Título: Let's Celebrate Our Love
Autora: Violet
Ship: Robert & Kristen
Censura: NC-17
Gênero: One-shot / Romance / Comédia
Sinopse: Celebrações, surpresas e tradições. Os Pattinson e os Stewart se reúnem para comemorar o Natal. O problema é conseguir um pouco de privacidade em uma casa repleta de parentes.
Depois de inúmeras sugestões de qual seria a melhor forma para eles celebrarem o Natal, eles chegaram finalmente a um acordo.
Kristen e Robert eram vistos pelas suas famílias e amigos como praticamente casados. Eles próprios assim se consideravam. E como um legítimo casal, eles gostariam de passar juntos todas as datas comemorativas - ou mesmo as mais especiais e representativas para eles.
Mas havia um porém. Eles sempre celebravam o Natal ao lado de suas famílias. Os Stewart em Los Angeles. Os Pattinson em Londres. No Ano Novo, já havia virado praticamente uma tradição, Kristen passar ao lado de Robert em seu país de origem. Mas o Natal era diferente...
Ela sabia que seus pais e irmãos ficariam um tanto aborrecidos se ela optasse por passar um Natal longe deles.
Sugerir para que Rob passasse em Los Angeles também estava fora de cogitação.
- Por mim, tudo bem - disse ele com simplicidade - o problema é que Clare vai ficar chateada.
A mãe de Rob costumava dizer que ele já passava o ano inteiro longe dela para ficar também distante durante as comemorações de final de ano.
Depois de discutirem um pouco a questão, Rob, em tom de gracejo, disse que seria ótimo se as duas famílias passassem o Natal juntas.
- É uma boa idéia - Um brilho se formou no olhar de Kristen, como se ela houvesse encontrado uma luz no fim do túnel.
- Você sabe que eu estava brincando, né? - perguntou Robert, parando de rir e a fitando com as sobrancelhas arqueadas.
- E por que não? Não é uma má idéia.
Ele pareceu ponderar por alguns segundos.
- Acho que você tem razão. Pode ser uma boa idéia - concordou com um meio sorriso.
Restava discutir onde eles passariam o Natal - Los Angeles ou Londres. Eles preferiram contar a idéia que haviam tido para suas famílias e deixar que eles decidissem o lugar. Ambos esperavam que todos chegassem a um consenso.
Jules declarou que em Londres eles teriam uma sensação maior de paz e nenhum incômodo. Fora que era um jeito de fugir um pouco da rotina e dos trabalhos que deixaria em Los Angeles para concluir depois das festas. John não fez objeção. Nem os irmãos de Kristen, embora Taylor tenha gracejado um pouco a respeito dos hábitos londrinos e dito que não acreditava que pudesse se adaptar às esquisitices britânicas.
Depois de tudo acertado, era apenas uma questão de curtir o clima natalino que se aproximava.
Agora, ambos estavam no sofá da sala dos Pattinson, aguardando a família de Kristen chegar para que eles celebrassem, pela primeira vez, juntos.
Os pais de Robert se prontificaram em buscar os Stewart no aeroporto.
- Hummm...
Rob se encontrava da forma como ele mais gostava de ficar. Sobre o corpo de Kristen, distribuindo lânguidos beijos pela pele nua de seu pescoço, pelo seu colo, queixo... Ela mordia os lábios, extasiada com a sensação do toque dos lábios, da língua e das mãos dele em sua pele.
Naquele mesmo dia, mais cedo, a mãe de Rob havia lhe pedido para que pegasse as caixas com enfeites para a decoração da árvore de natal no sótão. Ele desceu com Kristen em seu encalço e, quando abriu o armário para pegar as caixas, se descuidou e recebeu uma chuva de enfeites natalinos e caixas de papelão em sua cabeça. De nada adiantou ele tentar se proteger com o auxílio de seus próprios braços.
Kristen não riu. Ela gargalhou, de modo que perdeu o fôlego e Rob quase se preocupou com o fato de ela estar ficando roxa, se não fosse a completa zanga que o tomava por vê-la rindo e não mover um dedo para ajudá-lo a arrumar aquela bagunça.
