Incubus - 8/18

Mar 11, 2012 13:36

Título: Incubus
Autor(a): nyx_gates
Pairing: Max/Ronnie
Fandom: Escape the Fate
Gênero: Terror, Angst
Censura: NC-17
Beta-reader: lilith_v
Teaser: "O que você faria se dissessem que você é louco? Você continuaria alimentando sua loucura, fugiria dela ou criaria uma explicação?"
Disclaimer: Eles não são meus, se fossem vocês não saberiam!


Capitulo 8 - There’s a place in the dark where the animals go

Do lado de fora do prédio pude ver como tinha esfriado e que, como em todos os dias anteriores, iria chover, e logo. Enquanto isso, esperávamos um táxi qualquer passar pela rua, sem realmente ter pressa de sair de lá. Porém, quando eu pensei em dizer para ele desistir e voltarmos lá para cima, um carro amarelo parou na porta do prédio, deixando uma senhora velha e enrugada descer dele com várias sacolas, sendo seguida por uma mulher loira estranhamente familiar, mas que ao ver Ronnie, arregalou os olhos e puxou a velhinha para dentro, jogando mais dinheiro do que era necessário para o taxista.

- Vamos. - Foi tudo que Ronnie disse, e entrou no táxi sendo seguido por mim, que ainda olhava para aquelas duas enquanto elas entravam no elevador.

- Você as conhecia? - Perguntei me arrumando no banco, colocando minha perna um pouco em cima deste e olhando para ele.

- Não, mas a loira... Ela sabe de coisas. - Foi tudo que ele respondeu, aparentemente um pouco mal-humorado pelo que havia acontecido.

- Para onde devo levar os senhores? - O taxista perguntou educadamente, mas com um olhar de repulsa estampado em seus olhos, me fazendo imaginar do que exatamente ele tinha nojo.

- Para o bar no final da Lost. - Ronnie disse e o homem ficou pálido no reflexo do retrovisor.

- O senhor tem certeza? - Ele perguntou, freando o carro e olhando para mim como se eu fosse dizer que era uma brincadeira.

- O seu serviço não é perguntar, é nos levar lá. Se ele disse que o endereço é esse, então é e pronto. - Respondi, levantando uma sobrancelha, sorrindo de lado ao ver o homem ficar mais pálido ainda e um pouco verde, como se estivesse passando mal.

- A corrida vai ser em bandeira dois, e eu quero passe livre pra sair. - Foi tudo que ele disse, para logo em seguida acelerar bem mais que o necessário e indo sabe-se lá para onde.

O resto do caminho foi em silêncio, Ronnie olhava a nuca do velho concentrado em absolutamente nada que fosse perceptível enquanto eu olhava pela janela, vendo os prédios sumirem aos poucos e a parte sombria da cidade crescendo. Bares, boates e becos para drogados e qualquer pessoa que não poderia estar na parte rica ou normal da cidade. Finalmente o táxi parou, em frente a um sobrado que parecia que iria desmoronar a qualquer momento.

- Aqui. - Ronnie disse, se aproximando do banco da frente. - O triplo se você voltar pra pegar a gente depois.

- De jeito nenhum, eu não volto aqui. - O homem disse, mexendo a cabeça para os lados.

- Ou isso, ou então você não sai mais, escolhe. - Ronnie disse, tirando um cartão branco e vermelho da carteira e oferecendo ao homem, que arrancou de sua mão como se sua vida dependesse daquilo.

- E se eu não voltar? - O velho perguntou, analisando o cartão com as mãos trêmulas.

- Você não conseguirá sair daqui se não for voltar. - O velho abriu a boca para dizer alguma coisa. - Mesmo com o cartão. E eu não estou brincando. -Ronnie interrompeu.

- Tudo bem. Você sabe como me encontrar, sempre sabem... - O velho resmungou e ligou o carro, saindo de lá cantando os pneus do carro.

- Eu deveria ter medo, certo? - Perguntei, olhando para a construção e ouvindo um barulho que poderia ser de música alta, mas abafado como se estivesse tocando no porão.

- Talvez... A propósito, não saia de perto de mim, de jeito nenhum. Como eu disse antes, eu sou o mais “amigável” dos que estão aqui e mesmo que não fosse, eu tenho certa responsabilidade com você. - Ele disse indo até o portão.

- Tudo bem, vou ficar perto. E por falar nisso... Qual tua responsabilidade comigo? - Perguntei enquanto olhava tudo ao nosso redor.

Passamos pelo portão, chegando a um lugar que deveria ser a sala da casa, mas que parecia mais uma recepção, onde havia dois seguranças, um homem e uma mulher, que revistaram nós dois e pegaram um cartão com Ronnie. A mulher pegou minha mão e olhou perto do pulso, na parte de dentro do braço.
- Novato, não? Espero que desfrute de nossas acomodações... - Ela disse num tom amigável, e ao mesmo tempo em que um carimbo de uma caveira vermelha marcava minha pele, eu pude ter o relance de um local quente, e de meu braço sendo preso com um bracelete, cravado a fogo, e logo depois eu estava olhando confuso para a mulher que sorriu para mim.

