Título: Let's Celebrate Our Love
Autora: Violet
Ship: Robert & Kristen
Censura: NC-17
Gênero: One-shot / Romance / Comédia
Sinopse: Celebrações, surpresas e tradições. Os Pattinson e os Stewart se reúnem para comemorar o Natal. O problema é conseguir um pouco de privacidade em uma casa repleta de parentes.
As mãos masculinas interromperam as dela quando planejava puxar a blusa para cima e colocar uma camisola.
- Não venha com esse papo de “eu faço isso” porque sei o que você quer e não quero desapontá-lo mais uma vez. Já foi o bastante a noite passada e essa tarde.
- Não é isso, Kristen. É que nós ainda vamos sair.
- Para onde?
- Não faça perguntas. Confie em mim - e ele deu aquele sorriso que a desconcertava em qualquer situação e a qualquer hora do dia.
É claro que ela confiava.
Sem que ninguém mais que estivesse em casa percebesse, eles desceram até a garagem e saíram com o carro. Rob teve o maior cuidado do mundo em fazer o mínimo de ruídos e estragos possível, não atropelando as latas de lixo ou as plantas da sua mãe.
Kristen torceu as mãos e agitou um pouco os pés no banco do carona, tentando disfarçar a excitação que a dominava diante daquela escapadela da rotina.
- Aonde vamos?
- Não sei?
E empolgação pareceu se esvair, como se um balde de água fria houvesse sido atirado sobre sua cabeça.
- Como não sabe?
- Estamos indo por aí. Viagem sem destino.
Ela cruzou os braços em frente ao corpo, já ficando emburrada.
- Achei que estivéssemos indo para a porra de algum lugar especial.
- Calma, Kristen. Pode ser especial. Depende do seu ponto de vista.
Vagarosamente, ela virou a cabeça na direção dele para fitá-lo.
- Eu realmente não gosto quando você fala assim porque geralmente sei que não vem coisa boa pela frente.
- Achei que confiasse em mim.
- Não o tempo todo.
Rob conteve um risinho debochado antes de parar o carro em um beco qualquer em Londres. Não era, assim, tão lúgubre, nem tinha uma aparência horrenda. Mas ainda era um beco qualquer em Londres.
- Posso saber por que parou aqui? É uma espécie de brincadeira?
- Ainda não. A brincadeira começa agora - ele desafivelou o cinto e, devagar, quase calculadamente, avançou na direção dela, a cabeça ficando a centímetros da de Kristen, seus lábios quase se tocaram, mas Kristen colocou dois dedos sobre eles.
- O que pensa que está fazendo?
- Bem... Eu achei que fosse bem óbvio. Te levei para dar uma volta. Parei em um beco. Agora quero aquilo que eu sei que você também quer e do qual está me privando há dois dias.
- Mas que porra, Robert! Eu sabia que você era louco, mas não a nível executivo. E não estou falando no bom sentido, só pra deixar bem claro - ela o empurrou de volta ao seu acento no carro, cruzando novamente os braços em frente ao corpo.
Rob passou as mãos pelo cabelo, frustrado, antes de quase jogar a cabeça contra o volante. Ele sentiu as delicadas e firmes mãos de Kristen em seu braço e ombro.
- Não faça isso. Vai acabar tocando a buzina com o seu nariz.
Ele se recostou no banco com um ar emburrado que Kristen conhecia. Era o mesmo que ela fazia. Exatamente o mesmo. Os anos de convivência fizeram mesmo com que um acabasse por pegar as manias e vícios do outro.
- Qual é o problema, Kristen? O que há de errado.
- Eu esperava uma surpresa.
- E foi, não? Não é realmente surpreendente? Uma coisa que você não esperava, que sequer passou pela sua cabeça?
- Eu esperava algo mais...
- Romântico? - ele a cortou - não faz seu estilo. Definitivamente. Você mesma disse isso.
Realmente. O que ela estava esperando? Nem ela mesma sabia responder àquela pergunta.
- E não é a primeira vez que paramos o carro em algum lugar pra transar.
Era esse o objetivo, afinal. Kristen tinha de concordar.
Desistindo de objeções, discussões e de ficar apontando defeitos no que Rob fazia, ela agarrou a mão dele, que descansava sobre o freio de mão e a apertou bem firme.
