Didn't Want To Fall In Love

Jan 15, 2008 16:19



Título: Didn’t Want To Fall In Love
Autora: Teh (shiroyama_teh)
Categoria: Bandas
Fandom: the GazettE
Casal: Aoi x Uruha
Gênero: Drama, Angst
Classificação: +15
Sinopse: "Você acha mesmo que foi opção minha se apaixonar por você?"
Direitos Autorais: Meu pai chegou no meu quarto um dia, dizendo que estava afim de comprar algo pra mim. Algo caro, e que eu quisesse muito. Eu não precisei pensar duas vezes para lhe dar a resposta. Eu pedi todos os direitos sobre os membros do Gazette. Uma semana depois meu pai estava me entregando os papéis, e encontrei os rapazes deitados na minha cama, só me esperando!
Nota: Aoi’s POV
Nota²: Fic feita para o desafio do mês de Janeiro da comunidade Gazefics_br.
Palavra Sugerida: Crepúsculo.


Eu me pergunto quando foi que algo tão idiota como isso aconteceu.

Ah, como eu odiava olhar para aquele rosto lindo, de pele macia e traços delicados.

E, por mais que minha mente dissesse que eu odiava, meu coração só podia amá-lo e, mesmo que eu quisesse, o sentimento não mudaria.

O som de sua risada debochada atingiu meus ouvidos, fazendo algo que parecia vidro estalar e quebrar dentro da minha cabeça.

E eu me perguntava como ele podia rir depois de escutar uma frase como aquela.

Eu acho que não era motivo para riso, mesmo que ele visse graça nas coisas mais estúpidas.

Mas o que eu posso fazer? Cada um interpreta aquilo que escuta de maneira diferente.

E o loiro provavelmente estava achando que aquilo era uma brincadeira.

Infelizmente, eu não tinha nenhum plano pra lhe mostrar que, dentre tudo que eu poderia lhe dizer, o momento em que eu proferi aquelas palavras era o mais sério de todos.

E eu só queria enfiar a cabeça dele diversas vezes na parede, só pra ver se ele entendia o que eu realmente queria dizer.

E parasse de agir que nem o adolescente idiota que ele estava sendo agora.

Eu suspirei, emocionalmente cansado de uma discussão que nem começou.

Deixei meu corpo cair no sofá, me enterrando ali, tentando ir fundo o bastante para poder me concentrar.

Eu precisava achar um meio racional de lhe puxar pra realidade, e faze-lo parar de falar coisas que não estavam fazendo o menor sentido, e não tinham nada a ver com a conversa que eu iniciei.

- Uruha... - Comecei, baixo.

E nem o seu nome surtiu efeito algum contra suas palavras entrecortadas por risos histéricos e debochados.

Apoiei minha testa na palma das mãos e, logo depois, passei a mão pelo meu rosto com intensidade, tentando enfiar algum pensamento prático dentro da minha cabeça.

Mas, com a idéia que tive, eu precisava de alguém para me acorrentar àquele sofá, antes que eu agredisse o mais novo em troca de sua atenção.

Porque eu não queria mesmo gritar, e eu não o faria. Então, eu precisava de outra solução.

Mas minha cabeça se recusava a funcionar, e enfiar meu punho em sua barriga estava se tornando extremamente tentador.

- Takashima Kouyou, você pode, por favor, se calar? - As palavras deixaram meus lábios por entre os dentes, enquanto eu fazia uma força absurda para me controlar.

E a menção de seu nome verdadeiro funcionou como mágica, junto à minha voz que deve ter soado um pouco ameaçadora.

Mas seus músculos faciais começaram a se contrair levemente, e o guitarrista começou a dar sinais de que iniciaria uma nova crise de riso às minhas custas.

- Kouyou, se você começar a rir novamente... - Eu encarei diretamente seus olhos.

Meu olhar devia estar soltando faíscas, porque a raiva que eu comecei a sentir graças aos seus risos, estava tomando proporções absurdamente grandes.

- O que você vai fazer, Aoi? - E o sarcasmo estava ali mais do que propositalmente.

Eu quase podia ver o veneno pingando daqueles lábios cheios e bem desenhados que eu tanto adorava morder.

- Vai me bater? Vai desfigurar meu rosto, e me mandar para o hospital? - Ele disse, se aproximando em passos firmes, um sorriso maliciosamente sarcástico no rosto. - Eu du.vi.do.

E eu respirei fundo, fechando meus olhos e prendendo a respiração.

Eu só queria me controlar para não fazer exatamente o que ele disse que eu não conseguiria fazer.

Mas, se eu deixasse meu orgulho falar mais alto naquela hora, eu estaria sentado em seu peito, segurando-o debaixo de mim enquanto socava cada pedaço daquele rosto.

