「Capítulo 05 ~ part 01」
「小山 p.o.v.」
Exausto, me jogo na cama, mirando o teto com a mente em branca em silêncio, por uns cinco minutos. Sento-me na cama repentinamente, passando minhas mãos pelo meu cabelo bagunçando-o num movimento frenético.
-AAAaaaaaaaaaaaaah! Não agüento mais isso! - novamente largo meu corpo de volta para aquela cama, suspirando pesadamente. Nyanta e TegoMass estavam fazendo de minha vida um verdadeiro inferno esses dias...
Ficaria tão feliz se esse plano cupido deles tivesse se restringido a ficar elogiando Yamashita-kun... Mas não. Tinham que contar com ajuda de Nyanta, e o pior de tudo: dar ouvidos a ele. Graças a isso, pude ter momentos bem embaraçosos e em quantidade maior do que havia imaginado ter para a vida inteira! O que Yamashita-kun deve estar pensando sobre mim agora? Droga, não quero nem imaginar...
Também, depois de ter acidentalmente derramado suco em sua roupa, queimado o almoço, caído em cima dele, tê-lo visto no banho sem querer e quase termos nos beijado pelo empurrão ‘sem querer’ de Tegoshi... Sem contar que Nyanta, aquela desgraça de gato interrompe as conexões com todos apenas para que eu, sem escolha, o ouça opinando sobre o cor..... o corpo de Yamashita-san..... Não precisava daqueles comentários, sinceramente... Mesmo porque eu poderia muito bem ter notado sozinho... Aaaaaaaaaaaaaah! Mas que raios eu estou pensando?? Droga, droga, droga.... Eles estão me afetando! Alguém me salva antes que seja tarde demais! Socorro Yamapi! Hein? Mas por que raios estou chamando pela ajuda dele? Não... Se acalme, se acalme... Calma Keii-chan... Você só lembrou dele porque nós dois somos vítimas disso... Isso, nós dois somos apenas vítim....
-Keii-chan? Está tudo bem?
Com meu berro de susto, ele apenas dá um passo para trás assustado.
-Desculpa... Não quis te assustar... É que... Ultimamente você parece meio distraído... Anh... Mais do que o normal... E... hum... Aconteceu alguma coisa? Você estava rolando na cama parecendo um pouco desesperado...
-Y-y-y-Yamashita-san! - ele apenas franze o cenho e eu sinto um desejo enorme de me bater por não conseguir falar direito - Não! Está tudo bem! Não precisa se preocupar... É que... Eu estava... Pensando em inventar um novo prato! É! Inventar um novo prato! Sabe o que é? Outro dia eu estava assistindo televisão e estavam comentando em como é importante usar a criatividade na cozinha sabe? Aí fiquei com vontade de tentar também... Só isso...
Ouço-o suspirar e ele se desencosta da porta, andando calmamente em minha direção e sentando-se ao meu lado. Sentindo meu nervosismo aumentar, apenas desvio o olhar, encarando minhas mãos que se apertavam por eu não saber o que fazer com elas, não podendo ver o repentino brilho de tristeza que apareceu em seus olhos. Calor. O que eu sinto a seguir é apenas o calor de seus dedos que se encostam a minha bochecha numa leve carícia, quase sem tocar meu rosto e em seguida você me força a virar o rosto para te encarar. Olhos nos olhos. Minha respiração fica presa. Essa sua expressão séria... É a primeira que você a mostra para mim, não é? Já conhecia todas as suas outras faces: alegre, sorrindo, contente, confusa, tímida... Mas séria é a primeira vez. Isso significa que estou encrencado, não é?
-Koyama... - sua voz vai diminuindo, quase sumindo, mas ainda sim claramente audível - Não minta para mim.
Foi tudo o que bastou. De repente, pude sentir tudo a minha volta desmoronar.
「山P p.o.v.」
Deitado no sofá, eu encaro a minha mão direita que está erguida. Por que me sinto tão confuso esses dias? Hah, como se eu não soubesse a resposta já. Tudo começa com Keii-chan agindo estranho. Aliás, é tudo culpa dele. Não sei o que acontece com ele... Anda tão distraído esses dias... E o pior de tudo é que não quer me contar qual é o problema. Um sentimento de mágoa me domina. Bom... É de se esperar... Eu o ajudei tanto e mesmo assim é desse jeito que sou retribuído? Não sou digno nem ao menos de compartilhar suas preocupações? Mordo meu lábio inferior. Pra piorar eu ainda quero, não, eu preciso ajudá-lo. Como eu sou patético. Dá vontade de rir de mim mesmo... Mesmo Koyama me ignorando e evitando (confesso que é difícil fazer isso quando convivemos no mesmo apartamento, mas não sei qual o milagre que ele usa para conseguir isso), não consigo evitar me preocupar ainda mais com ele. Talvez eu devesse conversar com Nyanta? Quem sabe a atitude dele é apenas culpa da maldição? Inevitavelmente a esperança começa a me dominar...