- Me desculpe, Rob. Eu tenho sido uma chata insuportável por esses dias. Você sabe que eu adoro épocas de Natal e sempre sou ainda mais exigente nessas épocas, querendo que tudo saia perfeito, que eu tenha boas lembranças, histórias para contar a respeito dessas datas.
Robert sorriu ternamente, a fitando dentro de seus olhos.
- Então, tratemos de lhe dar boas lembranças desse dia e histórias para contar depois - agora o sorriso que estampava sua face era repleto de malícia.
Kristen o devolveu na mesma nota, mordendo os lábios.
As mãos carinhosas se tornaram, de repente, impetuosas e ambos se viram perdidos nos braços um do outro em meio a um beijo caloroso e urgente que denunciava todo o desejo que ambos sentiam e que os consumia por dentro.
Os dois foram se despindo rapidamente, puxando as roupas do outro para cima, tentando se livrar de todo e qualquer tecido que representasse um obstáculo para o toque e o contato livre e abrasador entre suas peles nuas.
Enquanto ele mordia seu queixo, com as mãos firmes em seus quadris, ela o sentiu finalmente penetrá-la. Indo devagar a princípio, para logo depois aumentar gradativamente o ritmo e a velocidade de suas investidas para dentro de seu corpo delgado que o acomodava sempre de muito bom grado, ao mesmo tempo em que ela arranhava os ombros de Rob com suas unhas, num pedido silencioso para que ele não ousasse parar.
Ele havia preenchido aquele vazio. E isso num sentido além de físico. Rob saciava todas as suas mais íntimas vontades, não apenas no que dizia respeito ao sexo, mas ele a fazia se sentir profundamente amada, como se fosse uma parte integrante de seu ser, a sua outra metade, uma parte essencial de quem ela era, e Robert se sentia da mesma forma. Ela o completava em todos os sentidos.
E ambos eram tão compatíveis fisicamente.
Aquele familiar arrepio percorreu todo o seu corpo enquanto ela sentia o orgasmo próximo.
- Estou perto. Não ouse parar - ela disse num tom autoritário. Ele meio riu, meio ofegou contra a curvatura do pescoço dela, sem diminuir de nenhuma maneira o ritmo de suas investidas.
Ao vê-la jogar a cabeça para trás e a boca entreabrir-se em um gemido mudo, que pareceu não ter força o suficiente para desprender-se da garganta, ele sabia que ela havia gozado. Ele a contemplou por um momento, ainda curtindo a intensidade daquele orgasmo, e aquela expressão extasiada e satisfeita no rosto de sua garota, antes de ele mesmo ser dominado por uma onda súbita e violenta de prazer.
- Hmmm... - ele murmurou, enrolando uma mecha do cabelo de Kristen entre seus dedos - isso foi muito bom.
- Foi realmente bom. E eu gostei dessa sensação de estar fazendo algo que não deveria estar fazendo. Pareceu desafiador - ela mordeu os lábios com um ar travesso. Robert deu um sorriso insidioso. Sabia do que ela estava falando.
Kristen gostava de um desafio. E, transar naquele carro, em um beco qualquer em Londres, tinha um ar perigoso, um sabor de proibido. Ele tinha de admitir que concordava plenamente com ela. Foi deveras excitante.
* * *
Na outra noite, ele se aproximou, no meio do jantar, para sussurrar em seu ouvido que eles iriam sair, novamente, às escondidas.
Os cantos dos lábios de Kristen se crisparam em um sorriso sacana.
- Outro beco em Londres? - ele teve de ler os lábios dela, já que Kristen proferiu a sentença sem emitir nenhum som.
- Dessa vez é algo realmente especial - ele deu uma piscadela, antes de se aproximar para capturar os lábios de Kristen em um leve e delicado beijo.
- Ta vendo como é fácil vocês se comportarem como gente? Não precisar chupar a cara um do outro para demonstrarem seu amor - Taylor disse do outro lado da mesa, num volume alto de voz, chamando a atenção de todos os presentes que fixaram o olhar em Rob e Kristen com uma interrogação sobre suas cabeças.
Kristen quis levantar o dedo médio para o seu irmão, mas não era uma decisão lá muito sábia, visto que estavam à mesa e todos os olhares estavam concentrados neles.