“Mais tarde, você terá seu castigo” ele anunciou tentando fazer seu tom soar intimidante enquanto ela tomava litros de água com açúcar para ver se suas gargalhadas cessavam.
- Ainda não decidi como vou te castigar... Se assim - e ele traçou a linha de sua clavícula com beijos molhados por aquela região, enquanto acariciava seu seio com uma de suas mãos - ou se desse modo... - e moveu sua língua para a orelha dela, puxando levemente o lóbulo com os dentes. A mão desceu pelo esguio corpo feminino, passando pela sua barriga, por baixo da camiseta, e depois se movendo mais para baixo, estacionando em seu quadril.
- Eu acho que mereço ambos - ela sussurrou, suspirando com os olhos cerrados, derretida nos braços de Rob.
- Não sei... Eu estava pensando em alguma forma mais cruel de te punir... - a mão alcançou o cós do jeans que Kristen vestia, se infiltrando por ele.
Ela abriu os grandes olhos verdes e o encarou por um momento.
- Então seja cruel!
A luxúria estampava o rosto de ambos. A boca de Rob se curvou em um sorriso torto antes de ele voltar a atacar o pescoço dela como um sedento vampiro enquanto a mão deslizava mais para dentro da calça de Kristen, alcançando a região da virilha...
- Rob... e se eles chegarem...? - perguntou Kristen, tentando afastar Robert um pouco.
- Não... eles vão demorar bastante ainda.
- E se fôssemos para o seu quarto?
- Não, eles vão demorar. Relaxa - disse, voltando a atacar o pescoço de Kristen.
Ela parou de se preocupar por um minuto apreciando as gostosas sensações que Rob provocava em seu corpo.
Sorte que a porta da frente fazia um barulho considerável quando estava sendo aberta. Desse modo, ambos puderam se recompor, ajeitando seus cabelos desgrenhados, suas roupas amassadas e se sentando no sofá de forma que pudessem parecer o mais casuais possíveis, em outras palavras, para que ninguém sequer cogitasse a hipótese de que eles estavam se agarrando menos de um minuto atrás.
Carregados de malas, os pais de Rob e a família de Kristen adentraram a sala.
- Oi mãe, oi pai, oi Tay - Kristen disse com normalidade, erguendo a mão em um ligeiro aceno.
- Hey, querida - Jules respondeu se dirigindo a ela e lhe dando um abraço - Cameron só virá na véspera. Pediu desculpas e ficou chateado, mas tem assuntos para resolver que não pode deixar para depois - ela pausou um momento e então se virou para Robert - Oi pra você também, querido. Seu cabelo está caótico, mas está ótimo mesmo assim - falou, puxando as pontas dos fios de cabelo dele.
Ele sorriu meio desconcertado com o estranho elogio.
- Venha, vou lhe mostrar suas acomodações - Clare tocou o braço de Jules, a puxando gentilmente para que subissem juntas.
- Ótimo! Taylor, John, tragam as malas aqui pra cima.
- Ajude-os, Richard.
- Somos todos uns paus-mandados - declarou Taylor com um suspiro.
- Eu ouvi isso, Tay! Anda logo.
- Já to indo, mãe. Vocês dois bem que podiam ajudar também, né?
- Nós acabamos de ajudar na decoração. Penso que já é o suficiente - Respondeu Robert com um sorriso debochado.
Taylor chacoalhou a cabeça com um ar de reprovação para o casal.
- E suas irmãs? - perguntou Richard.
- Lizzy está dormindo. Victoria ainda não chegou.
- Hmm... Está bem. Vou acordar Lizzy e avisar Clare para esperarmos Vic para o almoço. Vou subir.
- Preguiçosos! - Taylor disse, antes de seguir o pai de Robert até o andar de cima.
John ainda ficou mais um momento na sala, observando sua filha e seu genro. Seu olhar perscrutador foi de um para o outro. Ambos se entreolharam confusos.
- O que foi, pai?
- Estavam ajudando na decoração, é? - perguntou com um olhar estranho, parecendo intrigado - e decidiram sentar e descansar depois? - ele olhou ao redor. Não havia muita decoração por assim dizer... A não ser pela árvore de Natal e o enfeite na porta. Trabalho de Clare Pattinson.