- Eu não... - Levantei, exasperado.

Aquela sala, apesar de ser ampla, estava se fechando em minha volta, me sufocando.

Eu devia parecer uma animal enjaulado, andando com tanta pressa e com passos tão fortes, em círculos.

- Foi uma frase tão... - Procurei a palavra certa, mas não encontrei.

E explicar pra ele que aquelas três palavras tão simples eram tão poderosas e tinham tanta força me parecia impossível.

Eu não sabia como explicar a importância daquilo pra ele.

E, mesmo que soubesse, acho que sua mente e seu bom senso não funcionariam o suficiente para absorver aquilo.

Pelo menos, seus olhos me diziam era que aquilo era completamente idiota.

- E o que você quer que eu faça, Aoi? - Sua voz ainda tinha aquele tom sarcástico, com uma pequena dose de sadismo. - Quer que eu continue transando com você?

E eu não imaginei que aquelas palavras fossem me machucar tanto.

Eu não conseguia achar nenhum motivo para ele tentar me ferir daquela maneira tão sádica.

- Eu não tenho culpa se você se apaixonou por mim, Yuu! - Ele disse, quase rindo.

Meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu não queria que elas ultrapassassem as barreiras de meus cílios.

- Você acha mesmo que foi opção minha se apaixonar por você? - Disse, extremamente triste e baixo, olhando em seus olhos.

- Bem, foi você quem se deixou envolver, e eu não tenho nada a ver com isso! Não jogue a culpa de você me amar em cima de mim! - E parecia que era impossível para ele não achar graça daquilo.

Como se... amar fosse uma grande tolice sem sentido.

- Uruha... Ninguém está culpando ninguém aqui... - Eu disse, sentando.

Eu não confiava mais na firmeza das minhas pernas e... talvez eu desabasse naquele chão se não me apoiasse.

Eu nunca imaginei que o loiro pudesse se mostrar alguém tão frio e insensível, a ponto de brincar com algo como aquilo.

- O que você quer, Yuu? - Se sentou despreocupadamente ao meu lado, com um pequeno sorriso sarcástico e frio nos lábios. - Eu não vou ligar se você quiser continuar transando.

Ele devia saber que estava me machucando além de todos os limites com aquilo.

Ele sabia, eu podia ver nos olhos dele que ele sabia.

- Eu já deixei de fazer sexo com você há muito tempo, Kouyou... - E aquela não parecia ser minha voz. Não era a minha voz.

Estava fraca demais, sem firmeza alguma e... completamente machucada.

Eu não sabia no que raios Uruha havia me transformado só... que ele não era aquele amigo tão doce que eu estava costumado a ter...

Mesmo que nossa relação tivesse passado, um pouco, da barreira da amizade.

Eu nunca poderia imaginar que ele seria capaz de machucar tanto alguém apenas por diversão.

Porque aquele sorriso sadicamente divertido não deixava seu rosto.

- Ah, então você fazia amor enquanto eu fazia sexo? - E eu já não conseguia mais olhar em seu rosto sem ver aquele olhar “Como ele é idiota” direcionado para mim.

E, mesmo que eu não quisesse, as lágrimas escorregaram quentes por meu rosto, levando o gosto salgado aos meus lábios.

- Por favor, Kouyou, não fala assim... - Pedi, completamente derrotado, desviando meus olhos de sua figura.

E eu imaginei que ele nunca tivera um momento de tanta diversão como aquele.

Enquanto eu era maltratado, ferido e machucado com aquela conversa toda.

Enquanto eu conhecia aquela faceta tão desumana de Kouyou.

Porque eu nunca imaginei que ele poderia ser assim, não depois de conhece-lo por tantos anos.

Ele havia me surpreendido de uma maneira inteiramente desagradável ao longo daqueles momentos, e eu preferia ter sido poupado de conhece-lo dessa forma.

Eu teria feito de tudo pra ter uma bola de cristal e prever a reação dele.

Eu poderia agüentar ele dizendo que não me amava, que não correspondia ao meu sentimento, que preferiria acabar com as noites quentes que dividíamos a criar a ilusão de que ele me amava também.

Mas nunca aquilo. Eu nunca estaria preparado para ouvir aquela gargalhada gostosa, quando ele ouviu um simples "Eu te amo."

- Aoi, pelo amor de Deus. - E ele ameaçava voltar a rir, com os braços em cima do abdômen contraído.

Eu sabia que ele estava fazendo uma força tremenda pra não rir ali, novamente.

E saber que ele não estava fazendo aquilo por mim estava me machucando ainda mais.

