Título: Incubus
Autor(a):
nyx_gatesPairing: Max/Ronnie
Fandom: Escape the Fate
Gênero: Terror, Angst
Censura: NC-17
Beta-reader:
lilith_vTeaser: "O que você faria se dissessem que você é louco? Você continuaria alimentando sua loucura, fugiria dela ou criaria uma explicação?"
Disclaimer: Eles não são meus, se fossem vocês não saberiam!
Capítulo 10 - All my reasons for obscenity, all a part of me
Virei-me de lado, sentindo meu corpo inteiro latejando. Cobri a cabeça, tentando impedir a claridade de me alcançar quando eu me vejo quase arrancando a cabeça de um cara fora. Mas que merda...?
- Acordou? - Uma voz disse do batente da porta para a sala e eu me sentei rápido para olhar de quem era a voz para ver Ronnie parado na porta, apenas de boxer.
- Como diabos eu vim parar aqui? - Perguntei, sentindo a parte de baixo da minha barriga ardendo, levantei as cobertas e vi que ela estava cortada e com um curativo que estava aos poucos se sujando de sangue, me fazendo ficar vidrado nele por um tempo.
- Você desmaiou, eu te trouxe de volta. - Ele disse, se sentando na beirada da cama e me dando uma caneca de café fumegante.
- E onde... - Minha cabeça foi se enchendo de imagens aleatórias, um bar, pessoas acorrentadas, eu sentado sobre uma mesa, rindo com Ronnie entre minhas pernas, dois caras engraçados e meio mal encarados, eu quebrando o pescoço de um loiro estranho, um cachorro, meus olhos vermelhos e assustadores.
Enquanto essas imagens passavam por minha cabeça, eu encaixava tudo o que tinha achado ser mais um de meus sonhos loucos e o que realmente deveria ter acontecido. Aquilo simplesmente não era possível.
- Você realmente é um demônio não? - Perguntei para ele e só recebi um aceno de cabeça, enquanto ele olhava para a caneca em suas mãos.
- E tudo aquilo realmente aconteceu? - Perguntei enquanto tomava um gole de café, vendo que ele apenas acenou novamente com a cabeça.
- O que aconteceu de errado? O que foi que aconteceu comigo? - A pergunta saiu de meus lábios sem que eu realmente quisesse fazê-la, eu tinha medo das respostas.
- O que aconteceu de errado foi que o Bryan não podia ter morrido. Ele era de um grupo, digamos que, rival. Matando ele, você os deu a chance de contra atacarem, em quem eles quiserem. E os únicos alvos alcançáveis no momento somos eu e você. - Ele disse com a voz baixa, pondo a caneca vazia no chão e se deitando na cama de atravessado, seus dedos deslizando aleatoriamente por minha coxa.
- Maravilhoso. Mas você não me respondeu, o que aconteceu comigo? - Disse enquanto colocava meu café ao lado da cama e me deitava novamente, agora nada mais desceria para meus estômago por um bom tempo.
-Isso é uma outra questão. Eu achava que você era um perdido, um filho de um incubus que não foi encontrado, mas eu estava errado. - Ele disse, se arrumando na cama e me abraçando de lado.
- Filho de um incubus? Mas o que... - Comecei a perguntar mas ele me interrompeu novamente.
- Antigamente, demônios saiam do inferno para possuir o corpo de jovens homens e mulheres, eles eram os incubus e as sucubus. Incubus atacavam geralmente mulheres e sucubus atacavam homens. Assim eles conseguiam o necessário para se reproduzirem e manterem a linhagem dos demônios, mas para isso as crianças nascidas desse parto tinham que ser levadas no momento do nascimento, senão elas teriam uma existência humana comum, mas caso o seu lado demoníaco fosse revelado, ela poderia destruir os dois mundos.
- E você achava que eu era um desses filhos perdidos? - Perguntei incrédulo e com a voz fraca.
- A princípio sim, tudo levava a crer que era isso. Você sobreviveu a uma visita minha, você conseguia ir para o nosso lado, você sentia as coisas de um modo diferente.
- E o que te fez mudar de opinião? - A conversa estava tão absurda que fluía mais facilmente se eu tentasse pensar que aquilo não era exatamente comigo.
- Max, você já ouviu falar sobre vampiros? - Ele perguntou, mexendo em meus cabelos, meio que fazendo um cafuné.
- O de sempre. Filmes, estacas, alho, Drácula... Por quê? - Eu disse, me virando para ele e o olhando nos olhos, vazios, mas que pareciam querer transmitir algo de que não eram capazes.
- Vampiros e demônios sempre foram a mesma coisa, por assim dizer, eles são criaturas das trevas, que se alimentam da energia vital dos humanos. A diferença é que os vampiros não queriam se manter como os incubus e sucubus, então aos poucos eles foram desaparecendo até sumirem.
- E você quer dizer que...? - Perguntei depois de alguns minutos de silêncio, vendo que ele não falaria mais nada.
- Que eu acho que você é um dos filhos perdidos, mas não dos demônios que eu achava que eram. Acho que você pode ser, em parte, um demônio vampiro.
Olhei para ele incrédulo e comecei a rir. Vampiro, é claro. Ele me olhava rir sem expressão, me fazendo parar aos poucos e ficar tonto. O que ele queria dizer com isso? Ele me estendeu um papel amassado, parecia uma folha de um diário.
“No período medieval, ambas criaturas eram vivas, perigosas e temidas. Mas o que aconteceria se elas fossem uma só, apenas com diferentes modos de agir? O que faria se elas não fossem só lendas? Como você agiria, uma pessoa normal, em pleno século XXI, se se visse sendo perturbado por uma delas?