Vendo que Kristen iria começar a gaguejar uma resposta, Rob se apressou em dizer:
- Sim... Então nos sentamos para... Descansar... E conversar um pouco. É, estávamos conversando - passou a mão de forma frustrada pelo cabelo. Era horrível ser interrompido bem quando estava prestes a saciar o desejo que sentia pela sua garota.
- Hum... É mesmo, é? - observou o pai de Kristen, franzindo o sobrolho e uma nota de ceticismo se fez perceber em seu tom - seu zíper está aberto.
Em que momento durante aquele amasso no sofá, Kristen havia puxado o zíper dele para baixo? Sua garota era realmente talentosa com as mãos.
Ele fechou o zíper novamente, um pouco embaraçado com a cena, e então lançou um olhar de cumplicidade para Kristen que o devolveu imediatamente, arqueando uma sobrancelha.
Rob começou a ponderar se havia sido realmente uma boa sugerir que os Pattinson e os Stewart passassem o natal juntos, em Londres...
* * *
Victoria chegou pouco depois e tanto ela quanto Kristen ajudaram Clare a preparar o almoço.
Uma preguiçosa Lizzy desceu as escadas sem se importar em aparecer de pijamas na presença da família da namorada do irmão. Ela foi repreendida por Richard e tratou de subir novamente para trocar de roupa, reclamando sobre não poder ficar à vontade em sua própria casa e soltando imprecações razoavelmente audíveis.
- É isso que eu chamo de etiqueta britânica - gracejou Taylor que imediatamente levou um tabefe no braço. Cortesia de Jules.
Lizzy teve de ajudar a pôr a mesa, meio relutante e a contragosto. Suas atitudes fizeram Kristen puxar Robert para um canto para que pudesse lhe sussurrar uma pergunta.
- Rob... - ela começou, meio sem jeito - sua irmã está brava porque minha família e eu viemos passar o Natal com vocês?
- Quem? Lizzy? Não - ele sacudiu a mão ligeiramente no ar - não se preocupe com ela. Ela fica de mau-humor quando não pode dormir até meio-dia e descer de pijama para tomar café. Só isso. Avise para o seu irmão não chegar muito perto e nem tentar qualquer gracinha com ela. Só eu sei do que essa garota é capaz quando acorda de mau-humor ou tpm.
Kristen não conseguiu evitar rir, ao mesmo tempo em que lançava um olhar compreensivo ao namorado.
* * *
Com tanta gente sentada à mesa, a conversa tomava vários rumos, seguindo para inúmeras direções aleatórias.
- Quando vai ser lançado seu novo filme?
- Você está trabalhando em um roteiro sobre o quê exatamente?
- Tive que mudar o nosso número residencial porque fãs descobriram e ficavam nos ligando a todo o momento.
- O cachorro de vocês está ficando muito atrevido. Pensa que pode ficar entrando nos quartos durante a noite.
- Tem horas que eu simplesmente não consigo entender o que vocês falam. Sotaque estranho.
- Cameron tinha assuntos pendentes em Los Angeles que não poderia deixar para depois das festas...
- Detesto ser acordada antes do meio-dia.
- Alguém molhou minhas plantas, hoje?
- O almoço está ótimo.
- Quando vai ser o casamento?
Robert e Kristen trocaram um olhar significativo. Eles detestavam ser o centro das atenções nessas reuniões de família.
- É mesmo. Vocês vão se casar ou vão ficar enrolando? - perguntou Taylor com um sorriso engraçadinho.
Kristen o retribuiu com um movimento de lábios que Taylor conseguiu identificar fácil e rapidamente.
- Mãe, você viu? Kristen mandou eu ir me foder. Na hora da refeição. Boca suja.
- Kristen, Taylor! Por favor. Na hora da refeição parem de brigas e palavrões, porra! Pelo menos nesse momento. Vocês dois tem que ser sempre tão grosseiros? Mas que merda.
- Com o exemplo que temos em casa... Brincadeirinha, mãe - Taylor complementou ao notar o olhar de censura de Jules.
- Não é minha culpa se o Tay ainda não cresceu.
- Mas, voltando ao assunto - começou Richard - filho, vocês já têm uma data definida para o casamento?