- Eu tenho que cumprir nosso acordo de mais cedo, Max. - Radke respondeu enquanto mostrava para o homem uma marca igual ao carimbo em meu braço, só que a dele era negra.

- Impressão minha ou essa marca não vai sair? - Perguntei, dando a mão para ele, que me guiava através de um corredor escuro que nos levou até um lance de escadas que ia até o andar de baixo, a música ficando mais alta a cada passo para o interior da casa.

- Ela não vai sair. Mais do que isso, você tem que se preocupar se você vai sair daqui. - Ele respondeu, fazendo um arrepio percorrer minha coluna.

No porão, era como se fosse um bar comum. Havia pessoas bebendo, conversando e rindo, algumas mulheres e homens dançavam em pequenos palcos que ficavam nas paredes, permitindo que quem passasse deixasse algum dinheiro em suas roupas - ou falta delas - ou que apenas os observassem.

Olhei tudo cuidadosamente, esperando ver algo absurdo mas nada parecia diferente.

- Meus amigos estão vindo. Aconteça o que acontecer, não dê a mão para eles. - Ronnie disse para mim, me puxando para o seu lado, acenando para dois caras que vinham em nossa direção.

- Max, esses são o Omar... - Ele apontou para um cara gordinho e ligeiramente mal encarado, que parecia ter bebido bastante, daqueles que você reza para gostar de você senão eles podem te quebrar ao meio - no bom sentido - com um dedo. - E o Robert. - Ele apontou para um outro, esse era bem mais alto que eu e usava óculos escuros, estilo aviador, e que era incondicionalmente, um clone do guitarrista do Guns n’ Roses, Slash.

- Radke! Cara, você trazendo carne fresca por aqui? - O tal de Omar disse e deu um tapinha no meu ombro.

Quando ele fez isso, eu vi como se estivesse novamente naquele lugar em que encontrei Ronnie. Porém, dessa vez, era como se o bar tivesse se transformado naquilo. As pessoas que estavam dentro do bar conversando, ou estavam acorrentadas ao chão, com roupas rasgadas e sujas, ou então estavam sentadas conversando normalmente, porém com os olhos totalmente negros, sem nenhum espaço branco visível. Os dançarinos nas paredes estavam enjaulados, sendo torturados pelos espectadores e gritando, os pés sujos escorregando em poças de seu próprio sangue. Risadas monstruosas e gritos enchiam o ar no lugar da música e as bebidas servidas no bar eram de um preto grosso e pastoso como se fosse petróleo. Olhei para Ronnie e seus olhos estavam totalmente negros como os dos outros, o mesmo acontecia com Omar e Robert. Os dois últimos me olhavam como se eu fosse algo novo para eles. Olhando para meu braço, onde estava a marca que eu recebi na porta estava uma corrente, mas que pendia quebrada de meu braço, não chegando a ficar abaixo de meus dedos. Nessa corrente, que brilhava como se fosse de ouro branco, pude ver meus olhos. Continuavam verdes, mas era como se o verde tentasse segurar toda a escuridão que queria sair e se espalhar por ele.

- Carne fresca. Bom modo de definir... Mas acho que você percebeu que essa carne não é para seus dentes. - Robert completou, me rodeando enquanto eu piscava e tudo estava como antes, os dançarinos sorrindo, pessoas conversando animadas e uma música qualquer tocando alta no fundo.

- Você quer dizer que é para o Radke? - Omar perguntou e olhou para Ronnie em descrença.

- Ele não está aqui por mim, pode ter certeza. - Ronnie disse, devolvendo o olhar com um sorrisinho de deboche.

- Ok, vocês pretendem mesmo discutir de quem eu sou carne em pé mesmo? Porque, assim, eu não estou muito afim de ficar aqui parado em pé não. - Comentei enquanto tirava a jaqueta, fazendo os dois virarem e irem em direção a uma mesa e Ronnie me levar pela mão.

Sentamo-nos e eu tentei ao máximo ignorar o que eu tinha visto e me focar na conversa deles, que tinha se tornado algo sobre a nova banda que estava tocando nas rádios. Deixei uma de minhas mãos cair ao meu lado na cadeira enquanto comentava algo sobre já ter ouvido uma ou duas músicas deles, quando senti os pelos de um cachorro sob meus dedos. Olhei para baixo e vi um doberman parado sob minha mão, esperando carinho, e novamente um flash piscou em meus olhos e eu vi a besta sentada sob minha mão. O flash se desfez e eu olhei para Ronnie, que segurava um sorriso com algum esforço, depois para Omar e Robert, que me olhavam espantados. A expressão deles foi boa o suficiente para me fazer gargalhar e Ronnie rir junto.

- Então, Max, gostando do nosso passeio? - Ele perguntou após o ataque de riso.

- Hum... Mais proveitoso do que eu achei que seria. - Disse sorrindo, ao que o cachorro foi embora, não sem antes circular os outros dois na mesa, rosnando.

Apesar de tudo, não estava sendo tão ruim. Mas ia ficar pior, isso com certeza.

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