Eu sabia que, provavelmente, sua barriga estava doendo demais, ou as bochechas, e ele estava apenas tentando evitar mais dor.

Ele não estava tentando não rir em respeito a mim.

E eu descobri que, de respeito ao próximo, Uruha não entendia nada.

- Você está chorando, Yuu! - E aquilo parecia ser a coisa mais inimaginável do universo.

Como se chorar quando se é humilhado fosse a coisa mais improvável e mais impossível.

Ele estava tão incrédulo, os olhos arregalados, o contorno destes levemente curvado por causa do pequeno sorriso divertido em seus lábios.

E, mais uma vez, ele estava me machucando.

Rindo de meus sentimentos.

Eu só queria que tudo aquilo acabasse... queria acordar daquele maldito pesadelo com ele nos meus braços.

Meu choro apenas aumentou, as lágrimas descendo pelo meu rosto freneticamente.

Meus olhos deviam estar vermelhos e inchados naquele momento.

- Você está mesmo chorando! - E o tom de divertimento em sua voz já não podia ser disfarçado. - Quero dizer... Isso é mesmo... Verdade? Toda essa conversa era... real?

E, mais ainda, ele parecia não acreditar na verdade das minhas palavras, e de toda aquela situação.

E eu tinha que me controlar muito pra não saltar em cima dele e mata-lo sufocado.

Me contentei em abaixar meu rosto murmurando um "Sim" quase inaudível.

- Deus, não acredito. - Ele encostou-se no sofá, perdendo os olhos em algum ponto que não quis procurar.

Mas eu já sabia disso. Eu sabia que ele não acreditava, apenas por olhar em seus olhos.

Ele achava que nós estávamos em uma grande brincadeira, e que no final nós sairíamos rindo dali.

Mas ele estava redondamente enganado, e eu, provavelmente, havia quebrado todas as suas expectativas infundadas.

- Você me ama mesmo. - Ele constatou, suspirando em seguida.

E não importa o quanto ele tentasse. Ele não conseguia esconder o sorriso sarcástico do rosto.

Eu me perguntava o que, exatamente, dava forças àquele sorriso.

Porque nenhum ser humano, com sentimentos de verdade, poderia agir assim, a não ser que...

E, de repente, uma pequena luz de entendimento se acendeu em minha mente.

- Uruha... - Chamei, tentando controlar minha voz.

Eu tinha que ter, no mínimo, alguma firmeza na voz e algum controle sobre minhas pernas se queria iniciar mais uma discussão emocionalmente cansativa.

E eu já me sentia exausto só com o pensamento.

E sabia que o meu limite estava chegando, e estava mais próximo do que nunca. Eu estava a passos de desabar, bem ali.

- É a primeira vez que alguém... Ama você, Uruha? - E eu sabia que aquela pergunta ia pegá-lo de surpresa. - Quero dizer... de verdade?

Meus olhos se estreitaram, e eu não sabia direito como conduzir um assunto como aquele.

E, mesmo que eu não quisesse machuca-lo, acho que... aquela foi a única solução que eu encontrei para faze-lo se sentir do mesmo jeito que eu.

Não por vingança. Era mais para... alerta-lo sobre como aquilo machucava, doía.

Ninguém pode brincar com um sentimento tão importante como amor.

É simplesmente... baixo demais.

E sua reação foi exatamente a que eu esperava.

Ele praticamente deixou de respirar, e ficou sério na mesma hora. Os olhos se arregalaram ligeiramente e os lábios ficaram entreabertos, por onde deixou uma respiração, que recomeçou ofegante, sair.

Mas logo ele estava começando a rir novamente, meu plano surtindo efeito.

Eu podia ver, agora, exatamente o porquê de suas risadas, achando que nada poderia ser mais idiota.

Decidi avançar um pouco, suspirando.

Me virei em sua direção, e mais lágrimas caíram de meus olhos, quando eu notei o quanto aquilo o machucaria.

Porque, mesmo que ele tivesse sido um imbecil, eu não queria faze-lo sentir metade do que eu senti.

Eu estava, na verdade, confuso demais.

Mas continuei meu plano, tentando esconder dos meus olhos toda a minha ansiedade e confusão.

- E você, Kouyou?

Seu riso foi parando gradativamente, e imaginei que ele deveria estar pensando na seriedade da pergunta que eu faria em seguida.

Me aproximei dele, nossos rostos absurdamente próximos.

E eu sabia que ele não se afastaria, não depois de eu ter me dirigido diretamente à ele.

Minha voz saiu baixa em seu ouvido, provocando-o com um tom grave e levemente sensual.

- Você já se apaixonou? Você já amou alguém? - Alfinetei, me afastando dele logo em seguida, com brusquidão.

