Life in 4 wall

Jul 06, 2007 20:19

Título: Life in 4 walls
autora:nima_
casais:KyoxToshiya
banda: Dir en grey
classificação: NC-17
Gênero: tentativa de suspense

Life in 4 walls

O som dos aparelhos do hospital indicavam outro doente. Os tossidos e espirros dos enfermos davam um ar mais pesado àquele lugar. O único filho daquela mulher ritmava seu pé nervosamente, respirando fundo com o intuito de acalmar-se. Seu pai, com olheiras e olhos vermelhos, andava de um lado para o outro, fazendo barulho no chão escorregadio do corredor. Há pouco mais de meia hora eles foram avisados do derrame cerebral sofrido pela mulher da família. Ambos não conseguiam conter a ansiedade em seus corpo. A cada médico, enfermeiro que passava, ficavam atentos, à espera de notícias.Duas horas de espera se arrastaram, quando, finalmente, um médico parou para lhes explicar a situação.

- Um derrame seguido de duas paradas cardíacas. Ela não resitiu.

Foi um choque. Um peso jogado em suas costas, sem o menor aviso. Agora, os dois homens eram os únicos representantes da família. A mulher era muito mais nova que seu marido, por isso, ninguém se preocupava com sua morte, além de ter saúde invejável, era enérgica e teimosa, nunca contaria a ninguém qualquer problema que tivesse, isso porque seu pavor de hospital o impedia de falar. Pavor que foi herdado pelo filho único, Kyo, que se encontrava em situação de quase pane. Foi um choque para ele a morte repentina de sua mãe.

Os dois voltaram para casa. A casa que parecia um tanto vazia. Kyo não conseguia dizer nada desde o hospital e já não chorava porque não se sentia mais triste, nem angustiado, nem vivo. Não sentia. O pai jogou as coisas do trabalho no sofá e foi preparar o que comer. Já se passavam das oito e nenhum dos dois tinham posto nada na boca desde o almoço.

Após algo pronto para comer, o pai chamou Kyo uma vez. Ignorado, passou a chamar repetidas vezes, até perceber que Kyo continuava lá, parado, olhando para o nada sem reação nenhuma, na silênciosa e escura sala. Morrendo de medo de perder o filho também, o homem levou-o para o hospital novamente.

- Ele está em estado de choque, parece que a morte da mãe foi um choque para ele.

- Não foi só isso... - Começou o pai, vendo que contar toda a história para o médico era a melhor solução. - Ele terminou com o namorado no início da semana.

- Bom isso piora o casa, mas de qualquer forma, lhe demos um calmante e ele provavelmente dormirá a noite toda, mas é melhor ficar sob observação aqui no hospital, ele pode ter uma crise de nervos a qualquer instante.

Sendo leigo, o pai concordou em deixá-lo lá, mesmo sabendo do medo do filho de hospitais. Resolveu também, passar a noite com ele, visto que sozinho seria ruim para ele dormir. Passou em casa e pegou algumas coisas que precisaria para a noite.

Demorou uma semana para darem alta para Kyo. Diagnosticado com depressão, o filho único teve que tomar uma série de antidepressivos que o deixava extremamente lerdo. Desesperado com a péssima situação de seu filho, o pai de Kyo ligou para o ex-namorado do filho, pedindo desesperadamente ajuda. Toshiya não sabia o quão grave era o estado do loiro, mas fez de tudo para ajudar. Uma vez por dia, saia com o loiro para algum lugar. Em pouco tempo voltaram a namorar e a situação de Kyo, para o alívio do pai, estava indo de bom a melhor.

Mesmo assim, o pai do loiro não gostava nada do namorado de seu filho. Para ele, Toshiya era uma pessoa muito materialista e muito diferente de Kyo. Ele era sempre alegre e quando não estava, ficava claramente triste.

Já com Kyo, era difícil ver se o filho estava feliz, triste, ou ansioso. Ele quase não demonstrava emoções. Era igualzinho à mãe. Tanto na aparência quanto na personalidade. Os avós de Kyo costumavam dizer que ele era a cópia masculina da mãe. Talvez fosse por isso que tinha tanto ciúmes do loiro, porque ele lhe lembrava a mulher, agora enterrada e de quem tinha tanta saudade.

Um dia, Kyo não voltou para casa. Passou o outro dia, também sem dar notícias. O pai não conseguia nem suportar os pensamentos de que tivesse perdido ele também. Desesperado, ligou para o namorado do filho.

- ONDE ELE ESTÁ? - Gritava o pai com o moreno - EU SEI QUE ELE ESTÁ AÍ COM VOCÊ! - Seu coração faltava pular para fora.

- Eu não sei onde Kyo está. Não o vejo desde antes de ontem.

Foi a resposta que mais desesperava o pai. Com raiva e de cabeça quente, o pai alegou que Toshiya mentia e que iria na casa dele, buscar o filho, de qualquer jeito. Passou na cozinha e pegou a arma mais afiada que conseguiu. Pensou em um facão, mas não, ele estava cego pelo medo de perder seu filho, queria algo que lhe desse mais prazer. O escolhido foi o machado, que estava preso em um pedaço de tronco no jardim desde a morte de sua mulher. Era noite, e mesmo assim, o pai de Kyo saiu à pé, na busca de seu amado filho.

No meio do caminho, encontrou Toshiya, caminhando.

- MALDITO!!! - Gritava o pai, enlouquecido - CADÊ O MEU FILHO??? - Perguntava o homem, levantando o machado, mas ao mesmo tempo, chorando de tristeza.

- EU NÃO SEI!!! - Gritava o rapaz desesperado. - Estava indo a procura dele quando---

- MENTIROSO - Cortou o pai, preparando-se para o golpe.

De repente, pôde-se ouvir a freiada de um carro e logo, uma colisão com um corpo. Quando Toshiya abriu os olhos, viu Kyo saindo de dentro do carro e o pai disfalecido bem diante de seus olhos. O loiro ligou para uma ambulância, enquanto se aproximava do namorado, abraçando-o em seguida.

- Você está bem? - Perguntou Kyo.

- Você matou seu pai?

- Não, só desfaleci-o. Meu pai ficou neurótico desde que mamãe morreu, me acusou de depressão, mas acho que foi ele que ficou louco após a morte dela.

- Ele só estava com ---

- Ciúmes. Porque todos da minha família dizem que eu sou a cópia cuspida da minha mãe. Acho que ele ficou mal assim por causa disso.

- Mas e aí?

- Eu vou mandá-lo para o hospital, pedir uma avaliação psicológica, depois eu vejo o que faço com ele. Desculpe te fazer passar por um susto desses Totchi. - Disse, beijando os lábios do namorado, enquanto a ambulância recolhia o corpo de seu pai.

- Tudo bem... Eu realmente levei um susto. Achei que seu pai fosse me matar. Ele me ligou desesperado por encontrar você. Aonde você estava?

- Espairecendo...

~Fim~
2007.07.07

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