no sofá, caindo de costas sobre as almofadas.

Nesse momento, Jared ergueu-se, segurando um chaveiro na mão, que Jensen reconheceu como a chave do seu carro e a cópia da chave de casa, “Isso aqui vai ficar comigo.”

“Como é?”

Jared guardou as chaves no bolso da calça, murmurando para si mesmo, “Você não vai sair dessa casa.”, e ele olhou finalmente para Harley, que estava irrequieto entre os dois, como se notasse o animal ali pela primeira vez, “O que você tem?”, ele perguntou erguendo uma mão tentadora na direção de Jensen, observando a reação do cachorro.

Harley rosnou levemente, sem, contudo, mostrar os dentes. Jared abaixou a mão e o animal pareceu se acalmar, balançando o rabo.

O moreno, então, teve a brilhante idéia de erguer a mão abruptamente, bem acima da cabeça, como se fosse bater em Jensen, que exclamou assustado. Harley imediatamente começou a latir contra o dono, o pêlo na nuca ficando eriçado.

“Jared!”, Jensen ergueu-se, segurando a mão do amigo e abaixando-a devagar, “Não seja idiota, ele pode te atacar.”, ele voltou-se para o cachorro, agachando-se e fazendo um cafuné atrás das grandes orelhas, deixando-o mais calmo.

“Você viu isso?”, Jared disse, de repente muito animado, “Ele gosta mais de você do que de mim!”

“Claro.”, Jensen respondeu, sem compartilhar o humor do moreno, “Vamos ver a reação dele se eu socar essa sua cara idiota até sangrar.”

“Ele não faria isso com você.”

E o tom sério de Jared fez com que Jensen parasse de dar atenção ao cachorro e erguer-se desconfiado, olhando o amigo de lado, “E por que você acha isso?”

Jared suspirou, de repente envergonhado, olhando para todos os cantos da sala menos para o amigo, “Porque... Harley é um cachorro muito inteligente.”, ele colocou as mãos nos bolsos, sentindo o molho de chaves de Jensen gelado contra a palma da sua mão, “Ele está aqui para proteger... é a função dele, claro.”

“A função dele é proteger você em primeiro lugar.”

“E tudo aquilo que eu gosto.”

“Como assim?”

Nervoso, Jared intercalava o apoio do alto e robusto corpo de um pé para o outro, tentando em vão parecer calmo, “Ele sabe...”, ele gesticulou na direção do cachorro, que no momento se contentava em lamber a mão do loiro, “Ele sabe quais são as coisas que eu gosto.”

Jensen se aproximou, com uma expressão indecifrável no rosto, o que deixou o moreno muito mais nervoso, “Não me venha com essa conversa adolescente, Jared. Já me basta essa história ridícula de você ficar com as minhas chaves. O que você quer dizer com isso?”

“Você entendeu.”

“Para com isso! Para! Você está fazendo de novo!”, Jensen passou uma mão pelo cabelo, deixando os fios curtos em pé, “Você é uma pessoa imatura normalmente, mas quando fica nervoso parece pior: fica com a idade mental de um adolescente de 15 anos, hormonal e soltando um monte de frases sem sentido!”

Jared sabia que seus atos e palavras não eram os mais sensatos e adultos - como os parceiros de Jensen - mas ele simplesmente não conseguia se comportar de outra forma perto do loiro. Então, apesar de ofendido, ele sabia que a acusação tinha fundamento e, por isso, apenas abaixou os olhos, envergonhado, segurando o molho de chaves no seu bolso com força.

Jensen, porém, percebeu os músculos do braço dele movendo-se tensos e se afastou do amigo, sentando-se no sofá, “Jared.”, ele começou com um tom de voz bem mais paciente, “Qual é o verdadeiro motivo para você querer tanto que eu continue morando aqui?”

A resposta demorou para sair. Ele realmente procurou pensar bem no que dizer, na verdadeira razão por trás desse seu comportamento infantil e seu desespero em separar-se do amigo. Mas Jared só tinha vários motivos, todos pequenos detalhes, que ele não sabia como expressar de tão bobos que eram. Por fim, ele resolveu dizer o que sentia, “... eu não sei.”

Harley se aproximou novamente de Jensen, enfiando a cara no meio das pernas dele, exigindo mais um pouco de cafuné. O loiro atendeu o pedido silencioso do cachorro, dizendo baixinho, “Eu vou ficar, Jared. Não precisa esconder as chaves.”

“Desculpa... pelo drama.”, ele disse, de repente cansado, apoiando-se pesadamente contra a parede. Ele tirou a mão do bolso e jogou o molho de chaves de volta para Jensen, sentindo na hora as reentrâncias do metal fincado em sua pele reclamarem pelo movimento, “Eu...”, ele começou, massageando a palma da mão, “Ainda bem que nós sempre fazemos as pazes antes do dia terminar.”

Jensen sorriu levemente, rindo devagar, “Estou morrendo de fome e com preguiça. Quer uma pizza?”

Jared sorriu também, acompanhando o amigo até a cozinha, pegando o telefone do gancho enquanto Jensen procurava entre os catálogos de várias pizzarias o que pedir para os dois.

FIM

slash, supernatural, padackles, rps, fic, j2

Previous post Next post
Up