-Hey Yamashita! Tudo bem aí? - pisco quando percebo uma mão estalando os dedos na minha frente - estava te chamando já faz um tempo, mas você não saía desse sofá... O que aconteceu? Parece que está com problemas...
-Nada... - sorri para a pessoa a minha frente que apenas arqueou uma sobrancelha duvidando de minha resposta - é que... -suspiro cansado - tem uma pessoa que está me dando problema ultimamente...
-oh... - o sorriso malicioso se fez presente em seu rosto - huum... Problemas amorosos é? Interessante...
-Nada disso! - respondi rindo - É meu gato... Aquele que adotei outro dia sabe? Cuidei bem dele desde aquele dia, mas parece que ele não consegue confiar em mim ainda...
-Gato, sei... Bom... Não se preocupe tanto. Quando ele achar que está pronto para te contar, ele contará. Vai ver ele apenas não conseguiu juntar coragem para fazer isso.
-E por que ele iria necessitar juntar coragem? Não compreendo...
-Baaka! - recebo um leve tapa na testa - Nem todas as vezes os problemas são fáceis de ser encarados, sabia? De qualquer forma, apenas dê um tempo. Tenho certeza que depois vai estar tudo bem entre vocês. - concordei silencioso, pensativo - Né Pi... Você não vai me contar mesmo quem é essa sua namorada?
-Eh? - apenas disse isso por ter sido pego desprevenido.
-Papaaaa! - escutando aquela voz familiar, apenas murmuro um ‘yabe’ e Toma me dá um olhar de pêsames.
-Boa sorte pedindo desculpas para mais alguém, ‘papai’. - rindo baixinho ele dá um leve soco em meu ombro, tentando me dar uma força e logo sai da sala, me deixando sozinho com Tegoshi que logo chegava.
-Né, né! Yamapi? - disse entrando na sala e após me ver, seu sorriso se abre mais ainda, cobrindo todo o rosto - Yamapi! Olha, vem ver! - ele abriu o pote de bentou que trazia consigo - Hoje como eu só ia vir mais tarde aqui, passei na sua casa e olha! Ganhei bentou! Keii-chan fez um bentou pra mim! Sugoi ne~! Olha! Ele até cortou o nori em forma de estrelas para colocar no onigiri!
-Wow! Que bom hein Tego! Isso quer dizer que você se comportou bem hoje lá? - ri enquanto ele afirmava com a cabeça - Ou Keii-chan fez isso para que você viesse logo e parasse de encher o saco dele?
-Que cruel! - ele faz uma cara de magoado- Papa é muito cruel!! Vou falar pra Mama parar de fazer seu bentou! - enchendo as bochechas de ar, ele faz bico, mas no momento que começo rir, ele sorri também - Mas né... Mama disse que sempre deixa apenas os melhores pro bentou do Papa. Quer dizer que Mama sempre capricha nos seus bentous, né? - pego surpreendido, fico sem resposta. Keii-chan se esforça tanto assim para mim? - E como papa não merece, eu decidi! Vou ficar com os dois bentous! - dito isso Tegoshi correu para minha mala pegando meu bentou e saindo correndo com os dois potes na mão.
-Oi! Tegoshi! Pode voltar! - praguejei baixinho e me levantei do sofá, começando a correr atrás daquele demoniozinho - Tegoshi! Devolva já esse bentou aqui! Tego! Vai ficar de castigo! Tego!
-Massu! Socorro! Papa quer me matar! - disse se protegendo atrás de Massu que comia um pedaço de salsicha com formato de polvo, provavelmente arte de Koyama também.
-Eh? Papa?
-Tego devolva já o meu bentou!
-Mas Papa não merece! Papa disse que eu só dou trabalho! - me mostrou a língua em seguida, apenas para provocar mais.
-Ah. - Entendendo o que estava acontecendo, Massu pega meu bentou das mãos de Tego, sob protestos do mesmo, me entregando sorrindo. - Papa. - Sorrindo, recebo o bentou e logo bagunço seu cabelo em um gesto de carinho, agradecendo. - Né... Agora que te ajudei, posso receber um pedaço do seu bentou? -ri baixinho enquanto ele me dá aquela carinha de cachorrinho pidão - onegai?
-Ah... Não tem jeito, né? Tá certo. Hoje eu divido com vocês dois. Mas só hoje hein? - escuto apenas o grito de felicidade dos dois enquanto abro o pote balançando a cabeça negativamente. Espero que Keii cozinhe bastante pra janta já que vou ficar sem almoço...
-Né... Yamapi... - apenas levantei o olhar, observando Tegoshi que comia lentamente um onigiri, como se estivesse apreciando-o ao máximo - Você sabe do que Keii-chan gosta?
-Keii-chan? Depende... O que tem em mente?
-Tegoshi está pensando em dar algo ao Keii-chan... Já que daqui a alguns dias teremos o valentine Day.