Rob se engasgou um pouco com o refrigerante que tomava. Como contar que eles nem davam atenção a esse tópico? Estava bom do jeito que estava. Ambos morando juntos. Não havia necessidade de um papel. Não mudaria grande coisa.
- Eu iria adorar ajudar na festa - disse Victoria com um tom animado.
- E aí? - O pai de Kristen passou a bola novamente para eles.
Os dois olharam ao redor da mesa, os rostos ansiosos, inquisitivos, aguardando uma resposta. Seus olhares, enfim, se encontraram e ambos pareceram conversar telepaticamente por breves segundos.
- Bem - Kristen começou, encolhendo os ombros - nós ainda não pensamos nisso... Mas... não vamos querer nada formal... ou tradicional demais.
- Fale por você. Eu gosto de coisas tradicionais e românticas - Rob a cortou com um sorriso sagaz estampando seu rosto e voltou a bebericar o refrigerante.
- Robert! - ela disse como quem o repreendia.
- Kristen nunca gostou muito de firulas - foi a vez de Jules a cortar - ela gosta de coisas simples, criativas e mais modernas. Por isso sugeri que ela fizesse uma aliança diferente com Robert. Tipo... Uma tatuagem.
Clare a fitou, ligeiramente confusa.
- Uma tatuagem como aliança?
- É, seria ótimo e bem pouco usual também. Você não acha, Kristen? Não seria maravilhoso metade de um coração na mão de Robert e outra metade na sua mão? Mas eles são atores, a tatuagem ficaria muito evidente. Esse seria um impasse, mas vocês poderiam fazer em algum lugar mais discreto e estratégico.
A conversa cessou por um momento. Todos ficaram sem palavras e pareceram um tanto quanto desconcertados, enquanto Jules voltava a espetar a comida com o garfo.
O barulho da porta da frente e uma voz familiar penetraram os ouvidos de todos os presentes.
- Alguém em casa? - gritou Tom.
- Estamos aqui, querido! - respondeu Clare.
- Oi pra todos - Tom acenou com um sorriso simpático no rosto quando ele parou na porta da cozinha.
- Chegou bem na hora do almoço.
Tom se aproximou de Clare, dando um beijo na bochecha daquela que ele considerava sua segunda mãe.
- Adoro sua lasanha.
Ele andou até o seu costumeiro lugar à mesa. Encontrando Taylor Stewart lá.
- Esse lugar costuma ser meu.
- Que pena hein, meu caro? Chegou tarde demais - Tornou Tay com um ar brincalhão e provocativo e um tapinha falsamente amigável no braço de Tom.
Este apenas o olhou moderadamente irritado.
- Não se preocupe, Tom. Vou pegar uma cadeira pra você - Richard se ofereceu, gentilmente.
- Vem cá, você não tem família?
- Como é?
- Sabe? Família. Um pai, uma mãe, irmãos, um cachorrinho.
Kristen, Rob, Victoria e Lizzy riram. Foi impossível não rir diante do olhar irado que Tom lançava em resposta às provocações de Taylor.
- Aqui está, meu rapaz.
Tom se sentou em um lugar diferente do seu tradicional, meio que a contragosto. Mas resolveu não dizer nada. Os desaforos do irmão de Kristen ainda teriam uma resposta mais digna e à altura. Mais tarde, quem sabe?
- Então, qual é o assunto?
- Casamento!
- De Rob e Kristen? Pffff! Assunto velho. Já está na hora de falarmos sobre bebês.
Kristen se engasgou, prevendo o que viria a seguir.
- Ah, sim! Querida, não disse que achava que estava grávida?
- Mamãe, não!
- O que? - Robert perguntou com um volume de voz consideravelmente alto.
- Como assim? - John indagou - Que história é essa, Pattinson?
- Eu não sei de nada. Pergunte a Kristen.
- Eu ficaria encantada com um neto. Nós ficaríamos. Não é, Jules? - a mãe de Kristen assentiu com um movimento de cabeça para Clare.
- Sobrinhos. Que boa idéia - Victoria embarcou na brincadeira.
- Só espero que meu sobrinho não puxe esses ingleses frescos.
O pai de Robert franziu o cenho para Taylor.
