Título: Incubus
Autor(a):
nyx_gatesPairing: Max/Ronnie
Fandom: Escape the Fate
Gênero: Terror, Angst
Censura: NC-17
Beta-reader:
lilith_vTeaser: "O que você faria se dissessem que você é louco? Você continuaria alimentando sua loucura, fugiria dela ou criaria uma explicação?"
Disclaimer: Eles não são meus, se fossem vocês não saberiam!
All return, but you...
Um mês se passou e absolutamente nada havia mudado. O tempo continuava fechado, há muito tempo que nenhum raio de sol escapava por entre as nuvens e as noites eram frias e vazias.
Cheguei cansado à minha casa, fiquei até mais tarde na faculdade fazendo um trabalho ridículo para um professor velho e irritante. Tomei um banho rápido e me joguei sem roupas na cama, adormecendo no mesmo instante, um sono sem sonhos, apenas a escuridão ao meu redor.
Mexi-me na cama, tirando o cobertor que me cobria e o jogando sobre o rosto para tentar impedir a claridade que vinha da janela de alcançá-lo. Estava adormecendo novamente quando senti um movimento na beirada do colchão. Descobri o rosto rapidamente, o coração acelerado, pronto para fazer alguma coisa que eu ainda não sabia o que era, quando vi o que era que movimentou o colchão. Aquele homem, que há tanto tempo havia aparecido em meus sonhos estava lá novamente, dessa vez engatinhando pela minha cama, sobre mim, sem desviar os olhos dos meus, que eu podia sentir brilhando com algo como desejo.
Tentei me sentar, porém fui impedido por seu corpo sobre o meu, suas pernas ficavam em volta de minha cintura, uma de cada lado, meus pensamentos vagando nos lugares mais impuros, desejando as coisas mais perversas e, no meio deles, eu sabia -mais que isso, eu queria - que se algo acontecesse, que ele estivesse no comando. Eu estava preso - muito bem preso - por seu corpo que se encostava ao meu em todos os pontos possíveis. Suas mãos subiram pelo meu peito descoberto, me causando arrepios e me fazendo ofegar pela sua temperatura, mesmo que eu não soubesse se era sua pele que estava muito fria ou se era a minha que estava muito quente, até que alcançaram meu pescoço, desenhando seu contorno com as pontas dos dedos até o circularem e lá elas ficaram, fazendo pressão, quase me tirando o ar, mas deixando o suficiente passar para eu não perder a consciência. Minhas mãos foram instintivamente para a cintura dele, onde cravei minhas unhas, e apesar de tudo, eu estava tão excitado quanto poderia estar. Ele, ao perceber isso sorriu, um sorriso que se não fosse a falta de ar, me faria gemer, tão malicioso e excitante quanto um sorriso poderia ser; sua mão direita voltou a descer pelo meu peito enquanto seu corpo se pressionava mais ainda sobre o meu e a mão esquerda fazia sozinha a mesma pressão que as duas faziam juntas antes.
A mão que descia pelo meu peito deslizou por entre nossos corpos, onde antes estavam as cobertas que agora deveriam estar jogadas ao meu lado, me fazendo notar o quão excitado ele estava, assim como eu; sua mão em minha barriga parecia tão fria enquanto a outra em meu pescoço parecia tão quente. Seus dedos frios me pressionaram por sobre a cueca, logo depois sendo substituídos por sua perna, enquanto a mão, que antes me pressionou, desceu para minha bunda, a apertando e me puxando em sua direção, fazendo minha ereção se prensar em sua perna e a sua própria fazia o mesmo com minha perna. Ofegos pesados deixavam meus lábios, a falta de ar não era perceptível àquela altura, sua cintura fazia movimentos estimulantes sobre mim enquanto sua cabeça se abaixava, me fazendo sentir seus cabelos macios tocarem minha pele, sua língua traçava um percurso do meu ombro até o pescoço, enquanto eu ofegava mais alto, quase gemendo, tentando desesperadamente respirar, os nós dos meus dedos brancos de tanto apertar sua cintura.
- Delicioso.
Acordei com o despertador tocando ao meu lado. Minha respiração era descompassada como se eu tivesse acabado de recuperar o ar e, mesmo sabendo que aquilo tudo foi apenas um sonho eu ainda sentia a presença dele sobre mim. Era como se, se eu esticasse a mão, pudesse tocar sua pele anormalmente quente e fria ao mesmo tempo, se eu mantivesse os olhos fechados, continuaria sentindo o toque de sua língua em meu pescoço e aquela voz. Não, não era uma voz incrivelmente sexy que te faz gozar com um “oi”, era uma voz até que normal, mas que lhe caia tão bem que parecia impossível resistir a ela.
Mesmo sem o mínimo de vontade, eu me separei do meu sonho para perceber que era um novo dia, tão insuportável quanto todos os outros, porém havia uma nova esperança. Eu podia passar o tempo relembrando todas as sensações que aquele homem do sonho havia me causado e talvez até desejando que ele fosse real.
Como era de se esperar, eu não voltei a sonhar com ele, por mais que eu desejasse que isso acontecesse, que ele de repente aparecesse em meus sonhos. Duas semanas se passaram e se eu fechasse os olhos, a sua imagem voltava à minha cabeça com tamanha perfeição que, inevitavelmente, meu coração disparava. A chuva continuou por todos esses dias, me fazendo pensar em quanto tempo Las Vegas demoraria a inundar.
Joguei o molho de chaves e o casaco molhado sobre a mesa do centro da sala e fui para a cozinha preparar algo para comer. Lasanha de microondas parecia uma novidade perto das duas semanas comendo pizza gelada. Assim que ela ficou pronta, voltei para a sala, ligando a televisão em um canal qualquer enquanto chutava as coisas da mesa para o chão. Peguei o controle e comecei a mudar de canal sem prestar atenção a nenhum, quando decidi que não queria assistir nada, olhei para meu prato e vi que havia um papel na frente dele. Não tinha papel nenhum ali quando eu peguei o controle. Abri o papel para encontrar apenas uma frase, sem sentido nenhum:
Tudo volta, mas você não deveria desejar que eu reaparecesse.
Joguei o papel no sofá e voltei a comer. Provavelmente era alguma piada que algum engraçadinho da faculdade havia colocado em meu casaco e que caiu sobre a mesa enquanto eu o derrubava no chão. Mas eu sabia que tinha um pedacinho de mim que, bem lá no fundo, queria que aquilo pudesse ter alguma relação com o cara do meu sonho.