Título: Incubus
Autor(a):
nyx_gatesPairing: Max/Ronnie
Fandom: Escape the Fate
Gênero: Terror, Angst
Censura: NC-17
Beta-reader:
lilith_vTeaser: "O que você faria se dissessem que você é louco? Você continuaria alimentando sua loucura, fugiria dela ou criaria uma explicação?"
Disclaimer: Eles não são meus, se fossem vocês não saberiam!
Capítulo 6 - If you need me, i'm your man, but you don't want to see me mad.
Considerando tudo o que estava envolvido em nossa relação, se é que eu posso chamar o que quer que seja que aconteça entre nós dois de relação, a nossa convivência estava sendo... normal. Eu não tocava no assunto “Demônios” e ele não entrava no assunto “Max, preciso te comer agora”. Não que isso fosse realmente um assunto, mas, a partir do momento em que uma das mãos dele deslizava para o meio de minhas pernas durante uma aula sobre o Direito na Grécia Antiga, isso era algo para ser discutido.
Apesar disso, a convivência com ele era nada mais, nada menos do que agradável. Ele era divertido, me fazia rir e gostava das mesmas coisas que eu - e eu me forcei a pensar que ele realmente gostava disso tudo e não que era mais uma daquelas coisas estranhas de demônio e sua presa, ou seja lá o que eu sou - e no meio disso ainda existiam aquelas trocas de olhar tão intensas que roubavam o ar e o sangue de meu corpo. Falar que era como se o tempo parasse soaria clichê, mas algo em mim me diz que é exatamente isso que acontece, o tempo pára, e ele fica me olhando nos olhos durante uma eternidade, procurando algo ali que eu não sei o que é, ou pelo menos prefiro não pensar no que possa ser. E do mesmo jeito que começa, termina, e ninguém aparentemente vê o que aconteceu, porque não é algo realmente fácil de se ignorar.
No final do dia eu realmente não me lembrava mais as circunstâncias em que nos conhecemos, quem nos visse diria que éramos amigos de infância ou algo assim. Porém, ao pegar o caminho de minha casa, uma dúvida se fez presente e eu não encontrei modos de ser suave ao tentar obter as respostas para ela.
- Então... - Depois que eu comecei e chamei sua atenção para mim, não consegui mais falar nada, não era como se eu não quisesse, mas eu não conseguia.
- Olha pra mim, Max. - E eu o fiz.
E novamente estávamos naquela troca de olhares que eu não entendia, mas gostava. Porém, dessa vez, era diferente. Ele sabia o que ele estava procurando e eu também sabia, de algum modo. Ele queria saber o que eu poderia querer falar que não consegui e, ao descobrir o que era, seus olhos brilharam, um brilho estranho, como se, por um momento, ele estivesse olhando para uma grande fogueira e ela estivesse se refletindo em seus olhos, que brilharam alaranjados como ela por um instante.
- Você quer saber o que eu vou fazer agora. - Acenei que sim com a cabeça enquanto pegava uma moeda em meu bolso e brincava com ela, nervoso.
- O que você quer que eu faça? - A pergunta me pegou desprevenido, e com isso eu parei momentaneamente de andar.
O que eu queria que ele fizesse? Eu não sabia. Talvez eu quisesse que ele fosse embora, que ele nunca tivesse aparecido, ou talvez eu quisesse que ele ficasse comigo, em minha casa, ou quem sabe ainda, eu apenas quisesse que ele me acompanhasse até o portão do prédio. De qualquer jeito, eu não achei as duas primeiras alternativas muito atraentes, e nenhuma das outras me pareceu boa o suficiente.
- Eu não sei. - Eu disse depois de um tempo, voltando a andar e vendo o seu olhar curioso preso em mim, ignorando quando um sorriso apareceu em seus lábios, me fazendo sorrir de canto também.
- Então eu subo com você, você vê o que quer fazer e se não descobrir nada, eu vou te levar para sair. - Ele disse ao chegarmos à porta do edifício em que moro.
Suspirei, abrindo a porta antiga do local e entrando no hall escuro, indo até os elevadores também antigos - daqueles que você tem que puxar uma espécie de portão para que ele ande - e acionei um deles, enquanto o zelador mancava até mim, apenas para perguntar se o cavalheiro estava comigo e para avisar que meu pai já havia depositado o dinheiro do pagamento de todas as contas.
Suspirei envergonhado e entrei no elevador, puxando meu convidado pela mão e o fechando na cara do velho manco, apenas para ter a surpresa de me ver preso em um ambiente precário, pequeno e realmente quente, com Ronnie.
- Sabe, eu ainda não te beijei com esse corpo. - Ele disse casualmente, como se comentando o fato de o elevador fazer barulhos estranhos ou algo assim.
- Que eu saiba todas as vezes que estivemos juntos eu estava com esse corpo, então não pode ser diferente, pode? - Perguntei sem realmente entender o ponto dele.
- Na verdade, você estava dormindo, e eu não estava... Podemos dizer que encarnado. Então sim, seria diferente porque, em espírito, as coisas acontecem de um modo diferente. - Eu estava tentando entender o que ele falava, enquanto ele tentava me explicar de um jeito que eu entendesse.
De qualquer maneira, eu não consegui chegar a uma conclusão precisa, não quando pude ouvir o barulho da chuva começando e do elevador parando quando estava chegando ao meu andar. Ele não parou simplesmente no meio de dois andares, como também chacoalhou e deu uma ligeira despencada, para então todas as luzes se apagarem e nos deixarem ouvindo o barulho de nossos corações e respirações somados à estrondosa chuva que atingia o lado de fora do prédio.
- Com medo, Green? - E foi nesse momento que eu percebi que tinha me agarrado no braço dele.