E outra que ela estava muito feliz sabendo que Rob havia lhe preparado uma surpresa para mais tarde.
Ela apenas os encarou de volta e revirou os olhos, sacudindo a cabeça e voltando a atenção para o seu jantar.
* * *
Suas mãos se encontraram novamente num aperto que indicava tanto ternura quanto cumplicidade, enquanto eles faziam todo o misterioso trajeto em silêncio, para algum lugar que só Robert saberia dizer qual era.
Nenhum deles quis falar durante o tempo em que estavam no carro em movimento. E isso só fazia aquela excitação crescer. Quando eles parassem, aonde quer que fosse, haveria a explosão de todo aquele desejo reprimido que se tornava maior a cada minuto.
Mas aquele singelo e forte aperto de mãos já dizia o suficiente. Eu te amo, eu confio em você, vou a qualquer lugar com você eram apenas algumas das coisas que aquele gesto afável parecia indicar.
Não foi, assim, surpreendente. Era bastante usual para um casal.
Mas, de uma maneira estranha e bastante peculiar, perturbou Kristen.
- Um motel? - ela disse, sem despregar os olhos do prédio à sua frente, parecendo apreensiva.
- Sim! - Rob disse como se fosse a resposta mais óbvia do mundo. E realmente era.
- Hmmm...
- O que foi? - ele levou a mão ao cabelo dela, o acariciando enquanto ela se encolhia no acento do carro.
- Rob, e se alguém lá dentro revelar pra alguma revista ou um tablóide que nos viu entrando em um motel?
Ele deu de ombros.
- E daí, quem acredita nesses relatos? E, no mais, qual a grande surpresa em um casal ir a um motel.
- É diferente. Somos públicos... E eu gosto de proteger o que temos.
- Ora, vamos. Não é como se convidássemos a todos para nos ver em ação. E não acredito que haja câmeras nos quartos.
- E se tiver? Câmeras de segurança.
- Apenas nos elevadores, Kristen.
- E se alguém tirar uma foto de nós entrando ou saindo do motel? E isso for parar na capa de uma revista de cinqüenta centavos? - o seu tom era notoriamente preocupado. Havia até uma nota de desespero em sua voz.
- Kristen - ele a olhou nos olhos, pousando as mãos em seus ombros - relaxa, okay? Não vai acontecer nada. Aqui, nessa região, não há fotógrafos...
- E se um fã aparecer?
- Se você ficar pensando em tudo o que vai acontecer, nós vamos ficar nessa a noite toda. Qual é a vantagem de se preocupar por antecipação?
Ela deu um longo suspiro, reconhecendo que ele estava certo.
- Está bem. Juro que vou ficar tranquila.
Kristen esqueceu de todos os problemas quando entrou no quarto e ficou diante da cama king size, sabendo que dali a alguns minutos estaria sobre ela, nos braços de Robert, deleitada com todas as sensações que ele causava em seu corpo, sendo tomada de maneira vigorosa por ele.
- Kristen - ela se virou ao ouvir a voz de Rob bem próxima de seu ouvido - eu tenho mais uma coisa pra você.
Ela notou o desejo estampado em seus olhos, que pareceram de um tom mais escuro e com um brilho de malícia que definitivamente não estava lá antes.
Robert entregou um fino e delicado pacote a ela.
- O que é?
- Abra.
Ela chacoalhou a cabeça, apertando os olhos, antes de abrir, já tendo uma idéia de que se tratava.
Suas bochechas coraram de repente. Ela era tão íntima daquele homem, mas ainda assim ficava vermelha quando ele aparecia com presentinhos inusitados ou muito pessoais, como era o caso da lingerie em tom de verde esmeralda que ele havia acabado de lhe dar.
- Eu achei a sua cara. Gosto da lingerie verde... Combina com seus olhos.
O olhar dela tornou a encontrar o dele e o sorriso de Rob se alargou, provocante, atrevido.
- Eu não estou dizendo? - os dedos de Rob roçaram levemente seu queixo, enquanto ele contemplava seus olhos profundamente verdes - Tudo bem?
Kristen também sorriu.
- Sim.
- Eu espero você se vestir.