- Estou só brincando - o irmão de Kristen riu, com um tapinha no ombro de Richard - eu adoro zoar o Robert e as manias britânicas dele.
- TÁ, CHEGA! - Kristen disse já irritada. Robert, por sua vez, estava rindo diante dos devaneios das duas famílias defronte à idéia de um novo membro para os clãs. Mas suas risadas findaram quando Kristen alteou a voz repentinamente - Não existe nenhum neto ou sobrinho, okay. Eu não estou grávida.
- Então por que todo esse auê? - retorquiu Tom, genuinamente confuso.
- Porque Kristen tinha me dito que...
- Mãe, era só uma suspeita. Eu fiz o teste. Não estou grávida.
- Humph! É bom mesmo. Vocês ainda são muito jovens - replicou John antes de voltar a dar atenção ao seu prato.
Kristen revirou os olhos.
Definitivamente estava na hora de eles serem mais criativos na escolha de assuntos para almoços, jantares e cafés que envolviam as duas famílias. Estava se tornando repetitivo. Kristen tinha a impressão que havia acabado com o acervo de deja vus da semana. E aquele era só o primeiro dia.
* * *
À noite, todos estavam devidamente instalados e bem acomodados. Até Tom havia decidido dormir no sofá da sala, lá embaixo, uma vez que ambos os quartos de hóspedes estavam ocupados. Mas era normal. Tom volta e meia ficava por lá.
- Enfim, sós - Rob trancou a porta de seu quarto e se voltou com um sorriso repleto de más intenções para Kristen. Ela devolveu seu sorriso, mordendo os lábios diante daquele tom malicioso que ele adotara.
Kristen não teve nem tempo de pensar e seu pequeno e delicado corpo foi arremessado para cima da cama, sem cerimônias. Ela deu um gritinho.
- Shhh - disse Robert, engatinhando para cima de seu corpo no colchão macio - há mais pessoas nesta casa - sussurrou - portanto... Quietinha, Kristen.
Ela riu enquanto sentia os beijos lânguidos de Robert sendo distribuídos pelo sua bochecha, lábios, pescoço, colo, as mãos dele se infiltrando por debaixo de suas roupas... e ela o parou. Bruscamente. Afastando suas mãos e lábios de sua pele, o empurrando para longe.
- O que foi? - havia demasiada confusão em seu rosto ao proferir aquela pergunta.
Kristen mordeu os lábios, correndo os dedos pelo cabelo.
- Desculpe, Rob... mas não vou... não vou conseguir.
- Conseguir o que?
- Transar com você.
- Como? - ele perguntou um tanto alto demais.
- Shh! - foi a vez de ela o repreender - não vou conseguir transar com você nessa casa lotada.
- E por que não? - agora havia indignação em seu tom de voz e na expressão em seu rosto.
- Rob, por favor! Nossos pais estão dormindo nos quartos próximos.
- Mas... - ele passou a mão pelo cabelo, já frustrado - você já dormiu aqui comigo...
- Sim, mas... na ocasião eram apenas seus pais que estavam aqui... Agora são seus pais, meus pais, suas irmãs, meu irmão e Tom lá embaixo. Não vou conseguir com tanta gente dormindo sob o mesmo teto.
- Ah, Kristen! Eu não acredito numa coisa dessas - ele se jogou ao lado dela na cama - o peso dele fazendo o colchão vibrar um pouco. Rob pareceu congelado por um momento como se seu corpo inteiro estivesse dormente, mas na verdade ele estava completamente aceso - eu morri de vontade de te tocar o dia inteiro e agora você me nega isso?
- Robert, não é como se eu também não quisesse. Muito pelo contrário. Mas não vou conseguir me sentir confortável e tampouco relaxar com tanta gente... tipo, nossos parentes aqui. E se eu não vou chegar a um orgasmo, não existe razão para fazermos isso.
- Não tem como... sei lá... - ele esfregou as mãos no rosto, exasperado, nervoso - Tipo, você esquecer que tem tanta gente aqui e relaxar? Fica tranqüila - ele se aproximou novamente, colando seu corpo ao dela, pousando a mão em seu quadril, aproximando a boca de seu ouvido - se você não fizer tanto escândalo como geralmente faz, eles nem vão nos ouvir. Se você quiser, a gente pode transar no chuveiro. Lá é certeza que não vão escutar sequer um ruído. Viu? Temos opções pra contornar isso...