O que você faria se dissessem que você é louco? Você continuaria alimentando sua loucura, fugiria dela ou criaria uma explicação? E se você se visse irremediavelmente dependente de sua loucura?...“
- O que é isso? - Perguntei depois de ler, sem realmente entender o que aquilo queria dizer.
- É uma folha do diário daquela loira que você viu ontem, entrando no prédio. Entendeu o que ela quis dizer? Demônios, vampiros, eles são a mesma coisa. Nós, incubus e sucubus precisamos dos fluídos carnais, os mais impuros prazeres de um ser humano para permanecermos vivos. Já os vampiros, eles utilizam o sangue das pessoas para viver, eles roubam sua essência, a absorvendo para se manterem vivos. É a mesma coisa, de diferentes modos. Eu sou um tipo de demônio, e você é, em partes, um outro tipo, um mais raro, mais perigoso.
- Isso simplesmente não faz sentido, você sabe. - Disse, olhando-o nos olhos. Seu sorriso foi a única resposta. Ele sabia... Será que eu sabia o que deveria saber de verdade? Não, aquilo não podia ser. Ele estava louco, só isso, e queria me levar consigo.
- Toda essa sua necessidade em estar comigo, em se satisfazer comigo, Max, tudo isso faz parte de algo que eu acordei e que você mostrou ontem. - Ele disse, deslizando os dedos pelo corte em minha barriga, retirando os curativos e os jogando longe.
- Você quer dizer que eu sou parte demônio, e que você despertou isso em mim, e por isso eu matei um cara ontem e tenho um desejo incontrolável de fazer sexo com você a todo o momento? - Perguntei enquanto me mexia para poder me sentar sobre suas pernas.
- Eu estou dizendo exatamente isso. - Ele falou enquanto deslizava as unhas por todas as minhas costas, até chegar no elástico da minha boxer.
- Então eu te digo que eu não acredito, que você está errado. - Respondi enquanto me abaixava e capturava seus lábios nos meus, o beijando eufórico e me mexendo sobre seu corpo, o atiçando.
Em pouco tempo já podia o sentir dentro de mim, forte, rápido, dor, prazer, prazer, prazer... Era tudo que eu conseguia sentir. As gotas de suor dele e meu escorrendo por nossos corpos, me fazendo gritar quando elas entravam em contato com o corte na minha barriga. Afastei minhas costas da cama, juntando nossos tórax e gemendo ao sentir o atrito no machucado, afundando minha cabeça em seu pescoço e mordendo uma tatuagem que fica no local, lambendo a pele magoada logo em seguida, ouvindo Ronnie gemer e apertar minhas coxas em suas mãos.
- De costas para mim, Green. - Ele disse com a voz pesada, me fazendo virar de costas para ele e ficarmos os dois ajoelhados na cama, enquanto ele investia cada vez mais fundo dentro de mim.
Meus dedos dos pés foram ficando frios, como se eu estivesse entrando em água gelada, e aos pouco foi subindo por todo meu corpo, até que, por fim, eu me sentisse totalmente resfriado, mas ao mesmo tempo eu pegava fogo, Ronnie estava tão quente, investindo contra mim, sempre mais, e mais e mais... E eu sabia que não agüentaria muito tempo, e ele também não duraria muito, eu sabia pelos seus gemidos soltos em minha nuca e em mordidas no meu pescoço.
De repente, a porta do guarda-roupas bateu na parede, ficando aberta e virada para a cama, de um modo que nos refletíssemos no espelho.
- Olha no espelho, Maxwell. Diz que isso é mentira. Diz que não somos nós ali. - Ele comandou, puxando meus cabelos para trás, me fazendo olhar no espelho e ver que em suas costas estavam as bizarras asas, como de um dragão, seus olhos negros fixos em mim pelo espelho, a boca aberta soltando gemidos. Ao mesmo tempo pude me ver, mais branco que o normal, as tatuagens brilhando como se fossem metálicas devido ao suor em meu corpo, os olhos, totalmente vermelhos exceto pela pupila, um ponto preto no meio de tudo, e os dentes, aparentemente afiados.
- Eu... Na - ão acre... acredi - to... Mais for - te! - Eu gemi sem realmente entender o que eu estava gemendo, assim como eu vi e não raciocinei sobre a imagem que me encarava.
Sua mão segurava minha cintura enquanto a outra me estimulava da mesma maneira em que ele investia contra mim. Peguei a sua mão que estava em minha cintura e a levei até minha boca, chupando seus dedos enquanto me inclinava contra si, fazendo movimentos circulares com o quadril e ouvindo ele gemer ainda mais com isso. Em uma estocada mais forte, acabei por morder um de seus dedos, que começou a sangrar em minha boca, doce e metálico e vivo, e eu não podia fazer outra coisa que não fosse continuar a chupá-lo e a rebolar, sentindo Ronnie alcançar seu ápice dentro de mim, enquanto eu me desfazia em sua mão, que foi diretamente para seus lábios.
- Não... É verdade. - Eu disse ofegante enquanto me deixava cair na cama, fazendo ele sair de dentro de mim e gemendo por isso, para sentir seu corpo se jogando ao lado do meu.
- Você quem sabe. - Ele respondeu, tentando recuperar o ar assim como eu.
- Sei mesmo. - Retruquei, me deixando cair no sono, sentindo seu braço ao redor de minha cintura.
Aquele era o meu lugar. Ele era a razão de tudo aquilo, ele fazia parte de mim, eu sou como ele, porém também sou covarde o suficiente para não admitir.