Com um último olhar significativo a Robert, ela se dirigiu ao banheiro para se trocar.
Ao abrir a porta do banheiro novamente, ela teve apenas uma certeza: o presente de Robert, provavelmente, não iria durar mais do que três minutos em seu corpo. Seria arrancado de alguma maneira, fosse com as mãos ou com a boca dele... Não importava.
O que importava é que Kristen sempre se sentia poderosa e sensual quando Rob a olhava daquela forma, como se estivesse hipnotizado pela visão do corpo dela e não houvesse mais nada ao seu redor.
Ele estava deitado sobre a cama, parcialmente despido, trajando apenas a calça cujo zíper já estava aberto e um volume se fazia perceber entre suas pernas. Obviamente, Rob já havia começado a brincar sozinho.
Ela estalou a boca para ele.
- Você não sabe esperar, Robert. Paciência é uma virtude.
Aquele sorrisinho mal-intencionado estava lá novamente.
Kristen caminhou com passos vagarosos até a cama. Rob se concentrou no balançar de seus quadris enquanto fazia isso, aquele corpo esguio e bem delineado coberto apenas por aquela pequenina lingerie da mesma cor de seus olhos.
Ela engatinhou sobre seu corpo na cama, até que seus lábios se encontrassem em um beijo morno, lento, demorado...
As mãos dele acariciaram gentilmente sua cintura, seus quadris, seu traseiro - a parte de seu corpo que ele mais gostava de apalpar. Ela se afastou um pouco, apenas para que pudesse se sentar sobre seu colo, de costas para ele. Rob começou beijando seu pescoço e sua nuca, ameaçando tirar a parte de cima de sua lingerie, sem fazê-lo, no entanto. Depois passou para mordidinhas em seu ombro. Ela alternava entre pequenos gemidos e risinhos para provocá-lo.
Ela se recostou mais ao corpo dele, deitando-se sobre Robert, a cabeça descansando sobre seu ombro, os lábios dela roçando em seu pescoço, ela se moveu um pouco sobre ele apenas para se esfregar em sua ereção. Robert gemeu. Kristen sorriu, vitoriosa, e passou a prestar atenção ao modo como as mãos dele trabalhavam em seu corpo... Libertando-a finalmente da parte de cima da lingerie que ele havia lhe comprado para depois acariciar seus seios daquela maneira que ele sabia que Kristen não poderia resistir. Os longos dedos dele foram precisos ao tocar seus mamilos. Foi a vez de Kristen gemer, sem conseguir conter-se. E foi a vez de Robert dar uma risadinha presunçosa.
- Me diga que você pensa em arrancar a peça restante com a boca - ela sussurrou provocativa.
- Às suas ordens - ele respondeu no mesmo tom.
Sem demora, Kristen se deitou sobre o colchão macio e os finos lençóis e Robert desceu pelo seu corpo, até seus lábios alcançarem a pequena e delicada calcinha e fazerem como Kristen havia pedido; tirá-la de seu corpo com o auxílio de seus dentes. Após tirar aquele pequeno empecilho do caminho, a boca dele passou a resvalar na parte interna de suas coxas e os suspiros de Kristen converteram-se em audíveis gemidos, enquanto ela o sentia saborear sua intimidade.
- Tão molhadinha...
Não durou muito tempo a sensação de ter os lábios e língua de Robert em seu ponto mais sensível. Ele subiu novamente, a fim de roçar os dentes no lóbulo da orelha dela, antes de proferir num sussurro quase desesperado:
- Eu preciso estar dentro de você agora.
Ela o auxiliou a tirar as últimas peças de roupa restantes de seu corpo, empurrando a calça dele para baixo com os pés, até removê-la totalmente. Rob deslizou para dentro dela com facilidade, arrancando um prolongado gemido de sua garganta. Ela passou a morder o ombro dele e arranhar suas costas enquanto sentia ser penetrada. Suas pernas em volta da cintura de Rob, lutando para se manterem firmes. Ele não reclamava do fato de o calcanhar dela friccionar em seu quadril. A mão áspera dele deslizava vagarosamente pela lateral do corpo de Kristen, causando-lhe arrepios.