Rob foi presenteado com um sopapo no ombro e outro na cabeça.
- Ai!
- Idiota! Primeiro: eu não faço escândalo... A não ser quando você fala sacanagens demais no meu ouvido... Ou quando me pega de quatro. Mas enfim, eu não faço escândalo e segundo: não é questão de nos ouvirem ou não. Eu vou ficar lembrando o tempo todo que não estamos realmente a sós, que eles estão em quartos próximos, e isso vai soar estranho, desconfortável... Até nojento. Nossas famílias ao lado... Não mesmo!
- Eu não acredito nisso! - ele projetou novamente o peso de seu corpo contra o colchão - você é cheia de frescuras.
- Não sou.
- É sim!
- Cala a boca!
- O que se presume que devamos fazer?
- Dormir. Como os outros.
- Legal! Uhull! - ele disse de maneira irônica, levantando o polegar como se aprovasse a sugestão.
Kristen revirou os olhos.
- Até parece que você está há meses sem sexo.
- Não, mas é que... Porra, àquela hora no sofá... Ainda não me recuperei.
- Eu sinto muito - ela disse com um ar aborrecido.
- Okay... - Rob puxou os próprios cabelos pra cima, levantando-se da cama e caminhando em direção à porta.
- Aonde vai? - Kristen se sentou rapidamente sobre seus calcanhares no colchão.
- Ao banheiro. Vou tomar um banho gelado. Já volto.
A porta se fechou.
Kristen estalou a boca com um leve chacoalhar indignado de cabeça, antes de se jogar na cama exatamente como Rob havia feito um minuto atrás. Seu cabelo se espalhando pelo travesseiro.
* * *
Kristen despertou no meio da madrugada devido ao barulho incessante ao seu lado.
Rob se revirava na cama, ia de um lado para o outro, amaciava o travesseiro, chutava edredons e lençóis, bufava.
- Robert, dá pra sossegar?
- Não consigo dormir, porra!
- O banho gelado não surtiu efeito, não?
- Não! - ele respondeu, categórico.
- Relaxa, okay? E fala para o seu amiguinho dormir porque ele não vai ganhar nada de mim, hoje!
Ela virou para o lado oposto, puxando o lençol consigo e colocando o travesseiro sobre a cabeça.
Robert tornou a bufar. Seria uma longa noite.
* * *
Jules e John insistiram em acompanhar Clare e Richard para fazer as últimas compras de natal e aproveitar para dar uma pequena circulada por Londres. De modo que apenas a prole de ambos os casais permaneceu em casa.
Kristen, achando que havia sido um tanto quanto injusta com Robert na noite anterior, procurava lhe recompensar. Enquanto todos prestavam atenção à televisão na sala de estar, ela preferia dar atenção ao pescoço e à orelha de Robert, passando a língua e dando leves mordidinhas.
Taylor estava sentado no mesmo sofá que eles, na outra ponta, procurando ficar o mais distante possível do casal que agora se ocupava em colocar a língua na garganta um do outro. Ele não queria dizer em voz alta, mas aquilo estava começando a irritar. O problema é que nem Lizzy, sentada sobre o tapete no chão, tampouco Tom, sentado em uma poltrona próxima, pareciam se incomodar tanto quanto ele com aquela cena nojenta.
- Hey, eu to tentando prestar atenção no filme - declarou, já irritado.
Na tela da TV, Jim Carey, no meio da rua, controlava o trânsito, erguendo as mãos e sinalizando para que os veículos parassem. E paravam. Pouco antes de Kristen começar a distraí-lo com seus lábios, Rob havia dito que se identificava com Truman, o personagem de Carey no filme. A única diferença é que ele sabia que estava sendo quase o tempo todo observado.
- Será que vocês não se irritam com isso? Só eu?
- Eu já me acostumei - disse Tom, com um ar indiferente, entornando a lata de cerveja e com os olhos fixos na enorme tela de plasma.
Lizzy continuou comendo sua pipoca ao mesmo tempo em que acariciava Bear, deitado ao seu lado, também sem desgrudar os olhos da televisão.