-Hum... Mas... Se está pensando em presenteá-lo nesse dia, o mais óbvio seria com chocolate, certo? - Massu concorda comigo acenando enquanto meu outro filho continua pensativo.
-Mas mesmo que seja chocolate, não sei qual ele prefere... E eu queria dar algo que Keii-chan ficasse feliz em receber...
-De qualquer forma, creio que ele já ficaria feliz somente com sua intenção. Tego... - ele retorna sua atenção para mim que o encaro sério - mas nada de chocolates com pimentas ou qualquer experimento desse gênero. - ele apenas ri inocente, escapando de me prometer isso.
-Yamapi também irá dar chocolates? - Massu me pergunta após terminar sua refeição - se bem que... Nunca vi Yamapi dar chocolates no valentine Day.
-Hum... É... Prefiro comprar alguma coisa pro White Day do que ter que fazer algo...
-Yamapi é mesmo preguiçoso né... - ri brevemente da acusação de Tegoshi - Acha que Keii-chan faria um chocolate para mim se eu pedisse?
-Alguma vez Keii recusou alguma coisa pra vocês? - recebendo um ‘não’ em resposta, sorrio divertido - Afinal ele é uma mãe coruja que faria qualquer coisa que vocês pedissem num piscar de olhos. Tsc. Já disse que ele mima vocês demais.
-Né... - devolvo o olhar curioso que Massu me lança - aconteceu alguma coisa?
-Como assim?
-Hoje Keii-chan estava agindo um pouco estranho... Estava bem desastrado né? - com a confirmação de Tegoshi, continuou - Toda vez que falávamos seu nome, ele errava alguma coisa, derramava as coisas ou até tropeçava.
Franzi o cenho. O problema era mencionar meu nome? Eu fiz algo à ele por acaso? Não me lembro de ter feito nada de errado. Percebendo que os dois à minha frente ainda prestavam atenção em mim, suspirei pensando em algo a dizer.
-Ontem eu o ouvi murmurando algo no quarto e quando adentrei, ele estava rolando na cama e parecia ter problema com alguma coisa... Perguntei se ele queria conversar, mas ele apenas desviou o assunto, rindo forçadamente. Achei então que era um assunto que eu não devia me meter até ele começar a me evitar depois disso.
-Huuum... - Ouvindo isso, olhei para Tegomass desconfiado.
-Vocês não tem nada a ver com isso, tem? - arqueei a sobrancelha ao ver os dois quase pularem ao ouvirem isso e negarem mexendo a cabeça freneticamente. Estranho, bastante suspeito.
-Né Massu - pude ouvir Tegoshi falar baixinho, provavelmente me evitando de escutar a conversar enquanto puxava Massu para um canto - será que o plano está fazendo efeito?
-Mas se for isso, por que ele está evitando Yamapi? Não deveriam se entender mais?
-Er... Talvez ele esteja com vergonha? Mas de qualquer forma, temos que avisar Nyanta sobre isso! Se Keii-chan continuar evitando Yamapi, nosso plano não irá dar certo...
Talvez eles realmente tenham algo a ver com Keii. Mas, dando de ombros, saí da sala. Se eles estão dispostos a ajudar, não vejo a necessidade de perguntar o que fizeram. Provavelmente apenas mais alguma travessura. Mas... No caso de eles serem inocentes dessa vez, ainda há a possibilidade de Keii estar bravo ou incomodado comigo. Presente é? Quem sabe não seja uma boa para pedir desculpas? Ainda mais porque não tenho a mínima idéia do que eu possa ter feito... Com esse pensamento, me dirigi até a sala onde iria acontecer um photoshoot para uma revista de moda, meu trabalho de hoje.
-Hey Yamapi! - ergui a cabeça e encarei o pacote em minha frente - Toma. Dê isso aqui para o seu “gato de estimação”.
-Toma... O que é isso?
-A prova de que sou um amigo bem legal. Como eu tava livre hoje de manhã, resolvi passear, e enquanto passava em frente a uma loja, encontrei isso aqui. Acho que deve servir pro seu caso. Entregue isso pra ele e peça desculpas por qualquer coisa que você tenha feito.
-O que? Você comprou... - fiquei sem fala ao ver o que continha naquela caixa, sorrindo cúmplice ao mesmo tempo em que me sentia agradecido - Valeu. Vou ficar te devendo uma com isso.
-Relaxa. É pra isso que servem os amigos, certo? Ah, e teve sorte que está na época de Valentine’s Day ou eu nem iria conseguir achar isso aí.
Sem mais uma palavra, peguei minhas coisas e corri em direção ao estacionamento, encontrando meus dois filhos no caminho. Pedindo desculpas, pedi que ao invés de virem hoje, que viessem amanhã e que como recompensa, os deixaria fazer uma pequena festinha de pijama lá em casa. Tive a ligeira impressão de ouvi-los me desejarem boa sorte, e com isso, me dirigi à minha própria casa com um sorriso no rosto. Se isso não conseguisse me ajudar, eu estaria perdido.
capítulo anterior parte 02 (
Arquivo)