O atrito ruidoso entre os corpos foi se tornando mais acentuado, seus movimentos cadenciados cada vez mais frenéticos. Ele ficava dizendo coisas no ouvido dela para deixá-la mais excitada “tão deliciosa”, “os seus mamilos estão tão sensíveis”, “você é tão quente”... Até ambos se verem envoltos naquela sensação indescritível de prazer absoluto, intenso, explosivo.
Rob a libertou do peso de seu corpo, se jogando ao lado dela na cama.
Kristen se aproximou para descansar a cabeça sobre seu peito.
- Wow. Essa foi ainda melhor.
- Se refere àquela no carro, ontem?
Ela fez que sim com cabeça.
- Definitivamente. E mais confortável também.
Kristen riu, lembrando das reclamações de Rob durante o dia a respeito de incômodas dores nas costas e no pescoço por conta daquela escapadela para um beco qualquer. Ela se aninhou ainda mais ao seu peito, até que ambos pegassem no sono.
* * *
Os fotógrafos apareceram do nada. Eles surgiam de todo o lugar, batiam nos vidros das janelas e na traseira do carro enquanto ela tentava, a todo custo, esconder o rosto com auxílio do cabelo e dos óculos escuros. Mas era óbvio que de nada adiantava, pois todos já sabiam de quem se tratava. Por um momento, ela quis matar Robert por tê-lo alertado daquela possibilidade e ele apenas ter dado de ombros. Mas não poderia culpá-lo. Ele só queria fazer algo especial e, no mais, ele agora estava tão zangado e com cara de poucos amigos quanto ela.
O estrondo a sobressaltou. A janela havia se quebrado e mais câmeras fotográficas e microfones iam surgindo. Com seu próprio grito, ela despertou daquele pesadelo interminável.
Kristen sentou-se sobre a cama, resfolegando, com o cabelo grudando no suor de seu rosto.
- Kristen - Robert levantou, se sentando ao lado dela e a puxando para si, ao mesmo tempo em que ia tirando os fios de cabelo de seu rosto e os empurrando para trás da orelha - você está bem? O que houve? Um pesadelo?
- Sim - ela disse com a voz perturbada, ainda ofegando, se encostando mais a ele.
- Me conta.
- Sonhei que haviam paparazzis na saída... Bem, quando saíamos... daqui.
Robert a fitou, ainda parecendo alarmado por um instante, mas passado um breve momento, desatou a gargalhar, se jogando novamente sobre os travesseiros, contorcendo-se e apertando a própria barriga que doía de tanto rir.
Kristen o olhou com censura e ira no olhar.
- Isso não tem graça, Robert!
- É muito engraçado, sim! - replicou, recompondo-se aos poucos - Kristen, as pessoas normais têm pesadelos com psicopatas mascarados com machados ou serras elétricas em punho. Você tem pesadelos com... - e ele recomeçou a rir - paparazzis - gargalhou - fico imaginando um filme como O Paparazzi da Serra Elétrica ou A Hora do Pânico com Paparazzis Assassinos.
- Pare de se divertir às minhas custas - ela cruzou os braços em frente ao corpo, irritada.
- Seria um ótimo roteiro. Sério, conversa com a sua mãe e vê se ela gosta da idéia. Eu poderia ajudá-la a produzir. O que acha?
Ela não respondeu.
Com um chacoalhar de cabeça e aquele sorriso irritante no rosto, ele voltou a se aproximar de Kristen, tentando tocá-la, mas ela o repelia, se esquivava.
- Ah, Kristen! Qual é? Estou só brincando. E não deveria ficar brava comigo depois de tudo que te fiz sentir - ele foi abaixando o seu tom de voz, até chegar em um murmúrio, enquanto aproximava a boca do pescoço de Kristen. Ela permaneceu impassível.
- Nem foi tão bom assim. Já tive melhores do que você - ela afirmou categórica.
Robert arqueou uma sobrancelha, com um olhar intrigado e, ao mesmo tempo, desconfiado.
- Teve mesmo?
Kristen baixou o olhar. Sabia que não conseguiria mentir para Robert.
- Ta, eu não tive.
Ele sorriu, orgulhoso.
- É óbvio que não.
- Rob, por que você se acha tanto quando o assunto é sexo? Isso é tão irritante.