- Kristen! - Taylor tentou, já que nenhum dos outros dois parecia dar importância àquela trilha sonora de barulhinhos molhados de chupões que preenchia o ambiente.
- O... que foi? - Respondeu, tentando se afastar um pouco dos lábios de Rob para dar atenção ao seu irmão e aproveitar para tomar um pouco de fôlego.
- Dá pra vocês pararem um pouco? É irritante e nojento. Esse barulho ta mais alto do que o próprio volume da TV, que merda! Se querem se comer, façam isso sozinhos, entre quatro paredes, em um quarto. Ninguém aqui ta interessado em ser voyeur. OUVIRAM?
Eles pararam de se beijar quando Taylor berrou a última palavra, os surpreendendo. Ambos se entreolharam durante um momento.
- Tem razão - Disse Rob, fixando o olhar no cunhado por um momento e, logo após, tornou o rosto na direção de Kristen. Com um sorriso e olhar carregados de malícia, ele se aproximou para sussurrar em seu ouvido - a gente podia subir...
- Hmmm... não sei - ela fez charminho.
- Quero tirar sua roupa logo de uma vez - ele continuou naquele tom sussurrado.
Um lampejo de excitação se acendeu nos olhos de Kristen e ela sorriu ante a expectativa de ter as mãos dele sobre ela e os lábios de Rob em pontos estratégicos de sua anatomia enquanto ele investia para dentro de seu corpo.
- Oh, eu gosto dessa idéia - ela se pôs de pé, puxando Robert pela mão e saindo da sala com ele em seu encalço, entre risadinhas maliciosas e murmurinhos de provocação.
- Não! Espere aí! Eles vão fazer o que eu acho que vão fazer?
- Eles vão fazer o que você sugeriu que fizessem - Tom falou como se estivesse se dirigindo a uma pessoa com problemas de raciocínio lento - não era você que estava incomodado com o fato de um ficar chupando a cara do outro?
- Mas, tipo... Eles vão mesmo...?
- Sim, eles foram para o quarto trepar um pouco - respondeu Lizzy com a maior naturalidade do mundo.
- Lizzy, não fica bem uma garota tão bem educada e delicada como você com esse tipo de linguajar - Tom gracejou. Lizzy respondeu prontamente, levantando o dedo médio para ele.
- Ah, eu não acredito. Que falta de respeito.
- Relaxa, cara. Levantar o dedo nem é um sinal muito feio nos dias de hoje.
- Não estou falando disso! Estou falando de Pattinson e Kristen.
- O que? Não me diga que você pensa que sua irmã ainda é virgem?
- Não. Quer dizer... - Taylor pareceu escolher as palavras - uma coisa é eles fazerem isso no apartamento deles. Sem que eu saiba nada a respeito. Outra bem diferente é o fato de eu saber que minha irmã está subindo para um quarto para foder, enquanto eu fico aqui embaixo.
- Está bravo porque não te convidaram? É sua irmã, cara! Que nojento!
- NÃO! - ele gritou já enfurecido com aquele inglês sarcástico que em quase todos os aspectos lembrava o namorado de sua irmã - eu preferia não ter conhecimento de que minha irmã está indo para o quarto do namorado fazer essas coisas. E nem de saber que estou sob o mesmo teto que eles enquanto fazem isso.
Tom sacudiu uma mão no ar, como se espantasse a um inseto.
- Não se preocupe. O teto não vai tremular e você nem vai ouvir nada ou saber dos detalhes sórdidos. Enquanto isso, procure pensar que sua irmã subiu para jogar xadrez com o Pattz. Funciona.
Lizzy não conteve uma risada. Mas Taylor o olhou como se fosse esganá-lo.
Houve uma ligeira movimentação na porta da frente e Bobby surgiu de repente com Marcus.
- A porta tava aberta e a gente decidiu entrar. Tudo bem, Lizzy?
- Claro. Vocês são de casa.
- Isso é casa da mãe Joana? Todo mundo vai entrando assim?
- E você, Taylor? Já nasceu um pé no saco assim ou acordou de mau-humor porque faz tempo que não dá umas e está com inveja daquelas duas pessoas sexualmente ativas que acabaram de subir?
