Festival \o/~

Dec 20, 2007 11:27

Autora:nima_
Título: Exam
Banda: Plastic Tree
Casal: RyutaroxAkira
genero: comédia + sci-fic + lombra da cabeça da Nima 8D
nota: essa é a fic que a Kazu me pediu no festival... não ficou do jeito que eu planejava, mas no prazo que me deixaram foi o máximo que eu consegui fazer o.o


          Akira chegou na sala de espera. Parecia que todos olhavam para ele e sabiam o que ele fazia naquele lugar. Sentia-se constrangido com tudo aquilo, mas seu médico geral pediu para que fizesse o exame de qualquer jeito, e pelo jeito como ele falou parecia realmente sério.

- Tanaka-san? - Perguntou a enfermeira, chamando um paciente que estava bem à sua frente.

Um velhinho com cara de doente. Akira nem imaginava como é que aquele tipo de médico se daria com esses tipos de homens, que fazem mal até a você de tão doentes que parecem. Não era caso de preconceito, mas toda aquela doença estava afetando seu humor normal. A mulher que estava ao seu lado fungou de repente, fazendo Akira dar um pulo, encostando-se, inconscientemente, do lado da cadeira oposto ao da mulher, como se fugisse dela.

- Yamaguchi-san?

Ainda não era a sua vez. Estava começando a ficar impaciente. Já era vergonhoso estar ali, naquele estado, e o médico maldito ainda o fazia esperar na frente de tantas pessoas que pareciam imaginar o que um homem tão jovem faz ali. Por falar nisso, como seria o médico? Um amigo mais velho do trabalho disse que era horrível. O dedo do cara era muito grosso e...

Um grito. Akira se apavorou. Provalmente aquilo doía. Como poderia não doer, né? De repente a imagem de um médico velho, cheio de rugas, careca, com uma barba longa e óculos de meia-lua, fundo de garrafa, e um dedo anormalmente grosso veio em sua mente. E Akira se viu amarrado em uma cadeira, tremendo, esperando que o exame acontecesse...

- Akira-san?... Akira-san! AKIRA-SAN! - Chamou a enfermeira, tirando o dito cujo de seu sonho tenebroso e trazendo-o de volta à realidade.

O jovem levantou e acompanhou a enfermeira até a sala do médico. Abriu a porta com a imagem do médico imaginário fixa em sua mente. A porta branca, aberta, agora exibia a imagem real do médico e era surpreendente: O médico era novo. Moreno, alto, bonito, e impressionantemente jovem. Só tinha uma explicação para aquilo, pensou Akira: TARADO.

O médico se levantou e fez uma leve referência para que o paciente se sentasse. Akira olhou bem para as mãos do médico, pareciam normais, nenhum sinal de dedos anormalmente grandes ou coisas do gênero. Sentou-se meio receoso e o médico pareceu perceber isso.

- Você me parece um tanto nervoso. Está com medo do exame? - Perguntou o médico anormalmente bonito, dando-lhe um sorriso, passando confiança.

- Não. - Mentiu.

- Então vista a roupa que está no vestuário e sente-se na cadeira. - Apontou o médico moreno.

Akira assentiu um tanto recoso. Chegou no vestuário e se deu conta que teria que mostrar seu íntimo para um cara estranho. Poderia ser médico, mas ainda assim era um cara estranho. Trocou de roupa bem devagar, como aproveitando seus últimos momentos vestido. Aquele avental verde, definitivamente, não combinava com ele. Era muito simplório. Saiu do vestuário e deu de cara com o médico, ajeitando a luva em sua mão.

O jovem médico indicou a cadeira para que ele deitasse. Akira obedeceu sem falar uma palavra. Não que não quisesse, a verdade é que nem conseguia saber como estava respirando de tanto medo que sentia. Deitou-se de barriga para cima. O outro deu uma risadinha.

- Você terá que se virar, se não doerá muito. - Advertiu o médico.

Tremeu. Ao mesmo tempo que queria dificultar o exame para o médico, não queria sentir dor, então obedeceu. Já de barriga para baixo, sem saber direito o que acontecia, Akira sentiu o médico levantar as vestes verdes e mostrar o quadril. Fechou os olhos de medo e sentiu o dedo do médico introduzí-lo com cuidado. Sentiu-o mexer em alguma coisa lá dentro. Cutucou em alguns lugares e saiu de dentro dele.