- No que mais eu posso me achar? - ele a envolveu em seus braços, beijando a pele de seus ombros. Ela continuava mantendo aquela postura rija. Não iria ceder tão fácil - eu não me acho bom em mais nada. Em alguma coisa eu tenho que me garantir.
Ela revirou os olhos.
- Não comece com seu discurso autodepreciativo.
- Não te entendo - Rob mordeu seu ombro - agora mesmo reclamou por eu me achar e depois fica brava dizendo que me autodeprecio. É um paradoxo, hein!
- Pare de bobagens.
- Eu posso parar de falar e me ocupar com coisas mais interessantes - sussurrou dentro de seu ouvido, antes de morder o lóbulo de sua orelha.
- O que, por exemplo? - Kristen perguntou já quase entregue.
- Você! - e ele tornou a deslizar os lábios por seu pescoço. Kristen, enfim, derreteu-se novamente em seus braços e ambos voltaram a se envolver naquele calor que emanava do corpo do outro, nos beijos e toques urgentes, em busca da vontade de saciar seu desejo logo de uma vez.
* * *
Kristen era toda sorrisos enquanto eles voltavam pra casa. Tanto pela noite, quanto pelo fato de não haver os paparazzis amedrontadores de seu pesadelo na saída do motel.
Ainda era muito cedo quando eles retornaram à casa dos Pattinson, de modo que tinham a mais plena certeza de que todos estavam dormindo.
Rob vinha logo atrás de Kristen enquanto ela caminhava em direção a porta da frente. Ele envolveu os braços em sua cintura, aspirando o perfume em seu pescoço. Ela sorriu antes de recompensá-lo com um doce beijo em seus lábios, como agradecimento pela noite maravilhosa que havia lhe dado. Fora quase como um presente de Natal antecipado.
Eles abriram a porta e entraram em casa ainda se beijando, só se afastando um do outro, meio sobressaltados, quando ouviram um pigarro. Provavelmente do pai de Kristen.
Todos já estavam acordados. Encontravam-se na sala. Os olhos fixos no casal que acabara de entrar em casa.
Jules os recebeu de sua maneira direta e amável de sempre:
- Olá, pombinhos! Se divertiram? Aonde foram?
Kristen ficou sem palavras e começou a gaguejar. Robert a cortou imediatamente.
- Fomos dar uma volta - disse com seu melhor sorriso simpático.
- Sei. Suas desculpas não funcionam comigo, rapaz - Declarou John às voltas com um pisca-pisca.
- Pai! - Kristen o repreendeu.
- Oi Kristen - disse Cameron que, provavelmente, havia aportado por lá naquela manhã.
- Oi Cam... Bom te ver... Bem vindo - disse ela sorridente e gaguejante.
- Digo o mesmo. Espero que tenha curtido à noite...
John deu um novo pigarro.
Rob passou a mão pelo cabelo, procurando se acalmar. Eles haviam lhe dado um susto com aquela presença inesperada na sala.
- O que fazem acordados tão cedo?
- Bem, estamos ajeitando a casa para o Natal - respondeu Victoria cuidando de alguns ornamentos que enfeitava com fitas de seda.
- Sim, querido. Acordamos cedo para preparar tudo. Contamos com a colaboração de vocês - completou Clare que se ocupava de colocar ainda mais bolas coloridas na enorme árvore de natal no centro da sala. Taylor a ajudava - Bear, não! - ela repreendeu o cachorro que pegou uma bola entre os dentes para brincar.
Robert e Kristen se entreolharam. Cem por cento de privacidade era literalmente impossível naquela casa...
- O que faremos?
- Hmmm... eu cuido da decoração do centro da mesa - Kristen respondeu.
- Okay, eu cuido das coroas de Natal
* * *
- Não é ótimo que possamos dar um beijo de Natal neste ano? Não apenas um de Ano Novo?
Kristen riu, meneando a cabeça afirmativamente.
- Eu pendurei o visgo no teto - disse ele, apontando.
O olhar de Kristen foi para a direção que ele apontava.
- Rob, não precisava disso. Eu vou te beijar de qualquer forma.
- Sim, mas a coisa fica bem mais divertida quando envolve um visgo.
- Cara, se eu passar por aí e uma de suas irmãs também estiver embaixo do visgo, vou ter de beijá-la. Você sabe disso, não?
