「Capítulo 05 ~ part 02.」
「小山 p.o.v.」
Assustei-me levemente com a animação que Yamapi disse ‘tadaima’ e respondi um ‘okaeri’ rápido, voltando a concentração ao okonomiyaki que por sorte não havia queimado. Yamapi parece ter tido um dia bom, o que me fez sorrir levemente. Talvez assim fosse mais fácil pedir desculpas por ter-lo evitado esses últimos dias. Nyanta, ao meu lado, sorriu desejando-me boa sorte antes de deslizar do balcão da pia e ir caminhando em direção a sala, fornecendo-nos alguma privacidade.
-Keii?
-Estou aqui, na cozinha. Só estou terminando de ajeitar as coisas aqui.
-Precisa de ajuda?
-Não. Está tudo bem, acabei de terminar. Vamos nos sentar? Acho que já deva estar com fome.
-Ah sim, nem me fala. Nem consegui almoçar hoje. - franzi o cenho preocupado. Será que errei alguma coisa? Mas tenho certeza que TegoMass havia dito que estava bom quando provaram... Vendo minha cara de preocupação, Yamapi logo se apressa a explicar - Não tinha nada de errado no seu bentou, pode ter certeza. Aliás, pelo contrário. Parece que TegoMass gostam tanto da sua comida que resolveram que somente o bentou deles não bastava e pegaram o meu. - ri ao ouvir isso, aliviado.
-Isso é porque o pai deles é tão bonzinho que os deixa fazer o que quiserem certo?
-Errado. Porque a mãe deles também tem culpa de mimá-los demais.
-Oh, creio que isso nos torna os dois culpados então. - chegando a esse acordo, rimos da simples besteira de estarmos discutindo como se fôssemos de fato uma família. Não que não os amasse como uma, mas era engraçado como fingíamos levar a sério essas pequenas discussões. - Mas... Não irá me contar nada? - recebendo um olhar perdido, resolvo continuar - Chegou com tanto bom humor hoje apesar de estar de barriga vazia, que me leva a concluir que algo de muito bom deva ter acontecido.
-Ah sim, isso. Isso... - sorriu a me ver curioso - é segredo até depois do jantar. Gato curioso.
-Não é justo! Sabia que a curiosidade matou o gato? Irá me matar de curiosidade assim! - emburrado, fiz bico, fingindo estar bravo com ele que por sua vez apenas riu da minha desgraça.
-Não fique assim. - o senti acariciar meu cabelo, brincando um pouco com eles, enquanto nos sentávamos à mesa de jantar, prontos para começar a refeição - já lhe disse que te contarei depois do jantar, não disse? Você não irá morrer nesse breve espaço de tempo vai? Garanto-te que você agüenta Keii.
-Dono sádico. Deveria te denunciar aos defensores dos animais, sabia?
-Sei que não vai. - riu sossegado.
-Né, Yamapi.
-Hum?
-Gomen... Peço desculpas pelos últimos dias. Por ter te evitado... Eu sinto muito.
-Está tudo bem. - seu sorriso doce e calmo fez meu coração pular um pulso. O que era isso? Estava começando a sentir meu rosto corar. Isso é mal. Definitivamente mal.
Depois disso comemos em silêncio, com exceção de algumas vezes que Yamapi começava a rir sozinho e após minha curiosidade vencê-lo ele contava o que nossos filhos haviam aprontado na agência, me fazendo recordar do fato de que quase conseguiram colocar fogo na cozinha hoje quando tentaram me ajudar a preparar os bentous, e da briga que tiveram para ver quem iria experimentar os pratos primeiro.
-Ah, Tegoshi também estava pedindo chocolate pro valentine’s Day.
-Valentine’s Day? Ah, quase havia me esquecido disso.
-Se quiser, amanhã posso comprar os ingredientes. É só me dizer o que são e quantos, que eu compro. - sorri em agradecimento. - E... Gomen ne Keii... Eu deixei TegoMass virem fazer uma festa do pijama amanhã... - vendo meus olhos arregalarem, Yamapi voltou a se desculpar- Gomen! Eu prometo que te compenso de algum jeito depois!
-Poderia me compensar agora, contando aquilo que você está fazendo segredo. - ele riu, confirmando com a cabeça. - O acordo era até depois do jantar. Já acabamos de jantar Yamapi.
-Bom... - ele coçou a cabeça nervoso e sorrindo sem-graça - eu já volto, e não, não estou fugindo. Eu prometo que volto logo, ok?
Como prometido, ele voltou logo. Aliás, ele somente foi até a sala buscar um pacote que havia deixado ali, jogado no sofá, como se tivesse sido proposital o modo que o pacote parecia largado, apenas para atiçar mais ainda minha curiosidade. Após retornar, depositou o embrulho em meu colo, e eu apenas encarava o pacote vermelho com o laço prata para depois desviar a atenção para seu lindo rosto que sorria satisfeito.
-Pode abrir. É seu.