Foi um alívio para Akira estar de barriga para baiso, assim o médico não poderia ver o quanto excitado ficara com aquilo, e se visse, seria realmente vergonhoso para ele.

- Viu? Nem foi tão ruim assim. - Comentou o médico tirando as luvas da mão.

-É... Não! Foi-foi-foi incomodo! - Mentiu novamente, para não ferir seu orgulho próprio.

- Pode se vestir - Disse o médico, depois de dar uma risadinha. - Seus exames ficam prontos semana que vem.

- Eu ainda terei de vir buscá-los? - Perguntou Akira assustado, antes de entrar no vestuário.

- Claro! Ou você acha que o exame de hoje foi feito só por prazer? - Brincou o médico.

Pela primeira vez, Akira sentiu seu coração apertar. Não sabia ele se foi pela ironia na frase do médico ou se foi porque não queria voltar lá de jeito nenhum.

- Mas não precisa enfrentar fila não. - Continuou o médico. - É só ir na sala de entrega de exames.

- Certo!- Respondeu Akira antes de entrar no vestuário.

Logo já estava com as roupas usuais, confortáveis, e que não mostravam sua bunda. Saiu do consultório aliviado, olhando a porta branca do médico, onde tinha uma placa de prata que não tinha notado antes, escrito RYUUTAROU - o nome dele, provavelmente.

Enquanto saia da sala de espera, a enfermeira lhe lembrou que teria que vir a qualquer dia da semana que vem para buscar os resultados.

Chegando finalmente no carro, lembrou da sensação do médico lhe enfiando o dedo pelo anel e deu uma estremecida antes de ligar o carro e fazer a manobra para voltar para casa.

~Uma semana depois~

Akira voltou ao consultório médico. Nem precisou esperar. Foi encaminhado logo para uma sala, com uma porta de madeira e vidro, onde o médico que lhe introduzira o dedo o esperava.

Havia uma mesa de madeira separando os dois. Pilhas de papel quase escondiam o rosto do urologista. Akira procurava o rosto do médico por entre os exames. De repente, o moreno levantou com o sorriso meigo estampado na cara. Vestia o mesmo jaleco branco da última vez, agora segurava uma pasta de papel mais grosso, provavelmente onde estaria seu exame.

- Akira-san? - Perguntou o médico, sem tirar o sorriso da cara.

O paciente ficou com um tom rubro nas faces e não se deteve em olhar para o chão. Parecia humilhante para ele, olhar na cara do homém que lhe enfiou o dedo pelo buraco que era virgem. Sem proclamar nenhuma palavra, o paciente tirou os resultados da mão do médico e passou os olhos pelos dados. Concentrado em tentar decifrar os números escritos no papel do exame, Akira nem notou o quão sorrateiramente o médico se aproximou de si, posicionando-se bem próximo às suas costas.

- Isso quer dizer que está tudo ok com você. - Sussurrou o médico ao seu ouvido.

Akira tremeu de leve com o susto. De repente notou que sua respiração tornou-se mais pesada. As mãos do médico passavam pela sua cintura, enquanto ele apoiava cuidadosamente a cabeça em seu ombro.

- Não há nada de errado com o nosso amiguinho aqui. - Disse o médico lascivamente, deslizando a mão da barriga coberta do paciente para dentro das calças do mesmo.

Akira deixou um gemido escapar, enquanto sentia o médico massagear seu íntimo, com movimentos cada vez mais eróticos. Quando os dois deitaram na mesa, Akira fez com que o médico parasse o que estava fazendo. De repente sua mente deu um estalo. Ele já tinha passado por aquela situação antes. Não era um devaju. Tinha certeza que aquele rosto lhe era familiar, mas não familiar de já ter visto antes, mas familiar de já ter visto há muito tempo. Ele encarou o médico.

- O que você quer comigo?

- Para mim parece óbvio... - Deu um sorriso ainda mais malicioso.

- Me estuprar?

- Não seria uma opção descartável. - Disse ele, tirando um cigarro do bolso e ascendendo-o com um isqueiro de prata.