Rob olhou para Taylor com uma repreensão no olhar.
- Nem ouse, Taylor. Esse visgo é exclusividade minha e da Kristen.
- Assim não tem a mínima graça - disse Taylor, ficando bem abaixo do ramo de visgo para poder observá-lo melhor.
Tom surgiu do nada, como sempre, apenas para entregar um presente a Robert.
- Oi, irmãozinho. Eu vim aqui só pra te deixar seu presente, já que ta uma correria e eu não poderia vir em outro horário. A família toda está precisando de mim pra ajudar na ceia e...
Ele se interrompeu repentinamente quando se deu conta de que estava sob o visgo. Com Taylor parado bem diante de si.
Rob e Kristen não contiveram uma risada alta.
- Cara, quer sair daí! - as bochechas de Taylor haviam se tingido de um modesto tom de vermelho. Não dava para precisar se de raiva de Tom ou de vergonha diante da possibilidade de ter de beijá-lo.
Atônito, Tom deu um salto, saindo rapidamente daquele ponto sob o ramo de visgo.
- Vocês quebraram a tradição - disse Rob, estalando a boca, só para provocá-los
- Vocês dois quebram a tradição do MTV Movie Awards há anos e eu não falo nada. Pega seu presente logo de uma vez. Não que você o mereça.
Robert estendeu as mãos agarrando o embrulho - que certamente se tratava de uma garrafa de vinho - em meio a risadas diante do desconcerto de seu amigo e do irmão de Kristen. Ela o acompanhava com um riso igualmente debochado.
- Espero que goste do presente. Vinho esquenta o clima, deixa tudo mais sensual - disse com uma risadinha maliciosa.
Taylor olhou irritado para os três.
Tom já ia dando as costas e saindo, ainda um pouco envergonhado, quando girou nos calcanhares e seguiu novamente na direção de Robert, a fim de abraçá-lo.
- Você é um babaca, mas eu gosto de você, irmão. Feliz Natal.
- Feliz Natal, Tom. E saiba que a recíproca é verdadeira.
Após um abraço fraternal em Kristen e um ligeiro e acanhado aceno de cabeça para Taylor, que o devolveu da mesma forma, ele saiu.
- Escapou por pouco, hein? - Kristen provocou Taylor.
- Cala a boca - ele respondeu, indo até ela e bagunçando seu cabelo. Ela tentou acertar um chute em sua canela, mas ele desviou.
- Sua namorada é delicada - Taylor dirigiu-se a Robert.
- Se ela é assim com o irmão, imagina comigo?
- Se fosse com você, amor... Eu o chutaria em outro lugar.
Robert arregalou os olhos e foi a vez de Taylor rir com gosto.
- Muito delicada - Rob concluiu.
* * *
Entre ceia de Natal, troca de presentes e conversas aleatórias - apesar de todas as situações desconfortáveis e um tanto constrangedoras - Rob não via melhor jeito de passar aquele Natal se não na companhia de sua família e da família de sua namorada.
E ao olhar a expressão no rosto de Kristen enquanto conversava com Lizzy e Cam, tinha a certeza de que ela partilhava da mesma opinião que ele.
- Me dêem licença um minuto - ele disse, dirigindo-se a sua irmã e cunhado, enquanto puxava Kristen gentilmente pela mão com um sorriso travesso em seu rosto.
- Para onde vai me levar desta vez? - Ela perguntou também sorrindo.
- Não muito longe. Tudo aqui está perfeito e não há outro lugar no mundo em que eu gostaria de estar...
- Nem eu. Mas então...
- Você ainda me deve um presente de Natal.
- E qual seria? - eles estavam bem abaixo do ramo de visgo e, agora, Kristen sabia exatamente do que ele estava falando.
- Meu beijo.
- É um presente tanto seu quanto meu - ela findou aquela conversa envolvendo os braços no pescoço de Rob e sentindo as mãos dele em volta de sua cintura, então seus lábios se encontraram espontaneamente num beijo terno e caloroso.
Um beijo embaixo do visgo. Aquela era uma tradição que eles não ousariam quebrar e que repetiriam por muitos e muitos anos a partir daquele dia.
* * * F I M * * *