'Amor não resiste a tudo, não. Amor é jardim. Amor enche de erva daninha.' E mais uma vez, Caio F. acerta. Ele consegue por em palavras o que eu sinto. Ele consegue dizer as coisas boas, e as ruins. Tudo que eu tenho enche de erva daninha. Tudo que eu sinto se esgota, acaba, morre. Um dia eu ouvi da minha mãe, que eu nunca ia ser a pessoa mais ( Read more... )

Todos vão embora. E não digo isso por estar triste, digo apenas por ser verdade. Sonho com o dia em que poderei ficar só. Todos vão embora. Mando todos embora. Queria que voltassem, e tudo fosse como antes. Mas não é. Todos vão embora. E não digo isso por ter saudades, digo pra reiterar. Tenho acordado pelas manhãs, notado as casas vazias. Camas ( Read more... )

PARTE I - O livro

Passei uns dias pensando mais em você, talvez por ter percebido que minha vida não anda me agradando, por mais que tudo dê certo, por mais que tudo prossiga. Lembro como você adorava me mandar jogar tudo para o alto, mesmo que você não jogasse, e como era uma merda nunca me identificar com nenhuma das mocinhas dos seus textos, ( Read more... )

Aquele teto não era seu. No seu havia umidade, e reboco caindo, e um lustre pela metade, de quando a lâmpada queimara e tirara a redoma de vidro, que caiu e quebrou quando sua gata tentou entrar nela. Tantos anos sem mudar seu teto e agora em poucos meses o mudara três vezes. Era engraçado como seus olhos sempre prendiam-se lá, nos tetos, desta ( Read more... )

Você leva 18 anos para descobrir que é influenciável. Não importa se você muda a cor do cabelo todo mês, se você sempre gostou de flanela e poá, mesmo quando não era moda, e usar xadrez flanelado fazia de você grunge, e ter o cabelo vermelho não gerava piadinhas com músicas de novelas mexicanas para adolescentes. Você percebe que não notou em que ( Read more... )

Já estive que aqui. Estivemos aqui. Fico aqui, não estou.

Sou viciada na agonia de querer ter alguém, mesmo que eu sempre desista quando sinto que tenho, que prefiro me apegar na irrealidade de amar platonicamente. Que sinto falta de sofrer por alguém, daquela expectativa de saber se era o certo, se havia acertado, de ter muito o que dizer e escrever horas por dia e ainda assim não conseguir ser o ( Read more... )

Talvez o mais assustador não seja falar em primeira pessoa, veja bem, eu gosto da primeira pessoa, desde que ela não seja eu. Qualquer dor é suportável quando você narra, qualquer solidão se torna apenas palavra quando não se é a primeira pessoa, e não há nada que possa mudar isso.

Nunca fui daquelas que tinham pressa. Queria ser criança, brincar de boneca pra sempre. Correr, pular na água da chuva, subir em montes de barro que ficavam nas portas das casas em obra. E eu fiz isso. Muito. Embora a última vez que eu tenha pulado nas poças pareça perdida muito tempo atrás. Ou quando peguei chuva vindo do banco e me joguei na ( Read more... )

Vontade de dizer coisas bonitas. Desde cotovias até estrelas. Se antes era “querer ser terra” hoje sou “capaz de ouvir e de entender estrelas”. Não apoiar/acreditar em parnasianos, mesmo já tendo tentado ser um deles. Sufocar os sonhos feridos, com orgulho. Juntar à massa.
Massa que nega, quer ser pedra. Nem se sabe “se as pedras podem viver sem ( Read more... )