De repente aquela mesma imagem surgiu na mente de Akira. O cigarro, com seu cheiro. O cabelo preto, bagunçado. E o bisturi. Mas não lembrava quando ele tinha visto essas imagens.

- Eu te conheço de algum lugar? - Perguntou Akira, encarando o médico, forçando sua mente a tentar lembrar

- Eu sou o médico que fez o seu exame de...

- Não! Digo... A gente já se conhecia antes? Antes daqui?

- Não se lembra direito? - Perguntou Ryuutarou, com um sorriso ainda tendendo para o malicioso.

- Não sei. Tenho a impressão que te conheço de algum lugar...

Ryuutarou se aproximou e roubou um beijo do paciente. Depois ficou a acariciar seu cabelo, como dando apoio moral para o que ele falaria.

- Você foi uma das experiências da minha mãe. Muito provavelmente não se lembra porque... Bem... Esse é o sentido da coisa: Você não se lembrar. Se eu não me engano você era o que estava precisando de dinheiro. Minha mãe oferecia uma quantia muito alta para quem quisesse ser cobaia. Se não me engano você assinou um contrato também, mas minha mãe escondeu todos eles antes de ser presa e condenada a morte por experiências feitas com humanos e alguns assassinatos. Você foi o único que eu assisti aos experimentos. Naquela época eu tinha acabado de decidir pela medicina. - O médico sorriu misteriosamente, enquanto olhava para a cara de quem não acreditava de Akira. - Minha mãe queria criar homens que não tivessem dependência de sexo. - Disse depois de uma longa tragado no cigarro. - Mas eu quero provar para ela que ela errou nas experiências. Quero provar para ela que você é dependente do sexo.

Por mais absurdo que pudesse ser, alguma coisa fazia sentido. O fato de ainda ser virgem, o médico ter mandado lhe fazer um exame que só velhos fazem, por ele nunca ter feito sexo, a lembrança dos amigos zoando ele no trabalho por nunca precisar de uma revista pornô para se satisfazer. Mas aquilo ainda lhe parecia muito ilógico.

- Deu muito trabalho descobrir onde você morava, os médicos que você ia, mas o pior de tudo foi subornar o seu médico. Ele me pediu muita grana para que encaminhasse você para mim. - Disse, observando calmamente, a expressão de choque de Akira, estava na cara que para ele, aquilo não passava de um sonho.

- Então... - Começou ele, pensando em tudo, fingindo acreditar no que achava a coisa mais impossível do mundo - Você só quer sexo comigo para me deixar dependente do sexo, e provar para a sua mãe que a experiência dela deu errado?

Akira viu Ryutaro balançar a cabeça positivamente. Levantando-se indignado, Akira saiu do escritório com o exame na mão, convencido que tudo aquilo era loucura da cabeça do médico e que ele deveria mesmo era ir para um hospício. Podia ser o cara mais lindo e apaixonante que ele já conheceu na vida, mas era o cara mais doido também. Saiu do hospital, voltando para casa.

De repente um som de freada e um baque.

~
          Akira acordou. Via uma cara conhecida. Cabelos pretos, bagunçados, olhos simpáticos e um sorriso radiante. Piscou algumas vezes, até o foco da sua vista se estabilizar. Ele olhou o teto branco.

- O que aconteceu? - Perguntou ele, colocando a mão na cabeça pela dor que sentia.

- Você foi atropelado... Disseram-me que perdeu a memória...

Akira parou para pensar. Não lembrava mesmo do nome. Não lembrava quem era, onde morava, o que fazia. A única coisa que lembrava era que conhecia aquela cara de algum lugar. De repente as lágrimas vieram aos seus olhos. Era desesperador saber que você tinha tido uma vida, que você não se lembrava, como um vazio. Depois de muito tempo, resolveu perguntar.

- Quem é você?

- Sou Ryuutarou. E você é Akira. Moramos juntos, num apartamento pequeno. - Disse, aproximando sua cabeça da dele, sorrateiramente. - Você é meu namorado.

~FIM~

2007.12.14
nota II para a Kazu ._. eu prometo que se não tiver gostado eu faço algo BEM melhor para ti okkay? ^^' *apanha das leitoras*

plastic tree

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