Espero-a à janela, do lado de trás da cortina. Quando ela chegar estarei preparado para fingir que não a esperava. A janela está aberta e ouço a cidade, interpelada pelo constante bater duma mosca no vidro. As cidades estão quietas. As moscas não ( Read more... )

Deito-me nu sobre os destroços

Ontem a tempestade levou os telhados das fábricas
As roupas que secavam nos entendais
Também as nossas palavras

Só não levou o ninho de cegonha
Que ainda oculta o topo duma chaminé
Onde ela se deita nua e tem filhos

( Read more... )

sobre avenidas de merda, escrito pela Louise, do Thelma & Louisecoberta de pó levantei o braço, retirei a caneta agarrada à secretaria por teias de aranhas tão belas e escrevi-te___ a ideia era acordar-te com um beijo depois do cabelo lavado não reparei no morcego que assustado com a água me atacou e entonteceu. bochechei várias vezes com reach ( Read more... )

Ainda não morri esta tarde que vou passando sentado num baloiço, oscilando adormecido sobre palavras escritas com cal viva no alcatrão: “aS pessOas moRRem”. Por causa delas tenho os dedos a sangrar e não consigo baloiçar. Doem-me. Dóis-me. Estou aqui à espera que me venhas empurrar ( Read more... )

| apresentação do livro “numa avenida de merda”

| leitura de alguns textos do livro

| exibição dos filmes

bactéria | 1'04''
presença no Black & White 2004

skhízein o elevador | 3'12 ( Read more... )

Os pinguins com que me cruzo são de guache azul. São só eles e ela no túnel do metro. Ela é tão bonita. Eles também, mas ela é mesmo muito bonita. O único defeito que tem é que sabe que é bonita. É uma merda esse defeito, diga-se de passagem, porque a transforma na mais bela das quedas de água. Desde pequenino que tenho medo de cair nas quedas de ( Read more... )

sobre avenidas de merda, escrito pela Carolina, do Imaginary HumansA Sereia morta sorriu-me do alto, altíssimo, dos seus encantos. Cantava baixinho, estendida na rua como um peixe apanhado num trapézio sem rede ( Read more... )

Peixinhos vermelhos trocam beijos na urina
Para onde mija um menino estátua
Parindo vida na pequena piscina

Se ela passar por lá mato-a
Deixo-a a apodrecer no jardim
Que apesar da tanta urina que trocámos
Ela nunca me beijou a mim

sobre avenidas de merda, escrito pelo Japinho, do Revoluções por minutoSubo à superfície. A estação do metro emerge no meio da avenida, as folhas ( Read more... )