[SUGIZO - 音楽に愛された男。 その波乱の半生] Capítulo 2b - LUNA SEA: One Night Déjàvu

Jan 10, 2012 20:50

One night déjàvu - depois de 7 anos, o show do renascimento organizado por uma noite.

O período seguinte ao Shumaku foi, para mim, um trauma. Eu era o SUGIZO de um gênero musical major conhecido como Visual Kei e o SUGIZO que falava do Shumaku - e, mais ainda, fui bastante caluniado. No entanto eu, mais do que ninguém, não havia ainda entendido direito a maneira de ser do LUNA SEA nesse último período.

Refletindo sobre isso agora, eu acho que nós criamos coisas boas, e para isso era necessários que nós tivéssemos trocas com alguma freqüência, assim como opiniões e contradições. Musicalmente, nós não conhecíamos limites - estávamos na situação onde não havia mais opinião dos outros [de fora] quando criávamos uma música, nós entrávamos em conflitos desperdiçando nosso talento que, no final, acabou diminuindo... As opiniões dos outros se misturava e a música se apagava.

Quando eu escrevi minhas músicas da carreira solo, as pessoas me deram opiniões, claro, já que eu e meus amigos tínhamos idéias que iam tomando forma de todos os meus “partners”. Havia também a presença de outros músicos, manipuladores, engenheiros de som...

Depois do Shumaku, sinceramente, o nome do LUNA SEA me libertou. Durante os anos 90, eu tinha uma banda que conseguiu realizar várias coisas com ótimos resultados, mas como artista solo, eu tinha que lutar. Eu continuei minha carreira [solo] sempre acreditando “Eu também sou capaz”. Eu não podia, no entanto, subir mais [NT: Creio que isso tem a ver com o fato de que o LUNA SEA havia conquistado um status de lenda e não havia mais para onde crescer]. E mesmo na época do LUNA SEA, eu já estava no dilema de seguir em frente [ou não] em carreira solo.

O principal é ter emoções fortes de forma que isso poderia dar certo. Finalmente, era um estado de combate, com as emoções de um ataque. Uma força que eu não tinha desenvolvido direito. E mesmo agora, eu acho que, naquela época, em todo caso, eu negava tudo.

Eu negava a existência do LUNA SEA, do Visual Kei e a banda também começou a evitar a imprensa. No entanto, nas revistas apareciam espécies de clones [nossos]. Hoje, eu acho que isso é algo lisonjeador, mas na época isso me dava raiva. E durante um bom tempo eu continuei a negar todo meu passado.

Dezembro, 2007 - 7 anos depois do Shumaku, nós voltamos ao Tokyo Dome para o GOD BLESS YOU ~ONE NIGHT Déjàvu~, limitado a uma noite.

Esse projeto não foi previsto por nenhum dos integrantes da banda, mas nós recebemos propostas do nosso staff e, rapidamente, estávamos em fase de discussão. Na verdade, eu pensava “isso não é possível”, porque na época eu estava completamente imerso na música de improvisação. E depois, eu estava ligado a um ativismo político e ambiental. Eu fazia festivais com gente de todas as raças com as quais eu me reunia em cena. Em uma palavra, era uma época onde eu estava muito longe do rock.

Eu fazia “sessions” com músicos de todos os gêneros musicais, eu tocava minha guitarra com qualquer um e fazia improvisos. O resultado disso é que eu me desenvolvi muito como guitarrista. Eu não pensava em um renascimento do LUNA SEA. Em determinado momento, ocorreu algo que mudou a direção dos eventos: eu encontrei Yoshiki, que eu não via há 6 anos. Nós falamos por um bom tempo, e conversamos sobre o S.K.I.N.

S.K.I.N. era composto por Yoshiki e Gackt que haviam se juntado para fazerem alguma coisa juntos. Depois, em 2006 Miyavi entrou e o grupo começou a se formar, mas eles se perguntaram: “como ter um outro lead guitarist?”

Mas, na época, como eu gostava de dance music ou de jazz avant-garde, eu disse “no momento, eu não estou interessado no rock”. “Mas nós queremos tocar com você, Sugizo”. Eu pensei um pouco e disse “me dê algum tempo para pensar” e depois encontrei Yoshiki uma segunda vez, em Los Angeles. Nós mal falamos sobre isso, mas tudo acabou com “vamos tocar juntos, então!”. Isso era no meio do ano de 2006.

Eu respeitava muito uma “dance unit” conhecida mundialmente e, em 2006, eu entrei no Juno Reactor. A partir daí, eu tive muitas oportunidades de tocar no exterior e, depois, no S.K.I.N. em 2007, eu subi ao palco para um festival que teve sua abertura em Los Angeles. Não sei por que, mas a quantidade de fãs que nos esperava era imensa. Foi ali que eu me dei conta, pela primeira vez.

