(no subject)

Dec 03, 2009 22:09





7 Lifes

~満月の猫のcurse~

(Mangetsu no neko no curse)

「capítulo 01.」

「山P p.o.v.」

Entrego uma xícara de café à pessoa a minha frente, que sorri em agradecimento antes de recebê-la. A única coisa que sei a seu respeito é seu nome: Keiichiro Koyama. Depois de ter acordado com ele a meu lado, após meu estado de choque, emprestei algumas roupas minhas já que deixá-lo naquele estado, enrolado apenas com meu cobertor... Hum... Não. Definitivamente não era bom. Para poder pensar com clareza fui fazer café e agora apenas encaramos um ao outro sem saber o que dizer.

-Hum... - ele começou a dizer - sei que é meio difícil acreditar...- ergo uma sobrancelha e ele suspira - tá... Confesso que se fosse comigo eu também não acreditaria, mas será que pode me escutar até o final? Acho que depois de ter me salvado, você tem um certo direito de saber disso...

Fiquei em silêncio e comecei a beber meu café, enquanto ele começa a contar sua história.

-O gato que você salvou, sou eu. Minha família é... hum... digamos que ela seja amaldiçoada. E essa “maldição” que possuímos nos transforma em gato em noites de lua cheia. É basicamente isso.

-Sinto te dizer isso, mas... Maldição? Não consigo acreditar ainda. - ele apenas deu de ombros.

-O Japão é um país que em seu passado tem tantas lendas e tudo mais que predominam até hoje... Com tantas lendas, mitos e maldições, não é difícil achar que algumas delas sejam reais. - tive que concordar nesse ponto - de qualquer forma, não estou pedindo que acredite em mim, apesar de que seria bom...

De novo, estávamos em silêncio. Apesar de ser uma história difícil de crer, eu começava a ficar em dúvida. Por que diabos Koyama tinha que ter os mesmo olhos que aquele gato? Suspirei e Koyama se mexeu inconfortável na cadeira.

-Olha... Eu agradeço a sua ajuda, sua bondade e hospitalidade, mas... Eu acho que é melhor eu ir... Eu... Posso devolver depois suas roupas... - concordei e logo fui deixado sozinho na cozinha.

Encosto a cabeça na mesa e fico olhando o relógio na parede. Os ponteiros estão movendo de forma tão interessante hoje... Ouço uns barulhos estranhos vindo da sala, franzindo o cenho. Agora o gato resolveu me roubar? É isso? Me levanto e vou até a origem dos sons.

Tá. Essa é a cena mais bizarra que eu já vi na minha vida: a porta do meu apartamento está aberta e mesmo Koyama dando impulso e correndo em direção à ela, ele é jogado para dentro como se houvesse uma parede invisível ali. Pisco os olhos e balanço a cabeça. Devo estar vendo coisas. Mas quando olho novamente, a cena se repete. Dessa vez Koyama senta no chão com a respiração ofegante.

Caminho calmamente até a porta e ergo minha mão. Claramente não há nada impedindo a passagem aqui. Entro e saio do meu apartamento sem problema algum. Observo Koyama sentado e sem aviso prévio o ergo em meus braços, como se fosse uma noiva, e no susto, ele passa seus braços pelo meu pescoço para não cair. Quando eu tento passar pela porta agora com Koyama em meus braços, abro minha boca e faço um 'oh....' apesar de não sair voz alguma. Desço Koyama de meus braços, que tenta erguer a mão para a porta, não conseguindo passar dela, claro. Qual era a conversa anterior mesmo? Maldição...?

Depois de segundos, ainda olhando para sua mão que não conseguia passar pela porta, Koyama pergunta:

-Yamashita-san... Por um acaso você me adotou...? Quero dizer, - corrigiu-se rapidamente- por acaso você adotou o gato de ontem?

-Eu levei para o veterinário - disse, explicando sem entender - trouxe para o meu apartamento e estava cuidando dele então acho que sim, por quê?

Se virando em minha direção, pude perceber seu rosto empalidecer um pouco, os olhos meio arregalados e estava engolindo seco.

-Porque... É exatamente por isso que não consigo sair - fico esperando o resto da explicação e ele desvia seu olhar de mim - Hum... Acho... Que sou forçado a contar a “maldição” da minha família em detalhes para você entender Yamashita-san... - dizendo isso, ele desmaia e me alegro um pouco pelos meus reflexos, caso o contrário, ele estaria no chão, e não em meus braços.