Com a boca levemente aberta e os olhos um pouco arregalados, volto a encarar o pacote em meu colo, como se fosse algo que via em minha frente pela primeira vez na vista. Abri-o lentamente, como se tivesse medo do que aquilo continha, deixando-nos, eu e ele, na ansiedade até conseguir abrir por completo. Assim que abri, custei a acreditar que aquele presente era meu. Era até que simples o enfeite, mas era isso que o matinha belo. Um colar de prata, que não deve ter sido nem um pouco barato, que continha como pingente, dois pequenos anéis entrelaçados que brilhavam, um preto e outro branco. E se prestasse a atenção nos detalhes, na parte de dentro dos anéis, aonde eles se entrelaçavam, havia um desenho pequeno de um coração. Desviando os olhos devagar do colar até seu rosto que me encarava em expectativa, pude me ouvir dizer baixinho.
-É lindo... - seu rosto de alívio completo quase me fez rir, se não tivesse algo me incomodando - mas... Por que estou ganhando isso? Pelo que saiba, não é nenhuma data especial...
-É só que... Achei que você iria se animar com isso... E também como pedido de desculpas. Como você parecia me evitar, achei que tinha que pedir desculpas se fiz algo de errado e acabei te incomodando...
-Não, não foi nada disso! - meus olhos se arregalaram ao ouvi-lo dizer que pensava ser sua culpa. Me senti tão idiota por ter-lo preocupado que desejei me bater - Yamashita-san não fez nada de errado! É só que eu estava um pouco confuso antes, mas te garanto que não estou mais! Se alguém aqui deveria pedir desculpas, sou eu. Por favor, me perdoe. Esse... Esse presente desculpe, não posso aceitá-lo já que a culpa não foi sua. - estendi o pacote para ele, que se recusava a recebê-lo. - por favor, Yamashita-san.
Sorrindo, ele se aproximou de mim, suas mãos cobrindo as minhas, me fazendo segurar o embrulho com mais força.
-Fico aliviado que eu não tenha feito nada de errado então, mas, Keii, quero sinceramente que aceite esse presente. -antes que eu pudesse retrucá-lo, um dedo indicador seu repousa em meus lábios. - Por favor, seria importante para mim se você aceitasse. - seu rosto se aproximava do meu, e logo eu não conseguia desviar meu olhar do seu, hipnotizado pelo brilho que eles emitiam e sua voz começou a soar tão suave que quase não compreendia direito o que estava dizendo. - Você aceitaria esse presente por mim Keii? - senti sua respiração tocar em minha face e em um breve movimento de ‘sim’ com a cabeça, te sinto se aproximar mais, e depois nossos lábios estavam se tocando.
「~*~」
Depois do episódio do beijo, nenhum de nós havia tocado nesse assunto, e acabamos apenas voltando a rotina normal, como se nada daquilo realmente tivesse de fato acontecido. Eu mesmo começava a achar que havia sonhado com aquilo, mas sempre ao ver o colar que usava agora, um sorriso se recusava a sair de meu rosto assim como eu recusava a tirar aquele colar. Era como se o colar tivesse virado minha coleira. E só o simples fato de fazer essa comparação, não sabia se devia rir ou chorar ao lembrar que ainda continuava preso nesse apartamento.
-Ah, o que estou pensando? - chacoalhei a cabeça tentando espantar esses pensamentos e tentar terminar os chocolates. Hoje é dia de Valentine’s Day e Tegoshi até havia me acordado mais cedo ligando e me perguntando se eu me lembrava que dia era hoje. Suspirei. Tinha terminado a tempo. Olhando para o relógio, constatei que era hora de acordar Yamapi já que depois de sair com os amigos para beber ontem, não me parecia que ele fosse conseguir acordar sozinho para ir trabalhar.
Ao chegar à porta de seu quarto, o observei respirar calmamente, o que indicava que ele ainda estava dormindo, apenas de cueca e enrolado no cobertor. Seria uma cena linda, digna de ser retratada em um quadro, se não fosse o fato de ele estar babando no travesseiro e o movimento de coçar o traseiro antes de voltar a posição original. Ri baixinho, e como não queria que ele se atrasasse, resolvi acordá-lo.
-Yamapi? Está na hora de acordar. - apenas ouço grunhidos em resposta - Vamos, tem que se levantar ou terá que sair correndo sem ao menos tomar o café-da-manhã.
-Não quero... - sua voz rouca ecoa pelo quarto, me fazendo sorrir ainda mais.
-Ah, quer sim. Melhor levantar logo antes que eu conte que você também age como uma criança mimada para aqueles dois pestinhas.
-Não é justo Keii.
-Sei que não. Mas vamos. Já preparei o café-da-manhã. Até já deixei pronto os comprimidos para sua provável dor de cabeça. - aceitando seu murmuro como um agradecimento me levanto de sua cama, dando umas palmadas em sua bunda, como se fosse realmente sua mãe tentando te acordar - levante-se antes que eu venha lhe jogar água.
Sorrio satisfeito ao te ver levantar, deixando seu quarto e retornando a cozinha. Valentine’s Day é? Fazia tempo que eu não comemorava essa data assim. Cantarolando uma música qualquer, comecei a tomar meu café-da-manhã na frente, afinal, a culpa era sua por demorar tanto para acordar, né? Ri baixinho enquanto passava a manteiga no pão.
parte 01. parte 03 (
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