Ele não respondeu.

Vi seus olhos mergulharam em algo parecido com tristeza e uma ponta de melancolia.

Seus punhos se fecharam e eu só pude pensar que ele deveria estar se controlando para não pular em cima de mim.

Então agora ele sabia como eu havia me sentido minutos atrás, quando ele começou a rir de mim.

Rir do que eu disse que sentia por ele.

Foi aquele jeito que ele encontrou para se proteger do fato de não saber lidar com um sentimento tão confuso quanto o amor.

Ele ria. Fingia achar graça, quando, no fundo... ele devia sentir uma frustração enorme.

Seus olhos estavam quase úmidos, e eu não consegui ver o porquê de ele querer chorar naquela hora.

Fui eu quem foi atacado ali, não ele!

- Yuu, você não devia... simplesmente não podia...

- Brincar com você desse jeito? - Completei, arqueando as sobrancelhas.

Ele não respondeu.

Eu levei meus dedos aos olhos, secando as lágrimas e em seguida seus rastros pelo meu rosto.

Deixei o ar sair de meus lábios entreabertos. Estava cansado demais de tudo aquilo.

- Kouyou, você... me machucou demais. - Disse, tentando controlar as lágrimas que, novamente, queriam brotar de meus olhos.

Mas notei que as do loiro haviam sido mais rápidas e já desciam por sua face bela.

Eu não pude impedir meus dedos de agirem por conta própria, tocando sua face com carinho enquanto secava a gotas de seu rosto.

E, mesmo que estivesse me sentindo miserável depois de escutar tudo aquilo dos lábios que eu amava beijar, tudo que eu queria era abraça-lo.

- Isso não se faz, Kou... - Disse, me ajeitando no sofá, descendo minha mão para envolver seus dedos. - Eu... Eu não merecia tudo que escutei de você.

Eu só podia imaginar que queria tomar, mais uma vez, aquele corpo para mim.

E dizer-lhes todas aquelas juras de amor, sendo recompensado com um sorriso.

Eu queria que tudo voltasse a ser como antes, quando apenas transávamos por prazer, antes de eu me apaixonar.

Meus dedos se fecharam em volta dos seus, apertando com força.

- Acho que você nunca vai entender como eu me senti, Kouyou.

- Como eu poderia, se tudo que eu senti anos atrás nunca foi real, Yuu? - Ele começou, quase desesperado, os olhos buscando os meus.

E parecia que ele só queria uma resposta. Mas eu não poderia lhe dar isso.

Ele teria que buscar sozinho.

- Isso não lhe dá o direito de ser desumano e... machucar os outros. Você foi um idiota e... eu estou magoado com você, Kou.

Finalmente, consegui a força que eu precisava para me levantar daquele sofá e me afastar o máximo que eu pudesse dele.

Caminhei em direção á porta, imaginando o quão difícil seria dizer adeus à ele.

Porque eu não sabia se ele viria atrás de mim, pediria desculpas, ou algo do tipo.

- Aprenda, Kouyou... Apenas... aprenda a lidar com isso e... Tente não machucar a próxima pessoa que vier lhe dizer que te ama.

Eu disse, triste, deixando lágrimas sem fim cair de meus olhos enquanto eu abria a porta de seu apartamento.

Olhei para trás, procurando a figura do loiro, não sabendo quando o veria novamente.

Fiz questão de gravar todas aquelas formas pacíficas, que... agora eram apenas ele.

Sem a máscara do sarcasmo ou a simpatia quase falsa.

Apenas ele.

- Porque... não vai ser difícil encontrar alguém que se apaixone por você, anjo. - Meu sorriso foi mais triste do que achei que seria. - Adeus, Kou-chan.

E fechei a porta atrás de mim, encostando meu corpo na madeira trabalhada, com um suspiro.

Eu estava derrotado com tudo aquilo.

Não acreditava na dor que estava em meu peito e... tudo por causa da falta de experiência do guitarrista mais novo.

E, mesmo tendo dito adeus, eu sabia que se ele viesse atrás de mim, me pedindo ajuda e me pedindo pra não abandona-lo, eu aceitaria sem pensar duas vezes.

Porque eu sabia o quão estúpido ele podia ser, e o quão sem vergonha de correr atrás de mim depois de ter dito tudo aquilo.

Mas eu sabia que... um simples pedido de desculpas não seria o bastante para tirar aquela dor do meu peito.

Mas ainda sim, a dor não sobrepujava o amor que eu tinha por ele.

Porque ainda que ele tenha me machucado, eu o amava.

E continuaria o amando, esperando que ele se apaixonasse por mim também.

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