Tentei me afastar, mesmo sem enxergar nada ao meu redor, mas fui impedido pelo braço dele, que me segurou pelas costas e me puxou em sua direção, colando nossos tórax, passando as mãos pelas laterais de meu corpo até que estas alcançassem meu pescoço, se entrelaçando em minha nuca. Junto aos arrepios que tomavam conta de meu corpo, eu consegui comandar minhas mãos a seguirem um caminho trêmulo por seu peito até chegarem em seus ombros, onde cravei as unhas uma por uma, aproximando ainda mais nossos corpos, até que nossas bocas quase se tocassem. Eu podia ouvir meu coração disparando com uma nova descarga de adrenalina que era despejada nele, enquanto minha respiração se perdia e desejava que ele não me achasse prestes a ter um ataque do coração ou algo assim.
- Com medo, Radke? - Retornei a pergunta mesmo sem saber o porquê, e pude sentir o sorriso em seus lábios ao que ele me puxou para si com força, fazendo com que minha garganta soltasse um gemido pelo impacto de nossos corpos já totalmente colados um com o outro.
Sua boca se movia com uma destreza precisa, conseguindo fazer descargas elétricas percorrerem minha coluna enquanto eu sentia cada pêlo de meu corpo se arrepiando. Apertei mais minhas unhas em seus ombros, sentindo ele soltar um pequeno ofego em minha boca, no exato momento em que essa se abria para juntar nossas línguas, e quando isso ocorreu, foi a minha vez de ofegar em sua boca. Os movimentos eram rápidos, precisos e faziam tudo ficar tão quente quanto era possível. Uma de minhas mãos foi para sua nuca, puxar alguns fios de seus cabelos macios, enquanto as mãos dele deslizavam livremente entre minhas costas e cintura, o que fez com que minha outra mão deslizasse inconscientemente para baixo, na linha do cós de seu jeans. Depois de alguns minutos arranhando seu pescoço e qualquer pedaço de pele que eu encontrasse entre sua camisa e seu jeans, enquanto suas mãos pressionavam minha bunda, eu comecei a sentir falta de ar, tanto pelo beijo quanto por estarmos em um ambiente fechado. Ficando ligeiramente na ponta dos pés, acabei por esfregar meu corpo ao dele, que gemeu contido em minha boca, que por ter ficado na altura da dele, me fez desgrudá-las juntando nossas testas, virando a cabeça um pouco para o lado em busca de ar.
- Não... - Seu sussurro foi praticamente desesperado, enquanto uma de suas mãos voltou rapidamente para minha nuca, virando minha cabeça para a sua e juntando nossas bocas novamente de maneira possessiva, fazendo com que meu corpo se inclinasse para trás tamanha a força com que esses atos foram realizados.
Como estava na ponta dos pés acabei por me desequilibrar, me fazendo bater contra a grade do elevador e ficar meio caído entre ela, o chão e Ronnie. Este por sua vez estava inclinado sobre mim, nossos lábios ainda juntos e nossas línguas se enroscando da maneira mais prazerosa que poderia existir. Tentando melhorar a posição desconfortável em que estava acabei por passar uma de minhas pernas ao redor de seu quadril, fazendo minha coluna se curvar para cima e colar nossos corpos novamente. Uma mão dele deslizou de meu joelho para minha bunda e então se firmou em minha coxa, empurrando seu corpo para frente enquanto me puxava pela perna, batendo minhas costas na grade e seu corpo no meu, me fazendo soltar nossas bocas novamente para gemer, enquanto o elevador rangia e chacoalhava um pouco.
- Ronnie, chega... - Consegui dizer ofegante ao que ele tentava juntar nossos lábios novamente e eu afastei o rosto de lado.
Em resposta, ele puxou minha outra perna para circular seu quadril e me pressionou mais forte contra a grade, me fazendo ofegar e sentir seus dentes se arrastarem por meu pescoço. Ao chegar perto de minha orelha, pude ouvir uma espécie de rosnado deixando sua boca, fazendo seus lábios vibrarem.
- Eu não quero parar. - A voz dele estava assustadoramente grave, mas aquilo não importava realmente.
- Eu não perguntei o que você quer, eu falei que chega. - Minha voz saiu firme e rouca, mas foi quase que totalmente abafada pelo rosnado que saía do peito de Ronnie, fazendo meu corpo tremer com o dele, devido ao som bestial que saía por entre seus lábios.
- Mais tarde a gente termina isso. - E dizendo isso, o empurrei para longe de mim, pondo minhas pernas no chão e vendo seus olhos brilharem vermelho-alaranjados enquanto seu corpo batia do outro lado daquela cabine.
Antes que ele pudesse reagir, as luzes se acenderam novamente e o elevador voltou a subir vagarosamente até meu andar. Por nenhum momento meus olhos se separaram dos dele, que mesmo estando novamente castanhos desde que a luz voltou, permaneciam assustadoramente ameaçadores.
- Mais tarde então. - Ele disse, a voz misturada entre o tom normal e aquele timbre grosso de antes.
Virei-me de costas para ele e deslizei a grade para poder sair dali, ignorando o fato de que, se ele quisesse, poderia me matar a qualquer segundo. Caminhei normalmente até a porta do meu apartamento e procurei as chaves nos bolsos, a encontrando e destrancando a porta.
- Mais tarde. - Repeti, entrando em casa, sendo seguido de perto por ele, sua presença não mais tão ameaçadora quanto antes, mas ainda assim tão assustadora quanto poderia ser. Afinal de contas, quem não se sentiria assustado abrindo a porta de sua casa para um demônio entrar? Um verdadeiro demônio?
Tudo que eu sabia era que ele não tinha chegado a ficar realmente bravo no elevador, apenas contrariado, e eu realmente não gostaria de vê-lo bravo no momento, não mesmo.