Naquele tempo, com Yoshiki, eu mudei meu jeito de pensar. Ele tem sua vida, sua música e ele pensava em como reativar a cena [do rock]. Ele tinha coisas que deveriam criar e erguer [essa cena]. E isso começava com os artistas japoneses que abriam aquele evento [NT: esse evento onde o S.K.I.N. tocou e outras bandas participaram foi o J-Rock Revolution, em 2007]. Na época, Yoshiki me deu conselhos, dizendo “o mundo inteiro pede por isso, você deve voltar com o LUNA SEA. Não é que nós sejamos ligados a uma força que venha do mundo todo, mas isso vai fazer a cena japonesa ser reativada”. Eu estava mais cético. “Você acha?”

Já tinha 7 anos que o LUNA SEA não se unia, era algo velho. E depois, nós marcamos um encontro em um bar de vinho em Aoyama, onde falamos do Shumaku. Era o dia anterior à minha partida para Los Angeles para tocar com o S.K.I.N.

Durante todo o tempo de pausa, ninguém nunca se falou - exceção feita à Shinya, que tinha tocado bateria para mim em algumas gravações e feito alguns shows comigo. Nós nos falávamos por meio dos nossos managers. Durante esses 7 anos, eu não sabia os números de telefone dos outros membros porque eles tinham mudado o número do celular.

No entanto, eu pensava que poderia ser legal tentar. Quando fui a esse encontro, no bar, eu me perguntava... E se nós não estivéssemos em acordo quanto ao encontro? E se tivessem brigas? Nós deveríamos nos falar nesse encontro...

E realmente, quando todos os cinco se reencontram, apesar de não nos termos visto depois de tanto tempo, o clima era bom. Os meses, os anos se passaram e nós tínhamos virado adultos.

O encontro foi longo, as discussões também, nossas opiniões recíprocas passaram, as respostas vinham de todos os lados... E bom, seria um único show, limitado a uma noite e nesse momento, nós decidimos que faríamos o nosso melhor.

Depois de alguns meses, antes de fazer qualquer coisa relacionada à música, nós fizemos o ensaio para o panfleto e a foto promocional. Depois de 7 anos, realmente, todos os cinco estavam alinhados de novo com um mesmo objetivo, e as emoções eram profundas.

Novamente, houve uma mudança profunda nos nossos estados de espírito - e, quando tivemos nosso primeiro dia de ensaio, quando todos os cinco tocaram juntos depois de muito tempo, não houve hesitação. Nós sentimos que não havíamos esquecido nada durante esse longo intervalo. E depois, eu respirava aquela época onde eu tive os sentimentos mais importantes. Foi, para todos os cinco, como uma fase de treino onde o poder da nossa música tocada há sete anos era comparável. Nós nos entendíamos bem e não havia discórdia, ainda que os gostos musicais fossem diferentes.

Nesse instante, o trauma que o LUNA SEA havia me causado não existia mais. Sinceramente, no primeiro dia de ensaios, eu notei que as nossas sensações tinham mudado radicalmente.

Ali, juntos, era como se estivéssemos na época da escola, vivendo como uma família de amigos de infância que não tinha mais abismos entre si. Como amigos que podiam comer à mesma mesa, no mesmo endereço. Houve um tempo para se liberar, houve o tempo para superar as nossas diferenças. Nós nos respeitávamos como músicos e eu acho que isso era maravilhoso, de fato.

Nós pensamos “vai ser ótimo trabalhar junto, nossa música é genial!”. É difícil de dizer, mas eu acho que em 2007, todos os nós que existiam se desfizeram.

Hoje, quando eu penso que eu fui capaz de viver renunciando o LUNA SEA! (...) Não, isso não é possível. Até 2007, eu pensei que tinha falhado na minha vida. Nos anos 90, eu tinha repetido as falhas. Mesmo se o sucesso existisse, eu não achava que esse era o sentido da minha vida - era apenas uma aparência.

Durante 7 anos depois de 2001, eu pensei que LUNA SEA impedia a minha carreira solo. Como fazer? Eu, o guitarrista do LUNA SEA, que era visto por meio de um prisma. As pessoas me superestimavam como músico.

De qualquer forma, nas minhas reflexões, eu me disse que foi o segundo encontro com Yoshiki que se ligou ao renascimento do LUNA SEA. Hoje, eu acho que amo meu passado. Eu vou em direção a uma boa vida, acredito eu. Com certeza, se nós não tivéssemos revivido em 2007, por uma noite, não haveria mais o LUNA SEA e não haveria mais de mim também.
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