Os risinhos que preencheram a sala foram inevitáveis. Tom sorriu, vitorioso. Havia dado o troco em Taylor Stewart.
Taylor fechou as mãos em punho e pareceu contar mentalmente até dez ao mesmo tempo em que, Lizzy reparou, seu rosto começou a se tingir de um tom de vermelho intenso que só poderia significar que ele estava muito irado.
- Cadê o Rob? - Marcus perguntou.
- Subiu com Kristen para... Vocês sabem.
- Cara, você ta falando da minha irmã. Respeito, okay?
- Relaxa... Taylor, né? - começou Bobby, tentando disfarçar uma risada - tenho certeza que Kristen não ligaria. Ela mesma gosta de tirar um sarro.
- De qualquer forma, eu agradeceria que não falassem dessa forma sobre minha irmã na minha presença.
Tom ergueu as mãos em frente ao corpo, como se indicasse que ele poderia ficar tranqüilo. Ele não falaria mais nada.
Lizzy chacoalhou a cabeça, rindo baixinho.
* * *
As mãos de Rob foram parar direto na bainha da camiseta de Kristen, tencionando puxar a peça de roupa para cima, ao mesmo tempo em que eles davam passos erráticos em direção à cama em meio a beijos afoitos e desesperados. Os braços de Kristen envolviam o pescoço de Robert e as mãos dele acariciavam a pele de seus quadris por baixo de sua roupa. Seus corpos pareciam exercer um poderoso magnetismo sobre o outro.
Kristen sentiu suas costas colidirem com o colchão macio e o peso bem-vindo do corpo de Robert sobre o seu e, repentinamente, ela congelou mesmo diante dos lábios e mãos exigentes de Robert e aquela sensação calorosa entre suas pernas, conseqüência do desejo que sentia pelo britânico de cabelos desgrenhados que ela iria novamente decepcionar.
Ela o interrompeu com as mãos em seu peito, como se o afastasse de si.
Rob ficou sem compreender por um momento.
- O que houve? - ele perguntou, já ofegando.
- Não consigo... Não mesmo. Eles lá embaixo... Eu juro que tentei, mas não dá - ela passou a mão pelo cabelo com um olhar tristonho para ele.
- Oh! - Robert suspirou - tudo bem, eu mando todos irem dar uma voltinha, só um segundo - ele foi se levantando da cama, provavelmente com toda a intenção do mundo em expulsar da casa todos que estavam no andar de baixo. Kristen não duvidava, por isso o puxou de volta, prendendo as mãos na camisa que ele vestia.
- Não, Rob! Não faça isso.
Ele a fitou, um tanto chateado.
- Sinto muito, amor - ela baixou a cabeça com um olhar estranhamente culpado.
- Está tudo bem, honey - Rob a confortou com um beijo no alto de sua cabeça - não estou bravo com você. Como eu poderia? Eu te entendo... É só que... É difícil...
- Eu sei.
Ele envolveu os braços em torno dela num terno e reconfortante abraço.
As suas necessidades sexuais ficariam realmente em segundo plano.
*
- Isso é o que chamo de rapidinha.
Os dois desceram as escadas novamente, distraindo Tom que estava entretido em uma animada conversa com Bobby e Marcus. Rob cumprimentou os amigos que vieram lhe fazer uma visita com um ligeiro aceno de cabeça e um “oi” quase inaudível. Ele se sentou no braço da poltrona de Tom, ouvindo o tagarelar incessante de Bobby e Marcus a respeito da trilha sonora de Truman Show.
Kristen apenas lhes lançou um sorriso inexpressivo e foi para o lado de Lizzy e Victoria que havia chegado da rua após uma volta de carro pela cidade para rever algumas amigas.
Tom reparou na cara de poucos amigos que Robert trazia em seu rosto.
- Que foi, cara? Não me diga que você broxou? - perguntou enquanto levava uma mão ao ombro de Robert em um legítimo sinal de amparo.
Rob o olhou indignado e incrédulo por um momento, antes de retirar secamente a mão do outro de seu ombro e responder pausadamente.
- Não. É. Da. Sua. Conta! Entendeu?
Tom deu um aceno de cabeça e chacoalhou as mãos no ar, como se encerrasse o assunto.
* * *