「小山 p.o.v.」

Onde estou? Está escuro, não enxergo nada... Olho para os lados mas não vejo nada. Escuto um barulho de meu lado esquerdo, virando a cabeça rapidamente, apenas para encontrar algo preto e branco e peludo. Suspiro aliviado.

-Nyanta! Aonde estamos? Que lugar é esse?

Meu gato se espreguiça e boceja, acabando de acordar.

-Ora essa... - sua voz ecoa em minha cabeça, apesar de sua boca não mover - você desmaiou, não se lembra? - começou a lamber suas próprias costas, se “limpando” - apesar de tudo, você estava entre a vida e a morte ontem, -disse exagerando, porque se fosse verdade, eu não teria voltado a minha forma humana e talvez nem teria acordado - não é de se espantar que seu corpo não esteja recuperado.

Passo a mão pelo meu cabelo nervosamente, procurando a saída, apesar de já saber que é inútil.

-Eu não consigo sair do apartamento dele. O que eu faço agora? - apesar de gatos não terem sobrancelhas, podia jurar que ele as estava arqueando agora.

-Você conhece as regras tão bem quanto eu Keiichiro. Não há nada que eu possa fazer quanto a isso. Vai ter que se acostumar com a nova casa. Não vai ser difícil. Teve sorte que a pessoa que te encontrou ontem é bondosa desse jeito.

-Não estou reclamando de Yamashita-san! - bufei - Mas não acho que seja uma boa idéia ter que invadir sua casa assim. Ele não acredita na minha história ainda! - percebi o olhar divertido de Nyanta - que foi? Falei alguma coisa errada?

-Não... Nem um pouco. Mas me surpreende que goste dele a ponto de defendê-lo de mim, apesar de eu não ter-lo ofendido. - senti meu rosto corar ao ouvir isso - De qualquer forma, pode se oferecer a cuidar da moradia dele como forma de compensá-lo, não é como se você fosse conseguir sair daí por um bom tempo mesmo. E sobre a nossa história, hoje ainda é noite de lua cheia, então ele será forçado a acreditar depois.

Abri a boca para falar mais alguma coisa, mas de repente ouvi alguém chamando meu nome. Que estranho... De quem é essa voz? Observo os olhos de Nyanta brilharem mais ainda, como se estivesse rindo, o que me fez ficar mais confuso ainda.

-Não é hora de você ir? Pelo que vejo, estão te chamando. Ah, pode deixar que eu conto as novidades para todos aqui. - com isso, tudo voltou a ficar escuro.

-Koyama! Koya... - abro um pouco os olhos, piscando, tentando fazer minha visão entrar em foco - Koyama!

-Yama...shita-san?

-Você está bem? Você apagou do nada faz uns cinco minutos... - aceno com a cabeça, ainda meio zonzo e percebo que estou deitado no sofá de sua sala - Agora que você acordou, eu vou preparar o almoço... Se quiser, pode dormir mais um pouco. Quando estiver pronto, eu te acordo. - concordei com a cabeça e vi Yamashita-san indo para a cozinha antes de fechar os olhos. Yamashita-san é mesmo muito gentil...

Hum... Que cheiro bom... O que será? Parece gostoso... Ouço Yamashita-san me chamar em um tom suave. Creio que o almoço esteja pronto então. Me sento, e ainda um pouco desnorteado, olho para a mesa da sala, onde há uma travessa com macarronada, dois pratos, dois copos e uma jarra de suco. Me sinto meio mal. Além de Yamashita-san me achar, cuidar de mim, ainda estou dando tanto trabalho... Minha barriga ronca, o fazendo rir e me fazendo corar.

-Acho que fiz bem em te acordar então - o divertimento claro em sua voz.

-Eu não tenho culpa se não comi nada desde ontem à tarde, quando peguei aquela chuva... - murmurando um 'itadakimasu' rápido, começo a comer - Hum! Que delícia! Yamashita-san cozinha muito bem! - sorri enquanto comia mais um pouco.

-Ou você está com tanta fome que mesmo se comesse pedra, ia achar gostoso... - parei um pouco de comer, fingindo pensar antes de responder.

-É, isso também... - ouço seu 'hey!' indignado, nós dois rindo logo depois.

「~*~」

Depois do almoço, consegui convencê-lo a me deixar lavar a louça, mas como ainda não conhecia muita coisa de seu apartamento, Yamashita-san ainda teve o trabalho de enxugar e guardar as coisas. Mas foi bem divertido até. Conversamos bastante e acabei descobrindo que Yamashita-san trabalha como modelo, mas tinha tirado alguns dias de folga. Não me surpreendi quando me contou sobre seu trabalho, quer dizer, Yamashita-san realmente é uma pessoa de beleza extrema mesmo sem maquiagem alguma e o cabelo bagunçado como está agora. Balancei a cabeça, voltando a me concentrar no que estava fazendo.

-E aqui é onde eu guardo as toalhas. Já que não sabemos até quando você irá ficar preso aqui, sinta-se em casa. Não precisa ficar esperando minha permissão para fazer algo. Caso você faça algo que me incomode, eu te direi, então relaxa, tá? - sorrio agradecido e ele sorri também, olhando para o relógio que marcava três e meia depois - bom... Eu tenho que sair para fazer umas compras, acha que ficará bem sozinho? - afirmo com a cabeça e ele sorri satisfeito - eu volto logo, ok? - dito isso, sou deixado sozinho no apartamento que acabou virando meu lar.

「~*~」

Nunca pensei que em apenas duas horas e meia eu iria sentir tanto tédio assim na minha vida. E olha que eu tentei arranjar várias coisas para fazer: limpar a sala, ajeitei a cozinha, arrumei os quartos e até lavei o banheiro! Pra piorar, não tem nada de interessante na tv. Yamashita-san está demorando muito... Será que ele esqueceu de mim? Incomodado, balanço a cabeça para espantar esse pensamento. Ah... Já sei! Sorrindo, vou até a cozinha arregaçando as mangas. Vou preparar a janta! Só espero que ele goste... Porque eu não sei do que ele gosta ou não... Sorrindo novamente, volto a cozinhar.

Sorrio satisfeito ao observar a mesa de jantar. Tudo pronto! Só espero que Yamashita-san não demore ou a comida irá esfriar. A porta do apartamento se abe e um 'tadaima' é ouvido. Ótimo! Meu sorriso se alarga. No tempo certo! Quando vou falar algo, Yamashita-san se adianta.

-Wow! Que banquete é esse? - banquete? Que exagero. Só assei o peixe, fiz missoshiro, batata frita, refogado de legumes, guioza... Coisas básicas não é?

-Espero que não se incomode de eu ter mexido na sua cozinha. Acabei de preparar, então melhor comermos antes que esfrie... - ele consente, se sentando rapidamente à mesa.

-Hum! Isso é bom! Aonde aprendeu a cozinhar?

-Minha mãe. - dou de ombros, começando a comer - fico feliz que tenha gostado. Se quiser, eu posso ficar encarregado da cozinha como forma de compensar a minha invasão. - eu falo em um tom sério, mas ele apenas ri.

-Não me importo de comer o que você prepara, aliás, até fico feliz, mas não se sinta na obrigação... Podemos revezar se quiser.

-Não! Eu quero fazer isso!

-Hum... Por mim, tudo bem... -sorrio satisfeito, voltando a comer.

Nos conhecemos a menos de vinte e quatro horas, mas mesmo assim, com exceção da manhã um pouco estranha, nós estávamos nos dando bem. Aliás, tenho que ficar aliviado por ele não ser uma daquelas pessoas que assim que ouvem minha história, tentam me fazer de cobaia em experimentos. Não que alguma vez eu tenha passado por isso, mas estremeço só de imaginar.

Terminamos de jantar e após ajeitar as coisas, sentamos no sofá da sala conversando, ignorando a televisão ligada, até as dores do meu corpo voltarem. Droga. Odeio essa parte.

-Koyama...? Você está bem? - afirmo com a cabeça enquanto me levanto do sofá, ignorando a preocupação que aparece em seu rosto e indo para perto da sacada, onde a luz da lua ilumina parte do chão.

-Yamashita-san... Essa... É a prova de que não estou mentindo...

「山P p.o.v.」

Quando Koyama se aproxima da porta da sacada, a única coisa que consigo pensar ao vê-lo banhado com a prateada luz lunar e seus olhos castanhos brilhando douradamente, é como essa visão é linda. Quase nem tenho forças para piscar. Porém, repentinamente, ele se encolhe todo, seu rosto torcido em dor, apesar de ele não gritar. A única coisa que vejo depois são minhas roupas, aquelas que emprestei, no chão, e de dentro delas, um gatinho conhecido saía. Mas que diabos...?

-Koyama...? - pergunto e o felino apenas afirma com a cabeça.

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capítulo 02
(Arquivo)

fanfic, pairing:koyama/yamapi, fic

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